Padrões de utilização de antibacterianos em três Unidades de Terapia Intensiva do Distrito Federal

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2007.

Main Author: Santos, Edilson Floriano dos
Other Authors: Pires, Liana Lauria
Format: Tese
Language: Português
Published: 2009
Subjects:
Online Access: http://repositorio.unb.br/handle/10482/1119
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spelling ir-10482-11192019-12-27T13:45:53Z Padrões de utilização de antibacterianos em três Unidades de Terapia Intensiva do Distrito Federal Santos, Edilson Floriano dos Pires, Liana Lauria Agente antibacteriano Unidade de tratamento intensivo Epidemiologia Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2007. Para conhecer os padrões de consumo de antibacterianos em unidades de terapia intensiva (UTI) do Distrito Federal foram realizados dois estudos. O primeiro, de natureza retrospectiva, foi efetuado em um hospital privado, abrangendo o período de janeiro de 2001 a junho de 2004. Utilizaram-se dados agregados obtidos dos arquivos eletrônicos da farmácia hospitalar e todos os 2890 pacientes admitidos na UTI durante o período de estudo foram considerados. Ficou evidenciado que cada paciente internado na UTI utilizou, em média, 1,9 DDD (dose diária definida) de antibacteriano por dia de internação. Durante o período estudado, a taxa global de consumo de antibacterianos não se alterou significativamente (p = 0,151). No entanto, houve mudança significativa nas taxas de consumo de dois grupos de antibacterianos: as penicilinas/inibidores de beta-lactamases aumentaram de 306,6 DDD/1000 pacientes-dia (DDD1000), em 2001, para 686,5 DDD1000, em 2004 (p = 0,002); e os glicopeptídeos diminuíram de 146,1 DDD1000, em 2001, para 70,3 DDD1000, em 2004 (p = 0,001). Os antibacterianos mais utilizados pertenciam aos grupos das penicilinas/inibidores de beta-lactamases, cefalosporinas de 3ª. geração, quinolonas e carbapenêmicos. Houve correlação positiva e significativa entre as taxas de consumo de antibacterianos, a global e a dos grupos de antibacterianos utilizados principalmente em casos de infecções adquiridas na UTI (cefalosporinas de 3ª. geração, quinolonas, carbapenêmicos e glicopeptídeos), e a taxa global de infecção hospitalar e a razão de utilização de procedimentos de risco para aquisição de infecção hospitalar. A única exceção foi o grupo dos carbapenêmicos, cujas taxas de consumo não se associaram com os indicadores de infecção hospitalar. O segundo estudo, de natureza prospectiva, foi realizado em três UTI, escolhidas por conveniência: duas em instituições públicas (Hospital Regional de Ceilândia – HRC e Hospital Regional de Taguatinga – HRT) e uma em hospital privado (Hospital Santa Luzia – HSL). O período de abrangência do estudo foi de 01/10/2004 a 30/09/2005. Utilizaram-se amostras aleatórias simples dos pacientes admitidos em cada uma das três UTI e os números de pacientes incluídos foram 53 (HRC), 40 (HRT) e 103 (HSL). Coletaram-se dados referentes aos pacientes e às unidades, como idade, sexo, procedência, tipo de paciente, gravidade, permanência e estado vital no momento da alta da unidade, e dados referentes ao consumo de antibacterianos, aos indicadores de infecção hospitalar e à sensibilidade bacteriana aos antimicrobianos. Evidenciou-se que os pacientes e as UTI dos hospitais públicos apresentaram-se semelhantes em diversas características, com exceção da taxa de infecção da corrente sangüínea, significativamente maior na UTI do HRT (12,13 casos/1000 cateteres centrais-dia) do que na UTI do HRC (2,83 casos/1000 cateteres centrais-dia). Por outro lado, houve diferença significativa entre as UTI dos hospitais públicos e do hospital privado em relação nos seguintes aspectos: 1) A proporção de pacientes clínicos foi maior nos hospitais públicos; 2) Os pacientes internados nos hospitais públicos procederam principalmente de outros hospitais enquanto os do hospital privado eram provenientes do centro cirúrgico do próprio hospital; e 3) Os índices de gravidade, os indicadores de utilização de procedimentos de risco para infecção hospitalar, as proporções de pacientes que utilizaram antibacterianos, o tempo de permanência e as taxas de mortalidade foram maiores nos pacientes dos hospitais públicos do que no hospital privado. Apesar de a taxa de consumo de antibacterianos na UTI do hospital privado (2191,7 DDD1000) ter sido significativamente maior do que nos hospitais públicos (HRC: 1661,2 DDD1000; HRT: 1383,3 DDD1000; p < 0,001), os grupos de antibacterianos mais consumidos foram semelhantes nas três UTI (penicilinas/inibidores de beta-lactamases, cefalosporinas de 3ª. geração, carbapenêmicos e quinolonas). Da mesma forma, no que pôde ser avaliado, foi semelhante o perfil de resistência bacteriana nas três unidades. Conclui-se que as taxas de consumo de antibacterianos nas UTI analisadas encontramse na ampla faixa observada em UTI de diversas partes do mundo, com exceção da taxa de consumo no hospital privado, que se situou acima do percentil 90 da faixa de consumo internacional. Além disso, os antibacterianos mais utilizados, de uma maneira geral, são de espectro amplo ou intermediário. Esse aspecto sugere que o uso de antibacterianos exerce forte pressão seletiva sobre o ambiente das unidades avaliadas. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT To know the patterns of use of antibacterial agents in the intensive care units (ICU) of the Federal District have been conducted two studies. The first study was retrospective and it was done in a private hospital, from January 2001 to June 2004. There used aggregate data from the electronic files of the hospital pharmacy and all 2890 patients admitted to the ICU during the period were considered. It this study was found that each patient hospitalized in the ICU used, on average, 1.9 DDD (defined daily dose) of antibacterial per day of hospitalization. During the period studied, the overall rate of consumption of antibacterial not changed significantly (p = 0.151). However, there was significant change in the rates of consumption of two groups of antibacterial: there was increase in the consumption of penicillin / inhibitors of betalactamases, from 306.6 DDD/1000 patients-day (DDD1000) in 2001, to 686.5 DDD1000 in 2004 (p = 0.002), and reduction in the consumption of glycopeptides from 146.1 DDD1000, in 2001, to 70.3 DDD1000 in 2004 (p = 0.001). The most widely used antibacterial belonged to groups of penicillin / inhibitors of betalactamases, 3rd generation cephalosporins, quinolones and carbapenemics. Both, the overall rates of consumption of antibacterial and the rates of the groups of antibacterial used mainly in cases of infections acquired in the ICU (3rd generation cephalosporins, quinolones, carbapenemics and glycopeptides), showed significantly correlation with the overall rates of hospital infection and with the ratio of the use of the risk procedures for hospital infection. The only exception was the group of carbapenemics, whose rates of consumption is not associated with indicators of hospital infection. The second study was prospective. It was done in three ICU, chosen for convenience: two in public institutions (Regional Hospital of Ceilândia - HRC and Regional Hospital of Taguatinga - HRT) and one in private hospital (Santa Luzia Hospital - HSL). The period of coverage of the study was from 01/10/2004 to 30/09/2005. Simple random sample of patients admitted in each of the three ICU were used and the numbers of patients included were 53 (HRC), 40 (HRT) and 103 (HSL). Data were colleted relating to patients and to units such as age, sex, origin, type of patient, severity, and mortality, and data relating to the consumption of antibacterial, the indicators of hospital infections and the bacterial antimicrobial sensitivity. It was revealed that patients and the ICU of the public hospitals had been similar in many features, except the rate of infection of the current blood, significantly higher in the ICU of the HRT (12.13 casos/1000 catheters central-day) than in the ICU of the HRC (2.83 casos/1000 catheters central-day). Moreover, there was significant difference between the ICU of the public hospitals and the private hospital on the following aspects: 1) The proportion of the clinical patients was greater in the public hospitals; 2) The patients admitted in public hospitals have mainly from other hospitals while those in the private hospital were from the surgical room of the hospital, and 3) The score of gravity, the ratio of the use of procedures for risk for hospital infections, the proportions of patients who used antibacterial, the permanence time and the rates of mortality patients were higher in public hospitals than in private hospitals. Although the rate of consumption of antibacterial in the ICU of the hospital private (2191.7 DDD1000) was significantly higher than in public hospitals (HRC: 1661.2 DDD1000; HRT: 1383.3 DDD1000, p <0.001), the antibacterial groups most consumed were similar in the three ICU (penicillin / inhibitors of betalactamases, 3rd generation cephalosporins, quinolones and carbapenemics). Similarly, as could be judged, was similar to the profile of bacterial resistance in the three units. It follows that the rates of consumption of antibacterial analyzed in ICU are in the broad range observed in ICU from various parts of the world, except the rate of consumption in the private hospital, which was above the percentile 90. In addition, the antibacterial most used, in general, are of broad or intermediary spectrum. These suggest that the use of antibacterial exerts strong selective pressure on the environment of the ICU evaluated. 2009-01-22T13:36:59Z 2009-01-22T13:36:59Z 2007-12-13 2007-12-13 2007-12-13 Tese SANTOS, Edilson Floriano dos. Padrões de utilização de antibacterianos em três Unidades de Terapia Intensiva do Distrito Federal. 2007. 186 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007. http://repositorio.unb.br/handle/10482/1119 Português Free application/pdf
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