Juventude e violência no Brasil, 2000-2014 : perfil epidemiológico e fatores associados à mortalidade e morbidade por agressões e envolvimento em brigas com armas
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2016.
Main Author: | Melo, Alice Cristina Medeiros |
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Other Authors: | Garcia, Leila Posenato |
Format: | Tese |
Language: | Português |
Published: |
2017
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Subjects: | |
Online Access: |
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ir-10482-237972021-11-15T04:49:13Z Juventude e violência no Brasil, 2000-2014 : perfil epidemiológico e fatores associados à mortalidade e morbidade por agressões e envolvimento em brigas com armas Melo, Alice Cristina Medeiros Garcia, Leila Posenato Juventude e violência Mortalidade Juventude - interação social Armas de fogo Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2016. A juventude é uma fase da vida que tem características particulares, na qual as violências são as principais causas de mortes, lesões e incapacidades. O objetivo desta tese é investigar o perfil epidemiológico e fatores associados à morbidade e mortalidade por agressões e envolvimento em brigas com armas, entre jovens no Brasil, no período de 2000 a 2014. Visando compor um panorama a partir de distintas fontes de dados da área da Saúde, foram elaborados quatro artigos. O artigo 1 refere-se a estudo ecológico que investigou fatores associados à mortalidade de jovens (15-29 anos) do sexo masculino por agressões nos municípios brasileiros com mais de 20.000 habitantes, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). No período de 2010 a 2014, foram registrados 127.137 óbitos por agressão de jovens do sexo masculino, com taxa corrigida de mortalidade de 133,3/100.000 hab. O modelo de regressão binomial negativa ajustado apontou maior risco de morte nos municípios mais urbanizados, com maior proporção de pobreza e desigualdade de renda, menor proporção de jovens frequentando o ensino médio e desocupados, e maior população feminina. No artigo 2, analisou-se a prevalência e fatores associados ao envolvimento de escolares do 9o ano do ensino fundamental em brigas com armas de fogo e/ou brancas. Foi realizado estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012), que entrevistou 109.104 escolares. As prevalências de envolvimento em brigas nos últimos 30 dias foram 13,8% (IC95% 13,4; 14,3) no sexo masculino e 7,2% (IC95% 6,9; 7,5) no feminino. Na análise ajustada por regressão de Poisson, foram fatores associados: maior idade, trabalho remunerado, uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, insônia, não ter amigos, falta de supervisão familiar e contextos de violência. O artigo 3 descreveu diferenças entre sexos no perfil dos jovens vítimas de violências atendidos em serviços de urgência e emergência, com dados do Inquérito de Violências e Acidentes (VIVA Inquérito, 2011). Jovens do sexo masculino predominaram entre agressores e vítimas, entre as quais observou-se maior frequência de lesões mais graves e agressor desconhecido (49,7%). No sexo feminino, predominaram ocorrências no domicílio (43,6%) e perpetradas por parceiro (3,9%) ou ex-parceiro (31,5%). O artigo 4 abordou o perfil e tendências da mortalidade de jovens no Brasil, no período 2000- 2012. Foi realizado estudo de séries temporais, utilizando-se regressão de Prais-Winsten. Foram registrados 958.224 óbitos no SIM, com predomínio do sexo masculino (79,6%) e das causas externas (68,4%). As taxas de mortalidade geral corrigidas foram 1,6 e 1,5/1.000 hab. em 2000 e 2012, respectivamente, com tendência estacionária (-0,34%; IC95% -1,05; 0,37). O panorama evidencia a elevada magnitude das violências entre jovens no Brasil, com diferenças marcantes entre os sexos, e associada a fatores comportamentais, fatores familiares e sociais existentes no território, com destaque para a relevância da inclusão e frequência dos jovens na escola. Evidencia-se a necessidade de considerar os diversos fatores observados, para subsidiar a implementação de políticas públicas voltadas à promoção da vida segura e da cultura da paz, conforme previsto no Estatuto da Juventude, promulgado em 2013. Youth is a phase of life that has particular characteristics, in which violence is the main cause of death, injury and disability. The objective of this thesis is to investigate the epidemiological profile and factors associated with morbidity and mortality due to aggression and involvement in fights with weapons, among young people in Brazil, from 2000 to 2014. Aiming to compose a panorama from different sources of Health data, four articles were prepared. Article 1 refers to ecological study that investigated the factors associated with the mortality of young men (15-29 years old) by aggressions in Brazilian municipalities with more than 20,000 inhabitants, estimated from the Mortality Information System (SIM). In the period 2010-2014, there were 127,137 deaths caused by aggression from young males, with corrected mortality rate of 133.3 / 100,000 inhabitants. The negative binomial regression adjusted model showed increased risk of death in more urbanized municipalities, with a higher proportion of poverty and income inequality ratio, a lower proportion of young people in high school and unemployed youth, and higher female population. Article 2 analyzed the prevalence and factors associated with the involvement of students from 9th grade elementary school in fights with firearms and/or cold weapons. A cross-sectional study with data from the National School of Health (2012), in which interviewed109,104 schoolchildren. The prevalence of involvement in fights with weapons in the last 30 days were 13.8% (95% CI 13.4; 1 4 3) in male and 7.2% (95% CI 6.9, 7.5) in female. In the Poisson regression analysis, there were associated factors: older age, paid work, alcohol, cigarette and illicit drugs use, insomnia, lack of friends, lack of family supervision and contexts of violence. Article 3 described gender differences in the profile of young victims of violence treated in urgent and emergency services, with data from the Violence and Injury Survey (VIVA Survey - 2011). Young males predominated among the perpetrators and victims, among whom we observed a higher frequency of more serious injuries and an unknown aggressor (49.7%). In the female sex, occurrences at home (43.6%) and committed by partner (3.9%) or ex-partner (31.5%) predominated. Article 4 raised the profile and trends in youth mortality in Brazil, in the 2000-2012 period. An time-series study was conducted, using Prais-Winsten regression. There were 958,224 young deaths in SIM, with a predominance of males (79.6%) and external causes (68.4%). The overall mortality rates were adjusted 1.6 and 1.5 per 1,000 youth, in 2000 and 2012 respectively, with a stationary trend (-0.34%; 95% CI -1.05, 0.37). The panorama shows the high magnitude of violence among young people in Brazil, with marked differences between the sexes, and associated with behavioral factors, family and social factors in the territory, highlighting the importance of inclusion and attendance of young people in school. There is evidence of the need to consider the various factors observed, in order to subsidize the implementation of public policies aimed at the promotion of safe life and the culture of peace, as foreseen in the Youth Statute, enacted in 2013. 2017-07-09T12:59:40Z 2017-07-09T12:59:40Z 2017-07-09 2016-10-24 Tese MELO, Alice Cristina Medeiros. Juventude e violência no Brasil, 2000-2014: perfil epidemiológico e fatores associados à mortalidade e morbidade por agressões e envolvimento em brigas com armas. 2016. 188 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016. http://repositorio.unb.br/handle/10482/23797 http://dx.doi.org/10.26512/2016.10.T.23797 Português Acesso Aberto application/pdf |
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