Gilberto Freyre e nossa "modernidade tropical" : entre a originalidade e o desvio
As questões que orientam o presente artigo são duas: em que medida Freyre coloca-se a tarefa de desconstruir um quadro de referência conceitual percebido como responsável pela perpetuação da imagem de incomensurabilidade entre a experiência societal brasileira e aquela das "sociedades modernas...
Main Author: | Tavolaro, Sergio Barreira de Faria |
---|---|
Format: | Artigo |
Language: | Portuguese |
Published: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia - UFRGS
2017
|
Subjects: | |
Online Access: |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/28990 https://dx.doi.org/10.1590/S1517-45222013000200010 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: |
As questões que orientam o presente artigo são duas: em que medida Freyre coloca-se a tarefa de desconstruir um quadro de referência conceitual percebido como responsável pela perpetuação da imagem de incomensurabilidade entre a experiência societal brasileira e aquela das "sociedades modernas civilizadas"? Qual lugar o ambiente físico tropical ocupa nesse projeto? Examino três hipóteses de trabalho: 1) Há em Freyre uma consciente tentativa de relativizar o protagonismo (epistemológico, normativo e estético-expressivo) exclusivo reivindicado por sociedades tradicionalmente tidas como modelares da modernidade; 2) O trópico foi, desde o princípio de sua obra, uma peça-chave nesse ambicioso projeto intelectual, graças a predicados tomados por singulares, catalisadores de uma experiência social tida por inovadora e irreprodutível pelas sociedades europeias hegemônicas; 3) A ambiciosa intenção freyreana de desestabilizar a centralidade epistemológica da "modernidade europeia" vê-se inadvertidamente frustrada na medida em que essa mesma experiência (e o tipo de sociabilidade imaginado como exclusivamente seu) é retomada como padrão de medida para se aferir a singularidade da modernidade no Brasil. |
---|