Vulnerabilidade sobre duas rodas : tendência e perfil demográfico da mortalidade decorrente da violência no trânsito motociclístico no Brasil, 2004-2014

Objetivo Analisar a tendência de mortalidade entre motociclistas perante os acidentes de transportes e traçar o perfil demográfico das vítimas. Método Estudo de série histórica que busca avaliar a variação média dos óbitos entre motociclistas nas macrorregiões brasileiras; correlação entre óbitos...

Full description

Main Authors: Corgozinho, Marcelo Moreira, Montagner, Miguel Ângelo, Rodrigues, Maria Augusta Carvalho
Format: Artigo
Language: Portuguese
Published: Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2019
Subjects:
Online Access: http://repositorio.unb.br/handle/10482/33548
http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201800010163
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Summary: Objetivo Analisar a tendência de mortalidade entre motociclistas perante os acidentes de transportes e traçar o perfil demográfico das vítimas. Método Estudo de série histórica que busca avaliar a variação média dos óbitos entre motociclistas nas macrorregiões brasileiras; correlação entre óbitos e a frota circulante; taxas brutas e padronizadas da mortalidade segundo faixa etária, sexo, etnia, escolaridade e acidente de trabalho. Resultados Observou-se aumento significativo na tendência de mortalidade entre motociclistas nas macrorregiões brasileiras (p-valor <0,001). Pela apreciação das taxas brutas e padronizadas de mortalidade entre motociclistas, é possível afirmar que os óbitos concentram-se nas macrorregiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O perfil predominante foi homem jovem, pardo e com baixa escolaridade. Os acidentes de trabalho foram ignorados (57% a 70%) das notificações. Observou-se forte correlação entre o aumento da frota circulante e o incremento nas taxas de óbitos entre motociclistas no Brasil (0,981; p <0,001). Conclusão Trata-se de um crescente problema de saúde pública, que acomete principalmente jovens em vulnerabilidade social. A massificação da frota e o aumento do agravo remetem à responsabilidade do Estado em estabelecer ações intersetoriais que reduzam a vulnerabilidade sobre duas rodas.