Evolução e significado funcional da Enantiostilia monomórfica em Vochysiaceae

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2018.

Main Author: Morais, Joicy Martins
Other Authors: Consolaro, Hélder Nagai
Format: Tese
Language: Português
Published: 2019
Subjects:
Online Access: http://repositorio.unb.br/handle/10482/35238
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spelling ir-10482-352382019-08-07T18:10:01Z Evolução e significado funcional da Enantiostilia monomórfica em Vochysiaceae Morais, Joicy Martins Consolaro, Hélder Nagai Ferrero, Victoria Biologia floral Polimorfismo floral Flores - anatomia Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2018. A enantiostilia é um polimorfismo floral, no qual dentro da mesma espécie, existem duas formas florais que diferem na deflexão do estilete em relação ao eixo floral. No morfo direito o estilete está disposto à direita (e as anteras à esquerda, sendo recíprocas), no morfo esquerdo o estilete está disposto à esquerda (e as anteras à direita). A enantiostilia pode ser dimórfica, quando há apenas um morfo floral por indivíduo, ou monomórfica, quando ambos morfos florais ocorrem em um mesmo indivíduo. A funcionalidade da enantiostilia está relacionada com o fluxo de pólen entre indivíduos sendo mais claro esse fluxo na enantiostilia dimórfica, porém, a enantiostilia monomórfica é responsável por evitar autopolinização e diminuir ao menos pela metade a geitonogamia, já que flores de mesmo morfo dificilmente se polinizam, além de evitar que peças florais sejam danificadas durante a polinização, frequentemente por vibração. Após uma extensa revisão de publicações acerca da enantioatilia podemos afirmar que esta ocorre ao menos em 17 famílias distribuídas em 11 ordens, e que a enantiostilia monomórfica é prevalente em relação à dimórfica. Apenas 3 famílias de duas ordens possuem espécies enantiostílicas dimórficas sendo todas monocotiledôneas. Uma das famílias que apresentam grande ocorrência de enantiostilia, encontra-se no Cerrado brasileiro. A família Vochysiaceae apresentam enantiostilia nos gêneros Qualea, incluindo Ruizterania, Callisthene, Erisma e Salvertia, ocorrentes no Cerrado. Qualea parviflora e Q. multiflora apresentam grande ocorrência nos Cerrados do Brasil Central. Ambas apresentando enantiostilia monomórfica. Buscando estudar possíveis diferenças entre os morfos florais nessas espécies, investigamos a biologia floral e reprodutiva de ambas. Não encontramos diferenças entre morfos florais em nenhum aspecto reprodutivo dessas espécies, como proporção de flores entre morfos, oferta de recurso ao visitante floral - no caso néctar - quantidade e viabilidade de pólen e produção de frutos. Confirmamos ainda a presença de um sistema de incopatibilidade e enriquecemos o conhecimento acerca dos visitantes florais nas populações estudadas. Avaliamos também a funcionalidade da reciprocidade floral entre morfos e o papel do polinizador na transferência de pólen entre morfos florais. Aparentemente nas espécies de Qualea parviflora e Q. multiflora a enantiostilia é reforçada como uma estratégia para reduzir a chegada de autopólen/pólen geitonogâmico, reduzir os possíveis danos que podem ser causados por polinizadores durante a visitação e com a ajuda do sistema de incompatibilidade, pode evitar a autofecundação e diminuir a endogamia. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Enantiostyly is a floral polymorphism, in which within the same species, there are two floral forms that differ in the deflection of the style in relation to the floral axis. In the right morph the style is arranged to the right and the anthers to the left and in the left morph the style is arranged to the left and the anthers to the right. Enantiostyly is dimorphic when there is only one floral morph per individual and monomorphic when both floral morphs occur in the same individual. The function of enantiostyly is related to the promotion of cross pollination between individuals. This has been confirmed specially in dimorphic species. Monomorphic enantiostyly is also known to improve cross pollination compared to non-enantyostylous taxa, but also avoids self-pollination, reduces geitonogamy and prevents floral parts from being damaged during pollination, which is often performed by vibration. After an extensive review of publications on enantiostyly and a phylogentic reconstruction, we found it occurs in at least 17 families of Angiosperms distributed in 11 orders being monomorphic enantiostyly prevalent to dimorphic. Dimorphic enantiostylous is only present in 3 families of two orders in the monocotyledons. Among the other families in which monomorphic enantiostyly is prevalent there is one with great occurrence in the Brazilian Cerrado. Several genera in the family Vochysiaceae are enantiostylous: Qualea, including Ruizterania, Callisthene, Erisma and Salvertia and two species of Qualea, Q. parviflora and Q. multiflora are particularly common in the Cerrados of Central Brazil. We investigated the floral and reproductive biology of these two species that show monomorphic enantiostyly. We did not find differences between floral morphs in any reproductive aspect like the proportion of flowers, resource offered - nectar - quantity and viability of pollen and fruit production. We also confirmed the presence of an incompatibility system and described floral visitors in the populations of these species in detail. We also evaluated the functionality of floral reciprocity between morphs and the role of differente types of pollinators in the pollen transference. According to our results, in Qualea parviflora and Q. multiflora enantiostyly is reinforced as a strategy to promote cross pollination between morphs. Hoverwer, it also reduces levels of selfing and geitonogamy and, together with the incompatibility system should preclude inbreeding depression. 2019-08-07T18:08:47Z 2019-08-07T18:08:47Z 2019-08-07 2019-01-31 Tese MORAIS, Joicy Martins. Evolução e significado funcional da Enantiostilia monomórfica em Vochysiaceae. 2018. 117 f., il. Tese (Doutorado em Botânica)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. http://repositorio.unb.br/handle/10482/35238 Português Acesso Aberto A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. application/pdf
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