The tree that responds : taming the rubber tree

Este artigo tem como ponto de partida a afirmação, comum entre sangradores (ou seringueiros) em plantações no interior de São Paulo, de que é preciso amansar as seringueiras (Hevea brasiliensis) no início de cada safra. Com isso eles indicam a necessidade de acostuma-las, nos primeiros cortes, para...

Full description

Main Author: Deus, Eduardo Di
Format: Artigo
Language: English
Published: Associação Brasileira de Antropologia (ABA) 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.unb.br/handle/10482/36571
https://doi.org/10.1590/1809-43412019v16d551
http://orcid.org/0000-0001-9523-8844
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Summary: Este artigo tem como ponto de partida a afirmação, comum entre sangradores (ou seringueiros) em plantações no interior de São Paulo, de que é preciso amansar as seringueiras (Hevea brasiliensis) no início de cada safra. Com isso eles indicam a necessidade de acostuma-las, nos primeiros cortes, para que estabeleçam um fluxo ótimo de látex. O processo de amansar a árvore será aqui discutido também a partir de materiais etnográficos históricos a respeito de relações estabelecidas com as seringueiras nas últimas décadas do século XIX e início do XX, tanto na Amazônia quanto nas nascentes plantações no sudeste asiático. Naturalistas britânicos de diferentes colônias chegaram a disputar quem teria “descoberto” o fato de a seringueira possuir um mecanismo por eles chamado de “resposta à ferida”. A partir desta diversidade de referências aos modos de relação com características peculiares da seringueira, busca-se entender, com um olhar para a gênese articulada entre ritmos técnicos e vitais, o que significa dizer que uma árvore responde ou é amansada.