Características epidemiológicas da hanseníase nos idosos e comparação com outros grupos etários, Brasil (2016-2018)

O objetivo foi descrever indicadores epidemiológicos e características dos casos novos de hanseníase em idosos no Brasil, no triênio 2016-2018, comparando a outros grupos etários. Estudo descritivo de corte transversal com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os casos no...

Full description

Main Authors: Rocha, Margarida Cristiana Napoleão, Nobre, Maurício Lisboa, Garcia, Leila Posenato
Format: Artigo
Language: Português
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2021
Subjects:
Online Access: https://repositorio.unb.br/handle/10482/40463
https://doi.org/10.1590/0102/311x00048019
http://orcid.org/0000-0002-2629-4532
http://orcid.org/0000-0003-4932-3137
http://orcid.org/0000-0003-1146-2641
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Summary: O objetivo foi descrever indicadores epidemiológicos e características dos casos novos de hanseníase em idosos no Brasil, no triênio 2016-2018, comparando a outros grupos etários. Estudo descritivo de corte transversal com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os casos novos de hanseníase foram categorizados por grupos etários: 60 ou mais, 40-59, 15-39 e menores de 15 anos. Utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson para testar diferenças entre grupos. Foram notificados 81.205 casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 24,1% foram em idosos, 37,7% de 40-59 anos, 31,9% de 15-39 e 6,3% em menores de 15 anos. Nos idosos, foram observadas proporções maiores (p < 0,001) de casos no sexo masculino (60,1%), com classificação operacional multibacilar (81,3%) e com grau 2 de incapacidade física (GIF2) (11,4%) em relação aos outros grupos. Contudo, a proporção de casos novos detectados em idosos, por exame de contatos (4,9%), foi a menor entre todas as faixas etárias (p < 0,001). As taxas médias de detecção e de casos novos com GIF2 no diagnóstico foram maiores entre idosos (25,1/100 mil e 28,6/1 milhão de habitantes, respectivamente) em comparação aos demais grupos etários, para o país, regiões e Unidades da Federação. Foram observadas importantes diferenças nos perfis epidemiológico e clínico da hanseníase nos idosos, em relação às demais faixas etárias, destacando-se maiores proporções de casos multibacilares, de casos novos com GIF2 e baixa detecção por exame de contatos. Evidencia-se a necessidade do controle da hanseníase nessa população, visando a contribuir para a interrupção da transmissão da doença.