Evolução do dimorfismo sexual e das estratégias bionômicas em marsupiais neotropicais (Didelphimorphia, Didelphidae)
A evolução do dimorfismo sexual de forma e tamanho do crânio e mandíbula foi estudada em 31 táxons de marsupiais didelfídeos, a fim de compreender melhor o desenvolvimento desse caráter na família. Para elucidar fatores que poderiam estar condicionando esse dimorfismo nos Didelphidae, foi analisada...
Main Author: | SILVA, Ana Carolina Bezerra |
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Other Authors: | MORAES, Diego Astúa de |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2014
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1097 |
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Summary: |
A evolução do dimorfismo sexual de forma e tamanho do crânio e mandíbula foi estudada em 31 táxons de marsupiais didelfídeos, a fim de compreender melhor o desenvolvimento desse caráter na família. Para elucidar fatores que poderiam estar condicionando esse dimorfismo nos Didelphidae, foi analisada também a evolução de outros dois elementos: alometrias entre tamanho e forma do crânio e da mandíbula; e bionomia das mesmas 31 espécies. Foi realizado um mapeamento de todos estes caracteres, qualitativos e quantitativos, sobre uma filogenia da família, reconstruindo seus estados ancestrais utilizando métodos de parcimônia. Foram feitas também correlações utilizando contrastes independentes dos dados de dimorfismo sexual para auxiliar a esclarecer os padrões evolutivos do dimorfismo sexual. Tais correlações foram significativas, indicando coevolução entre os tipos de dimorfismo em ambas as estruturas estudadas. Não houve tendência unidirecional de surgimento/desaparecimento e aumento/decréscimo do dimorfismo nos Didelphidae. As reconstruções também indicaram coevolução entre os dimorfismos. Poucas espécies são altamente dimórficas e a maioria apresenta dimorfismo sexual de forma. Os resultados de alometrias entre os sexos foram iguais para crânio e mandíbula, mas elas também não apresentam padrão geral em direção à igualdade ou diferenciação das mesmas entre os sexos. Ambos os estados estão uniformemente distribuídos na filogenia. O comportamento das alometrias no crânio e na mandíbula coevoluiu, mas o padrão de alometrias entre os sexos não é conservado dentro de Didelphidae e não coevoluiu com o dimorfismo sexual, indicando que não explica a evolução deste caráter. Outros fatores, não-alométricos, devem condicionar este caráter nessa família. No entanto, apesar de padrões aparecem dentro de alguns clados, não há também evidência de coevolução entre bionomia e dimorfismo sexual nos Didelphidae. Espécies asazonais são poucas e não dimórficas de tamanho, talvez pelo fato de se reproduzirem continuamente e sofrerem menores pressões seletivas. A semelparidade é rara dentro de Didelphidae, surgindo apenas em Monodelphini e seguindo daí caminhos evolutivos distintos. Espécies semélparas exibem maiores tamanhos de ninhada nos Didelphidae por se reproduzirem uma única vez. Acredita-se que a seleção sexual direcione o padrão de dimorfismo sexual onde os machos são maiores que as fêmeas em espécies semélparas de Didelphidae. Portanto, nem alometrias nem bionomia, a princípio, explicam nem condicionam a evolução do dimorfismo sexual nos didelfídeos. A inclusão de uma maior quantidade de dados reprodutivos de marsupiais didelfídeos seria ideal para testar a veracidade da ausência de coevolução entre estratégias bionômicas e dimorfismo sexual. Associar dados ecológicos ou de padrões de distribuição poderiam ajudar a compreender melhor a evolução das estratégias bionômicas e a sua importância sobre a evolução do dimorfismo sexual nos Didelphidae |
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