Desenvolvimento farmacotécnico e estudos de dissolução de diferentes comprimidos de liberação prolongada de benznidazol para o tratamento da Doença de Chagas

O benznidazol é único fármaco aprovado no Brasil para o tratamento da doença de Chagas e está disponível sob a forma de comprimido de uso adulto e pediátrico de liberação imediata. Sabendo-se que as formas de liberação prolongada possuem vantagens como a redução de efeitos adversos e o aumento da ad...

Full description

Main Author: ROSA, Talita Atanazio
Other Authors: ROLIM NETO, Pedro José
Format: masterThesis
Language: por
Published: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 2016
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15376
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Summary: O benznidazol é único fármaco aprovado no Brasil para o tratamento da doença de Chagas e está disponível sob a forma de comprimido de uso adulto e pediátrico de liberação imediata. Sabendo-se que as formas de liberação prolongada possuem vantagens como a redução de efeitos adversos e o aumento da adesão terapêutica, o objetivo deste trabalho foi investigar por ensaios de liberação in vitro formas farmacêuticas de liberação prolongada e confrontá-las com resultados dos comprimidos de liberação imediata. Para isto, foram obtidos três lotes de liberação prolongada (LBI, LBII e LBIII) utilizando os polímeros hidroxipropilmetilcelulose K100LV, K100M e K4M, respectivamente. O estudo de dissolução realizado avaliou quatro tipos de meios de dissolução: tampão pH 1,2; tampão pH 1,2 adicionado de 1% de lauril sulfato de sódio; fluido biorrelevante gástrico em jejum (FASSGF); FASSGF por 4h e fluido biorrelevante intestinal em jejum (FASSIF) nas horas seguintes. Modelos cinéticos de ordem zero, primeira ordem, Higuchi, Korsmeyer-Peppas e Peppas-Sahlin foram utilizados para avaliar o mecanismo da liberação in vitro, enquanto que o teste ANOVA univariada e fatores f1 e f2 foram utilizados para avaliar a similaridade dos perfis. Estudos in vivo foram realizados por grupo de pesquisa da UNESP, sendo utilizados os dados obtidos para estimar a correlação in vitro/in vivo. Os testes de controle de qualidade descartam o lote LBI por não atender ao critério de uniformidade de conteúdo, enquanto que os lotes LBII e LBIII demonstraram atender aos critérios de qualidade. Os estudos de dissolução constataram o aumento do tempo total de liberação de 2 h em comprimidos comerciais para 24-72 h nos lotes LBII e LBIII. O ajuste a modelos cinéticos sugeriu a liberação do fármaco por mecanismos de relaxamento polimérico e difusão fickiana. Os métodos avaliados de dissolução mostraram-se discriminativos em relação aos resultados de ANOVA univariada e fator f1 e f2. Foi possível estabelecer uma correlação de nível A para os comprimidos pediátricos e para o lote LBIII de dissolução prolongada, sendo o método II de dissolução o que refletiu melhor as condições in vivo. Dessa forma, o projeto contribuiu com o desenvolvimento de uma nova forma farmacêutica de liberação prolongada, assim como o estabelecimento de correlação in vitro/in vivo.