Associação do risco cardiovascular à capacidade de autocuidado em usuários de drogas
Dentre os principais impactos do abuso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, estão os efeitos adversos à saúde, entre os quais se destacam aqueles sobre o sistema cardiovascular. Este estudo buscou avaliar a associação do risco cardiovascular à capacidade de autocuidado em usuários de álcool e...
Main Author: | BARROS, Vanessa De Alencar |
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Other Authors: | RAMOS, Vânia Pinheiro |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2016
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15903 |
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Summary: |
Dentre os principais impactos do abuso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, estão os efeitos adversos à saúde, entre os quais se destacam aqueles sobre o sistema cardiovascular. Este estudo buscou avaliar a associação do risco cardiovascular à capacidade de autocuidado em usuários de álcool e outras drogas. Foram desenvolvidos dois artigos como resultados desta dissertação. O primeiro artigo tratou-se de uma revisão integrativa que buscou analisar as evidências sobre as doenças cardiovasculares em usuários de drogas. A busca das publicações realizou-se no período de novembro a dezembro de 2013 nas bases de dados: Scopus, Medline, LILACS, CINAHL, PsycINFO e no banco de dados Cochrane Library. Utilizaram-se os seguintes descritores em saúde: Cardiovascular Diseases (Doenças cardiovasculares), Drug Users (Usuários de drogas) e seus sinônimos Drug Abusers (Usuários de drogas) e Drug Addicts (Dependentes de drogas). A amostra final da revisão foi composta por 15 artigos. Observou-se que as evidências científicas acerca das doenças cardiovasculares em usuários de drogas são ainda escassas, embora se identifiquem na literatura, estudos acerca das causas de mortalidade nesta população, dentre as quais se destacam aquelas relacionadas ao sistema cardiovascular. Não foi resgatado nenhum estudo relacionado à avaliação do risco cardiovascular em usuários de drogas lícitas e ilícitas, mesmo considerando os já comprovados efeitos que tais substâncias exercem sobre o sistema cardiovascular e as altas taxas de morbidade e mortalidade nesta população. Ressalta-se a necessidade dos profissionais de saúde planejarem ações de prevenção dos agravos à saúde cardiovascular nesta população, sobretudo através da educação em saúde. O segundo artigo tratou-se de uma pesquisa original, que teve como objetivo avaliar a associação entre o risco cardiovascular e a capacidade de autocuidado em usuários de álcool e outras drogas. Estudo quantitativo, analítico, de corte transversal, realizado em cinco unidades dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) de Recife-PE. A coleta dos dados foi realizada no período de maio a agosto de 2014. A amostra foi do tipo probabilística, com amostragem aleatória estratificada. Utilizou-se como instrumentos de coleta: formulário para registro das variáveis referentes à caracterização sociodemográfica, consumo de substâncias, antecedentes mórbidos pessoais e familiares, exame físico e exames laboratoriais; Instrumento para avaliação do autocuidado a Appraisal of Self-care Agency (ASA - SCALE). O risco cardiovascular foi calculado de acordo com o Escore de Framingham. Participaram do estudo 125 usuários, a maioria do sexo masculino, com idades de 40 a 59 anos. O risco cardiovascular foi predominantemente baixo (59,2%) e a maioria dos usuários (70,4%) apresentou capacidade de autocuidado regular/baixa. A análise multivariada mostrou que o risco intermediário/alto foi mais prevalente no grupo do sexo masculino, na faixa etária de 60 anos e mais, que consumiam mais de dois tipos de drogas, sedentários, hipertensos e dislipidêmicos. Conclui-se que não houve associação do risco cardiovascular intermediário/alto à capacidade de autocuidado regular/baixa. Os fatores determinantes para o risco intermediário/alto foram em sua maioria considerados como modificáveis, preveníveis principalmente por meio de estratégias como a educação em saúde direcionada para a promoção do autocuidado e mudanças comportamentais. |
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