Vitaminas lipossolúveis, excesso de peso e estado inflamatório em adolescentes

A adolescência é um período nutricionalmente vulnerável, e dados atuais demonstram um aumento na prevalência de excesso de peso nesta faixa etária, associada a uma provável deficiência de micronutrientes, como as vitaminas lipossolúveis. A obesidade tem sido associada a um quadro inflamatório crô...

Full description

Main Author: SILVA, Rebecca Peixoto Paes
Other Authors: CASTRO, Célia Maria Machado Barbosa de
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2016
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17393
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Summary: A adolescência é um período nutricionalmente vulnerável, e dados atuais demonstram um aumento na prevalência de excesso de peso nesta faixa etária, associada a uma provável deficiência de micronutrientes, como as vitaminas lipossolúveis. A obesidade tem sido associada a um quadro inflamatório crônico de baixa intensidade, e evidências sugerem que na maior adiposidade e na presença de inflamação pode ocorrer diminuição da concentração das vitaminas lipossolúveis entre os adolescentes. Neste trabalho foi investigado a prevalência e os fatores associados à deficiência das vitaminas A, D, E e β- caroteno entre adolescentes escolares do nordeste do Brasil. Foi verificado também a associação entre estado inflamatório, adiposidade e as concentrações das vitaminas lipossolúveis nos adolescentes. Para tal, foi realizado um estudo transversal nas escolas públicas da cidade do Recife envolvendo adolescentes na faixa etária de 12 a 19 anos, de ambos os sexos, no período de março a abril de 2013. Foram excluídos os adolescentes que faziam uso farmacológico de vitamina A, D, E ou polivitamínicos, nos últimos 3 meses. A coleta dos dados foi realizada mediante aplicação de questionário abordando variáveis sócio-demográficas, estilo de vida e de consumo alimentar dos adolescentes. Em seguida, realizou-se a avalição antropométrica e coleta de sangue para análise das concentrações séricas de α-1-glicoproteína ácida (AGA), retinol, β-caroteno, α-tocoferol e 25- hidroxivitamina D (25(OH)D). Os resultados encontrados indicam que os adolescentes apresentam inadequação na ingestão da vitaminas A (50,3%), E (94,0%) e D (99,8%), assim como insuficiência/deficiências dos níveis séricos do α-tocoferol (88,1%), β- caroteno (74,1%), 25(OH)D (50,9%) e retinol (46,6%). Foi observado também maior risco de deficiência do α-tocoferol nas meninas (RP=1,11), e maior risco de insuficiência de 25(OH)D nos meninos (RP=1,41), bem como maior probabilidade de insuficiência do β- caroteno (RP=1,14) e da 25(OH)D (RP=1,38) no excesso de peso. Os níveis de AGA foram maiores na presença da obesidade abdominal nos adolescentes de ambos os sexos. Segundo avaliação pelo sexo, os meninos com níveis séricos de α-tocoferol insuficientes expressaram níveis reduzidos de AGA (p=0,03), e apresentaram um maior risco de deficiência de 25(OH)D e β-caroteno na adiposidade total e abdominal, enquanto as meninas mostraram maior risco de insuficiência de β-caroteno com a obesidade abdominal. Com isso, conclui-se que os adolescentes apresentam um risco potencial na inadequação das vitaminas lipossolúveis, e fatores como sexo e excesso de peso parecem interferir nas concentrações séricas destas vitaminas. Além disso, a adiposidade abdominal reflete um maior risco de inflamação, e causa alterações distintas nas concentrações das vitaminas lipossolúveis, de acordo com o sexo. No entanto, investigações futuras são necessárias para melhor compreensão do comportamento dessas vitaminas nos adolescentes frente a adiposidade e inflamação.