Alterações antropométricas e metabólicas: um estudo longitudinal em adolescentes do sexo feminino de Recife/PE

O aumento da prevalência do excesso de peso em adolescentes tem despertado preocupação, sendo difícil estabelecer um ganho de peso adequado nessa faixa etária já que é um período de grandes mudanças na composição corporal. Alguns estudos sugerem que o excesso de peso é uma consequência da menarca pr...

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Main Author: ARAÚJO, Maria Lúcia Diniz
Other Authors: CABRAL, Poliana Coelho
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2016
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17394
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spelling ir-123456789-173942018-10-18T19:24:36Z Alterações antropométricas e metabólicas: um estudo longitudinal em adolescentes do sexo feminino de Recife/PE ARAÚJO, Maria Lúcia Diniz CABRAL, Poliana Coelho ARRUDA, Ilma Kruze Grande de Adolescentes Obesidade abdominal Dislipidemia Excesso de peso Fatores associados. O aumento da prevalência do excesso de peso em adolescentes tem despertado preocupação, sendo difícil estabelecer um ganho de peso adequado nessa faixa etária já que é um período de grandes mudanças na composição corporal. Alguns estudos sugerem que o excesso de peso é uma consequência da menarca precoce, havendo uma associação com elevado índice de massa corporal (IMC) na idade adulta. O presente trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência do ganho excessivo no índice de massa corporal/idade (IMC/I) e seus fatores associados, assim como a influência da maturação sexual precoce no excesso de peso, obesidade abdominal e alterações metabólicas ao final da maturação sexual em adolescentes do sexo feminino. Os dados analisados foram provenientes de um estudo de coorte com adolescentes recrutadas em escolas públicas de Recife/PE nos anos de 2007 e 2012. O diagnóstico nutricional foi realizado a partir dos índices antropométricos altura-para-idade (A/I) e IMC/I, tomando-se como base a referência da Organização Mundial de Saúde e empregando-se o programa WHO AnthroPlus® versão 3.2.2. Os resultados foram expressos em escores Z, considerando baixa estatura e baixo peso escore Z de A/I (ZAI) e de IMC/I (ZIMC/I) abaixo de um desvio-padrão (DP). Para ser classificada com excesso de ganho no follow-up, a adolescente deveria apresentar um ganho excessivo no escore Z do IMC/I (GEZIMC/I) entre o follow-up e o baseline >0,63. A menarca foi considerada precoce quando se instalou em uma idade inferior à mediana de ocorrência da idade da menarca das meninas do estudo (12 anos). Em 2007, 33,5% das meninas apresentaram excesso de peso e, ao final do estudo, esta prevalência foi de 26,2%, não tendo sido evidenciada diferença estatisticamente significante. Ao longo dos 5 anos de estudo, 126 das 382 meninas apresentaram um GEZIMC/I. No baseline, das 126 meninas que apresentaram um GEZIMC/I, 120 estavam eutróficas ou com baixo peso e, no follow-up, 76 meninas apresentavam excesso de peso. Ou seja, além de ter havido um GEZIMC/I, 76 meninas mudaram de categoria no ZIMC/I. Após a análise de regressão logística, foram associados ao GEZIMC/I o estado nutricional magro e eutrófico e o excesso de peso materno. Das 382 meninas, 255 encontravam-se no final da maturação sexual (estágios 4 e 5) e estavam eutróficas na época da menarca. Dentre elas, verificou-se que 32,9% apresentaram menarca precoce, contudo não foi evidenciado diferencial estatisticamente significante entre meninas com e sem menarca precoce em relação a variáveis antropométricas e laboratoriais. Acredita-se que as adolescentes com baixo peso e eutróficas tenham apresentado um GEZIMC/I devido a uma proteção fisiológica e o excesso de peso materno apresentou influência no estado nutricional das adolescentes devido à exposição ao ambiente obesogênico. Assim como, acredita-se que a menarca precoce tenha uma maior relação com o excesso de peso durante a infância, ou seja, que ela seja uma consequência e não a causa do excesso de peso. Uma grande limitação é o fato de não haver informações sobre o estado nutricional das adolescentes na infância, sendo necessários mais estudos longitudinais que abranjam um acompanhamento mais precoce. CNPQ The increasing prevalence of overweight and obesity in adolescents has aroused concern; therefore, it is difficult to establish an adequate weight gain at this age group due to great changes in body composition. Some studies have suggested that overweight is a result of early menarche, having an association with high body mass index (BMI) in adulthood. The objective of this study was to evaluate the occurrence of excessive gain in body mass index-for-age (BMI/A) and its associated factors as well as the influence of early sexual maturation in overweight, abdominal obesity, and metabolic changes at the end of sexual maturation in adolescente girls. Data were collect from a cohort study of adolescents recruited from public schools in Recife/PE between 2007 and 2012. Nutritional diagnosis was based on height-for-age (H/A) and body-mass-index-for-age index (BMI/A), in accordance with the World Health Organization and the WHO AnthroPlus® version 3.2.2. Results were expressed as Z scores, considering short-stature and underweight Z score for H/A (H/A-Z) and BMI /A (BMI /A-Z) below one standard deviation (SD). To be classified as excess of gain at follow-up, the adolescent should have an excessive gain in massa index-for-age Z-score (EGBMI/A-Z) between the follow-up and baseline >0.63. Menarche was considered early when reported earlier than 12 years, which is below the median age of menarche among the studied girls. Over the five years, 126 of 382 girls showed an EGBMI/AZ. At baseline, the 126 girls who had an EGBMI/AZ, 120 were at normal weight or underweight and at follow-up, 76 girls were overweight. That is, in addition to having been a EGBMI/AZ, 76 girls changed category in BMI/AZ. After logistic regression analysis, underweight and normal weight and maternal overweight were associated with EGBMI/AZ. Of the 382 girls, 255 were at late sexual maturation (stages 4 and 5) and were normal weight at menarche. Among them, 32.9% had early menarche, but no statistically significant difference were observed between girls with and without early menarche and antropompetric and laboratory variables. The fact that the underweight and normal weight have been associated with EGBMI/AZ could be due to a physiological protection for the occurrence of menarche and, indeed, excessive maternal weight has a major influence on nutritional status of adolescent girls due to exposure to obesogenic environment. As it is believed that early menarche have a higher relationship with the excess weight during childhood , or it is a consequence rather than a cause of overweight. A major limitation of the study is that there is no information on the nutritional status of these adolescents in childhood, thus, longitudinal studies with earlier monitoring are necessary. 2016-07-14T17:56:45Z 2016-07-14T17:56:45Z 2016-01-27 doctoralThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17394 por Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Nutricao
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ARAÚJO, Maria Lúcia Diniz
Alterações antropométricas e metabólicas: um estudo longitudinal em adolescentes do sexo feminino de Recife/PE
description O aumento da prevalência do excesso de peso em adolescentes tem despertado preocupação, sendo difícil estabelecer um ganho de peso adequado nessa faixa etária já que é um período de grandes mudanças na composição corporal. Alguns estudos sugerem que o excesso de peso é uma consequência da menarca precoce, havendo uma associação com elevado índice de massa corporal (IMC) na idade adulta. O presente trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência do ganho excessivo no índice de massa corporal/idade (IMC/I) e seus fatores associados, assim como a influência da maturação sexual precoce no excesso de peso, obesidade abdominal e alterações metabólicas ao final da maturação sexual em adolescentes do sexo feminino. Os dados analisados foram provenientes de um estudo de coorte com adolescentes recrutadas em escolas públicas de Recife/PE nos anos de 2007 e 2012. O diagnóstico nutricional foi realizado a partir dos índices antropométricos altura-para-idade (A/I) e IMC/I, tomando-se como base a referência da Organização Mundial de Saúde e empregando-se o programa WHO AnthroPlus® versão 3.2.2. Os resultados foram expressos em escores Z, considerando baixa estatura e baixo peso escore Z de A/I (ZAI) e de IMC/I (ZIMC/I) abaixo de um desvio-padrão (DP). Para ser classificada com excesso de ganho no follow-up, a adolescente deveria apresentar um ganho excessivo no escore Z do IMC/I (GEZIMC/I) entre o follow-up e o baseline >0,63. A menarca foi considerada precoce quando se instalou em uma idade inferior à mediana de ocorrência da idade da menarca das meninas do estudo (12 anos). Em 2007, 33,5% das meninas apresentaram excesso de peso e, ao final do estudo, esta prevalência foi de 26,2%, não tendo sido evidenciada diferença estatisticamente significante. Ao longo dos 5 anos de estudo, 126 das 382 meninas apresentaram um GEZIMC/I. No baseline, das 126 meninas que apresentaram um GEZIMC/I, 120 estavam eutróficas ou com baixo peso e, no follow-up, 76 meninas apresentavam excesso de peso. Ou seja, além de ter havido um GEZIMC/I, 76 meninas mudaram de categoria no ZIMC/I. Após a análise de regressão logística, foram associados ao GEZIMC/I o estado nutricional magro e eutrófico e o excesso de peso materno. Das 382 meninas, 255 encontravam-se no final da maturação sexual (estágios 4 e 5) e estavam eutróficas na época da menarca. Dentre elas, verificou-se que 32,9% apresentaram menarca precoce, contudo não foi evidenciado diferencial estatisticamente significante entre meninas com e sem menarca precoce em relação a variáveis antropométricas e laboratoriais. Acredita-se que as adolescentes com baixo peso e eutróficas tenham apresentado um GEZIMC/I devido a uma proteção fisiológica e o excesso de peso materno apresentou influência no estado nutricional das adolescentes devido à exposição ao ambiente obesogênico. Assim como, acredita-se que a menarca precoce tenha uma maior relação com o excesso de peso durante a infância, ou seja, que ela seja uma consequência e não a causa do excesso de peso. Uma grande limitação é o fato de não haver informações sobre o estado nutricional das adolescentes na infância, sendo necessários mais estudos longitudinais que abranjam um acompanhamento mais precoce.
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