Prevalência, gravidade e fatores associados à asma e a ocorrência do broncoespasmo induzido por exercício em adolescentes de uma região de baixa umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar é descrita como um importante fator associado à asma e ao broncoespasmo induzido por exercício (BIE). Esta tese teve como objetivo avaliar a prevalência, a gravidade e os fatores associados à asma, assim como a ocorrência do broncoespasmo induzido por exercício em uma reg...

Full description

Main Author: CORREIA JUNIOR, Marco Aurélio de Valois
Other Authors: SARINHO, Silvia Wanick
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2016
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17413
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Summary: A umidade relativa do ar é descrita como um importante fator associado à asma e ao broncoespasmo induzido por exercício (BIE). Esta tese teve como objetivo avaliar a prevalência, a gravidade e os fatores associados à asma, assim como a ocorrência do broncoespasmo induzido por exercício em uma região de clima quente e seco. Os fatores associados à asma avaliados foram sexo, renda familiar, escolaridade da mãe, fumante na residência, antecedente de asma nos genitores, rinite, dermatite atópica e nível de atividade física. A classificação das doenças alérgicas, assim como sua gravidade foi realizada por meio do questionário International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). O BIE foi definido por uma redução no volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) maior do que 10% e o limite da redução no VEF1 com 95% de confiança (média percentual das quedas no VEF1 - 2 vezes desvio padrão) serviu para avaliar uma resposta normal nos assintomáticos. No que se refere à asma, as razões de prevalência bruta e ajustada foram calculadas para cada variável exploratória utilizando-se a regressão de Poisson. Participaram da pesquisa 1.591 adolescentes, sendo 49,7% do sexo masculino. As prevalências para asma em atividade, asma grave e diagnóstico médico de asma foram de 14,0%, 10,4% e 17,8%, respectivamente. Adolescentes asmáticos faltaram mais as aulas do que seus pares (33 vs 22 aulas/ano; p<0.03). Fatores associados que permaneceram significantes após ajuste foram antecedentes de asma nos genitores (RP = 2,65, p<0,001) e diagnóstico pessoal de rinite (RP = 1,96, p<0,001) e/ou dermatite atópica (RP = 2,18, p<0,001). Dos 1.591 estudantes, 1139 foram classificados como assintomáticos respiratórios, 223 como asmáticos e 229 como riníticos. O teste de broncoprovocação foi realizado em 114 indivíduos (36,8% homens) dos quais 54 eram assintomáticos respiratórios, 30 com asma sem sintomas respiratórias e 30 com rinite sem asma. Os asmáticos tiveram mais BIE em comparação aos riníticos sem asma e aos assintomáticos (46,7% vs 13,3% e 7,4%, p = 0,001). A resposta normal nos assintomáticos não ultrapassou um VEF1 > 8%. Neste ambiente de baixa umidade foram observadas menor prevalência, mas maior gravidade da asma que aquelas relatadas em outras cidades brasileiras. O clima seco talvez possa dificultar o controle adequado da doença e isso pode ter contribuído para o maior absenteísmo escolar observado. A associação com a rinite e a dermatite atópica, bem como com antecedentes de asma nos genitores sugerem que a atopia é importante fator de risco para a asma nesta população. O BIE teve como esperado uma maior prevalência nos asmáticos e a maior queda no VEF1 observada nos assintomáticos estava dentro dos valores recomendados na literatura mundial.