Efeito do Paratormônio sobre a ingestão alimentar e o estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica
A doença renal crônica constitui, atualmente, importante problema de saúde pública. Graças às terapias substitutivas da função renal, um crescente número de pacientes sobrevive a esta patologia. Apesar da diálise, alguns distúrbios metabólicos não são corrigidos e os pacientes freqüentemente evol...
Main Author: | MENEZES, Marina de Oliveira |
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Format: | bachelorThesis |
Language: | por |
Published: |
2017
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18227 |
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Summary: |
A doença renal crônica constitui, atualmente, importante problema de saúde pública.
Graças às terapias substitutivas da função renal, um crescente número de pacientes
sobrevive a esta patologia. Apesar da diálise, alguns distúrbios metabólicos não são
corrigidos e os pacientes freqüentemente evoluem com diversas alterações clínicas.
Dentre estas alterações, destaca-se o Hiperparatireoidismo Secundário (HPT2). O
quadro clínico do HPT2 é bastante variado e, devido as suas alterações fisiológicas,
os pacientes estão submetidos a inúmeras complicações. Algumas destas
alterações podem contribuir para a desnutrição protéico-calórica (DPC). A DPC é
bastante evidenciada na insuficiência renal crônica (IRC) e influencia diretamente no
aumento da taxa de morbidade e mortalidade dos pacientes renais. Assim, o
presente estudo tem como objetivo, avaliar a influência do paratormônio sobre a
ingestão alimentar e sua relação com o estado nutricional de pacientes com IRC.
Neste estudo foram avaliados 42 pacientes adultos, do Hospital das Clínicas de
Pernambuco. Para a coleta de dados foi utilizado questionário de avaliação, no qual
continha informações sobre dados antropométricos (peso, altura, IMC, PCT, CMB e
AMBc), laboratoriais (cálcio, fósforo, colesterol total, albumina, creatinina e PTH),
dietéticos (recordatório de 24horas) e da bioimpedância (% gordura e água
corporal). As variáveis foram comparadas entre dois grupos, conforme níveis de
PTH. Os resultados são apresentados em média e desvio padrão. Nas análises dos
dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS, utilizando o teste “t” de Student e o
Coeficiente de Correlação de Pearson. Foi realizada também a análise de regressão
linear múltipla, considerando a % de gordura corporal como variável dependente. A
composição corporal analisada pela bioimpedância demonstrou percentual de
gordura aumentado para homens e mulheres, enquanto que na avaliação bioquímica
o Colesterol total mostrou-se diminuído e o PTH elevado. Quando comparados
conforme níveis de PTH, O grupo 2 apresentou-se significativamente mais jovem,
possuía fósforo sérico e paratormônio mais elevado e menor percentual de gordura
corporal, quando comparado ao grupo 1. Observou-se correlação negativa entre o
PTH e o percentual de gordura corporal. No modelo de regressão linear múltipla, o
PTH sozinho explica 46% da variação da gordura corporal na amostra estudada.
Adicionalmente, demonstra que a idade pouco influenciou na composição corporal
destes pacientes. Os resultados evidenciaram que com consumo alimentar
semelhante, o paratormônio influenciou negativamente na gordura corporal,
independente da idade, o que demonstra os efeitos deletérios deste hormônio sobre
a composição corporal e sua contribuição para o aumento da mortalidade. Assim, o
acompanhamento nutricional deve ser cuidadoso e contínuo, uma vez que estes
pacientes diferem extremamente da população em geral e novos estudos devem ser
realizados a cerca da problemática do HPT2, a fim de senão prevenir, minimizar a
deterioração do Estado Nutricional. |
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