Origem biogeográfica da liquenobiota foliícola dos brejos de altitude do Nordeste do Brasil

Os liquens foliícolas apresentam uma distribuição ampla em florestas tropicais úmidas. A Mata Atlântica, uma das florestas mais diversas do mundo, apresenta diversas fitofisionomias, entre elas os Brejos de Altitude. Estes Brejos, também chamados Refúgios florestais, estão localizados na região Nord...

Full description

Main Author: SANTOS, Viviane Monique dos
Other Authors: CÁCERES, Marcela Eugenia da Silva
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2018
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24292
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Summary: Os liquens foliícolas apresentam uma distribuição ampla em florestas tropicais úmidas. A Mata Atlântica, uma das florestas mais diversas do mundo, apresenta diversas fitofisionomias, entre elas os Brejos de Altitude. Estes Brejos, também chamados Refúgios florestais, estão localizados na região Nordeste do Brasil, circundados por vegetação de Caatinga. Nosso objetivo foi registrar a diversidade de liquens foliícolas em cinco Brejos, nos estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe e analisar a origem biogeográfica desses organismos. A composição da liquenobiota foliícola dos cinco Brejos foi comparado com a composição de 21 áreas situadas em seis regiões neotropicais na América Central e América do Sul desde a Mata Atlântica do Sul, na Argentina, e a Floresta Tropical andina no Equador até a grande bacia amazônica e as terras baixas e montanas na Costa Rica, Guatemala e México. Foram identificadas 158 espécies de liquens foliícolas nos cinco Brejos de Altitude. Os resultados mostram que os Brejos, a Mata Atlântica e a Amazônia Oriental possuem uma liquenobiota biogeograficamente semelhante, enquanto a liquenobiota da Amazônia Ocidental é similar a da porção andina e de terras baixas e montanas da América Central. A maioria das espécies dos Brejos apresentou ampla distribuição nas Américas tropicais, e somente 10 espécies, identificadas como novas neste estudo, tem potencial para serem endêmicas. Poucas espécies foram consideradas raras, por exemplo Calenia dictyospora, Echinoplaca leucomuralis, Gyalectidium areolatum, G. denticulatum, G. fuscum, G. laciniatum, G. puntilloi, Gyalideopsis cochlearifera, Microtheliopsis uniseptata, Porina cubana, Strigula vulgaris, Tricharia aulaxiniformis, T. paraguayensis, e Trichothelium intermedium que apresentam distribuição restrita a poucas localidades nos neotrópicos. Não foram identificadas espécies indicadoras para os Brejos de Altitude. As maiores diferenças biogeográficas entre as regiões devem estar relacionadar ao período Pleistoceno, onde ocorreram diversas mudanças climáticas e geológicas que proporcionaram o isolamento das áreas de Brejos de Altitude da Mata Atlântica e a fragmentação temporária das regiões amazônicas.