Abuso sexual infantil: sentidos compartilhados por professores
O abuso sexual infantil tornou-se um problema de saúde pública, que perpassa diferentes classes sociais, culturas, etnias e relações de gênero. O objetivo desta pesquisa foi compreender como professores de Educação Infantil representam o abuso sexual de crianças nessa etapa de escolarização. O estud...
Main Author: | FREIRE, Suelen Batista |
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Other Authors: | MACHADO, Laeda Bezerra |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2018
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24319 |
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Summary: |
O abuso sexual infantil tornou-se um problema de saúde pública, que perpassa diferentes classes sociais, culturas, etnias e relações de gênero. O objetivo desta pesquisa foi compreender como professores de Educação Infantil representam o abuso sexual de crianças nessa etapa de escolarização. O estudo parte do pressuposto de que a escola se mostra como um ambiente com alto potencial de detecção do abuso sexual infantil, mas os professores não se sentem preparados para detectar o abuso e agir diante de tais situações. Nesta investigação, a infância é compreendida como uma construção histórica, social e psicológica, e não como um dado puramente biológico. O abuso sexual, por sua vez, constitui-se como um jogo desigual de poder em que alguém em uma posição de autoridade aproveita-se de outra para satisfação de seus interesses sexuais. O referencial teórico-metodológico da investigação foi a Teoria das Representações Sociais, originada por Serge Moscovici, particularmente, a abordagem estrutural das Representações Sociais, que tem Jean Claude Abric como um de seus principais expoentes. Conforme esta abordagem, as Representações Sociais se organizam a partir de um núcleo central (em que se encontram os elementos mais normativos e resistentes à mudança) e de um sistema periférico (com elementos que contextualizam e atualizam constantemente as representações). A metodologia adotada está circunscrita na abordagem qualitativa e foi desenvolvida em duas etapas. Participaram da primeira etapa 44 professoras, que responderam a um questionário contendo dois testes de associação livre de palavras, cuja análise foi desenvolvida a partir de quadros de quatro casas, tendo sido utilizado o software EVOC. Na segunda etapa, integrou o estudo um subgrupo de três professoras participantes da primeira. Nessa última fase, utilizamos um instrumento projetivo inspirado no Jogo de Areia. Os dados da segunda etapa da coleta de dados foram submetidos à Análise de Conteúdo Categorial. Os resultados da pesquisa apontaram para um conteúdo das representações de abuso sexual na educação infantil voltado para elementos que tratavam da vítima, do agressor, do professor que convive com crianças que são possíveis vítimas de abuso sexual e de outros atores envolvidos nesse processo, principalmente a família, associando-a à negligência. O núcleo central evidenciou a violência envolvida no abuso que destrói a inocência da criança e a revolta que os professores sentem em virtude disso. Considerando que a escola pode ser um local propício para o enfrentamento do abuso sexual infantil, os resultados desta pesquisa não são promissores. Constatamos que as professoras, embora tenham a sensibilidade necessária para detectar o problema não se sentem preparadas para enfrentar a situação, que é extremamente complexa e desafiadora. |
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