Ocorrência de marcadores dos vírus da hepatite B e C e de infecção oculta pelo vírus da hepatite B em pacientes com hanseníase na Paraíba

Estudos têm reportado maiores prevalências de marcadores sorológicos do vírus da hepatite B (HBV) e da hepatite C (HCV) em pacientes hansênicos e sua associação com os episódios reacionais. Por outro lado, a deficiência imune apresentada por esses pacientes pode predispor à ocorrência de infecção oc...

Full description

Main Author: COSTA, Joanne Elizabeth Ferraz da
Other Authors: COÊLHO, Maria Rosângela Cunha Duarte
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2018
Subjects:
HBV
HCV
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24984
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Summary: Estudos têm reportado maiores prevalências de marcadores sorológicos do vírus da hepatite B (HBV) e da hepatite C (HCV) em pacientes hansênicos e sua associação com os episódios reacionais. Por outro lado, a deficiência imune apresentada por esses pacientes pode predispor à ocorrência de infecção oculta pelo HBV. O objetivo desta pesquisa foi determinar a prevalência e fatores de risco para os marcadores sorológicos do HBV e do HCV e para a infecção oculta pelo HBV em pacientes com hanseníase. Foi realizado estudo transversal no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2016 em pacientes de Centro de Referência em hanseníase na Paraíba, que após assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido foram submetidos à entrevista e coleta de amostras sanguíneas. Os testes sorológicos (ELISA) foram realizados no Setor de Virologia do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Amostras de plasma foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado da Paraíba para estudo molecular (HBV DNA; HCV RNA) por PCR em tempo real. Foram incluídos 403 pacientes no estudo sorológico e 114 pacientes na pesquisa da infecção oculta (HBV DNA). Foi observada frequência de anti-HBc de 14,1% (57/403), de HBsAg 0% (0/403), de anti-HBs isolado 14,1% (57/403), de anti-HCV 0,5% (2/403) e de infecção oculta por HBV 5,3% (6/114). Quanto aos fatores de risco, identificou-se associação do anti-HBc com ter trabalhado na área de saúde e com um menor número de anos de estudo (até nove anos). Não foi observada associação do anti-HBc ou anti-HCV com episódios reacionais, porém identificou-se associação da infecção oculta pelo HBV com história de episódio reacional tipo 2. Assim, as prevalências dos marcadores do HBV e do HCV em hansênicos de Centro de Referência na região Nordeste foram semelhantes às da população geral da mesma região, sugerindo que estes pacientes não apresentam propensão para a infecção crônica por esses vírus. Este foi o primeiro estudo no Brasil sobre a infecção oculta pelo HBV em hansênicos, demonstrando que a pesquisa do HBV DNA deve ser considerada durante o acompanhamento do paciente com hanseníase, tendo em vista a possibilidade de ocorrência de infecção oculta nesses indivíduos. Estudos prospectivos que incluam maior número de pacientes poderão contribuir para uma melhor compreensão da influência da infecção oculta na evolução da hanseníase e em seu tratamento.