Influência da condição socioeconômica na qualidade da estimulação domiciliar de crianças

As privações ocorridas durante a infância podem repercutir na saúde e capacidade produtiva na vida adulta. Dentre estas, destaca-se a pobreza, condição que aumenta a probabilidade da existência de múltiplos fatores que interagem entre si, potencializando os efeitos negativos sobre os indivíduos, a f...

Full description

Main Author: SILVA, Rebeca de Oliveira
Other Authors: LIMA, Marilia de Carvalho
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 2018
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25167
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Summary: As privações ocorridas durante a infância podem repercutir na saúde e capacidade produtiva na vida adulta. Dentre estas, destaca-se a pobreza, condição que aumenta a probabilidade da existência de múltiplos fatores que interagem entre si, potencializando os efeitos negativos sobre os indivíduos, a família e sobre as condições ambientais, além de proporcionarem um ambiente mais pobre em estímulos adequados. O presente estudo objetivou verificar os fatores associados à qualidade da estimulação do ambiente domiciliar de crianças em comunidades de baixa renda. O delineamento do estudo foi do tipo transversal, realizado em uma amostra de 246 crianças na faixa etária de seis meses a três anos de idade, pertencentes a duas comunidades da cidade do Recife. A coleta de dados foi realizada no período de agosto de 2015 a julho de 2016. A variável de desfecho foi a qualidade da estimulação do ambiente domiciliar avaliada através do Home Observation for Measurement of the Environment Inventory (HOME). As variáveis explanatórias foram: situação socioeconômica, condições demográficas e saúde mental materna, vínculo mãe-bebê e fatores biológicos da criança. A análise de regressão linear multivariada foi utilizada para verificar o efeito ajustado das variáveis explanatórias na qualidade da estimulação do ambiente domiciliar. O índice médio do HOME para a amostra foi 21,67 pontos (DP 6,5). Os resultados da análise multivariada mostraram redução significantemente maior na média da qualidade do ambiente domiciliar nas famílias com pior condição socioeconômica, cujas mães apresentavam menor escolaridade, com maior número de pessoas na residência, entre as mais jovens e que não coabitavam com o companheiro. O índice socioeconômico foi a variável que melhor a variação do HOME (20,8%) e o conjunto de variáveis explicou 37,7%. Concluímos que a precária condição socioeconômica, mães mais jovens e sem suporte do companheiro influenciaram negativamente a qualidade da estimulação do ambiente domiciliar disponível para a criança. Ressaltamos a importância de um ambiente estimulante, a fim de propiciar um adequado desenvolvimento neuropsicomotor.