Avaliação da neurotransmissão glutamatérgica no núcleo do trato solitário de ratos submetidos à desnutrição proteica perinatal

A restrição proteica materna durante gestação e lactação constitui impotante fator de risco que predispõe a hiperativação simpática e, consequentemente, a instalação de hipertensão arterial na prole adulta. Porém os mecanismos centrais envolvidos na etiologia da hipertensão ainda são mal compreendid...

Full description

Main Author: ALVES, Debora Santos
Other Authors: SILVA, João Henrique da Costa
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2018
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25443
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Summary: A restrição proteica materna durante gestação e lactação constitui impotante fator de risco que predispõe a hiperativação simpática e, consequentemente, a instalação de hipertensão arterial na prole adulta. Porém os mecanismos centrais envolvidos na etiologia da hipertensão ainda são mal compreendidos. Dessa forma, a desregulação da neurotransmissão glutamatérgica emerge como um suposto gatilho de indução de hipertensão neural. Neste estudo testamos a hipótese de que a disfunção da neurotransmissão glutamatérgica em regiões-chave do controle cardiorrespiratório, como o núcleo do trato solitário (NTS), leva à hipertensão arterial nesta condição experimental. Ratos Wistar foram alimentados com uma dieta controle (normoproteica, NP, 17% de proteína) ou hipoproteica (HP, 8% de proteína) durante a gestação e lactação, e as proles de machos foi avaliada entre 70-90 dias de vida. Medidas diretas da pressão arterial média (PAM), freqüência cardíaca (FC) e frequência respiratória (FR) foram registradas em ratos anestesiados e não-anestesiados. Os efeitos da neurotransmissão glutamatérgica no NTS comissural (coordenadas estereotáxicas: AP-14 mm, LL: ± 0,5 mm, DV: -9 mm em relação ao bregma) sobre o sistema cardiovascular foram avaliados através de microinjeção unilateral de glutamato (L-glu 0.5 nmol/50 nL) e bilateral de ácido quinurênico (Kyn 2.5 nmol/50 nL). Além disso, foi realizado RT-PCR quantitativo para avaliar a expressão de RNAm de receptores glutamatérgicos (Grin1, Gria1 e Grm1) e proteína associada ao receptor GABA (A) 1 (Gabarapll) no tronco cerebral. Os ratos dos grupos NP e HP foram comparados utilizando o teste t de Student não pareado, sendo o valor de p<0,05 significativo. Animais HP apresentaram menor peso entre 1-60 dias e maior PAM entre 70-90 dias de vida. Aos 22 dias, o grupo HP apresentou menores níveis plasmáticos de proteínas totais, albumina, triglicérides, colesterol e maior glicemia de jejum. Aos 30 dias, os ratos HP ainda apresentavam níveis plasmáticos mais baixos de proteínas totais e albumina, mas triglicérides mais elevados. O grupo HP anestesiado apresentou maior resposta em relação ao ΔFC, e ambos animais anestesiados e não-anestesiados HP apresentaram maior resposta e sensibilidade à microinjeção de L-glu no NTS sobre ΔMAP quando comparado ao grupo controle. Além disso, os níveis de expressão de RNAm de Gabarapll estavam reduzidos no tronco cerebral do grupo HP (p <0,05, teste t). Nossos dados sugerem que a dieta materna hipoproteica durante gestação e lactação pode alterar a neurotransmissão glutamatérgica no NTS, tonando-se um fator de risco para o aumento de pressão arterial na idade adulta.