Avaliação do potencial anti-inflamatório e antinociceptivo de Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. (Melastomataceae)
As espécies da família Melastomataceae destacam-se por possuírem propriedades antimicrobiana, antitumoral, analgésica e antimalárica. Dentre os gêneros da família Melastomataceae, o gênero Miconia compreende 1/4 das espécies conhecidas. Tendo em vista poucos estudos relatados na literatura sobre esp...
Main Author: | CARRAZZONI, Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Gatis |
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Other Authors: | SILVA, Teresinha Gonçalves da |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2018
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25963 |
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ir-123456789-259632019-10-26T04:48:38Z Avaliação do potencial anti-inflamatório e antinociceptivo de Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. (Melastomataceae) CARRAZZONI, Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Gatis SILVA, Teresinha Gonçalves da http://lattes.cnpq.br/7703383443658977 http://lattes.cnpq.br/8298663599011575 Fitoquímicos Melastomataceae Antioxidantes As espécies da família Melastomataceae destacam-se por possuírem propriedades antimicrobiana, antitumoral, analgésica e antimalárica. Dentre os gêneros da família Melastomataceae, o gênero Miconia compreende 1/4 das espécies conhecidas. Tendo em vista poucos estudos relatados na literatura sobre espécies de Miconia, este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil fitoquímico, toxicidade a atividades farmacológicas dos extratos hexânico, acetato de etil e metanólico das folhas de M. minutiflora. O perfil fitoquímico foi analizado por cromatografia em camada delgada. O teor de fenóis totais e a atividade antioxidante foi determinada através do método do DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil). O extrato de metanólico de M. minutiflora (Mm-MeOH) foi submetido à cromatografia líquida de alta eficiência com matriz de detector de diodo (CLAE -DAD) para a identificação dos principais polifenóis bioativos. Para avaliar a segurança de utilização dos extratos, foram feitos testes de citotoxicidade frente a várias linhagens de células e a toxicidade aguda in vivo. Para a realização dos testes in vivo foram utilizados camundongos albinos Swiss e ratos Wistar (n = 06). O potencial anti-inflamatório foi avaliado através dos modelos de bolsão de ar e edema de pata induzidos por carragenina, permeabilidade vascular, edema de orelha induzido por óleo de cróton e pleurisia induzida por carragenina com determinação dos níveis de citocinas (TNF, IL-1β) e óxido nítrico (NO), dos exsudatos inflamatórios. Para a avaliação da atividade cicatrizante, foi utilizado o método de ferida excisional. Na avaliação da atividade antinociceptiva foram utilizados os testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético e o teste da formalina. A ação do extrato frente aos receptores adrenérgicos e opióide também foi avaliada. A triagem fitoquímica do Mm-MeOH indicou a presença de compostos fenólicos, derivados antracênicos, esteroides e triterpenos no Mm-MeOH. O CLAE-DAD revelou a presença de ácido gálico, ácido elágico e rutina no Mm-MeOH. Este extrato apresentou maior concentração de fenólicos totais, como também melhor atividade antioxidante e baixa citotoxicidade frente à linhagem J774.A1 (inibição de 8,8%). No teste de toxicidade aguda, não foi observada nenhuma variação significativa no peso, consumo de ração e água e no peso dos órgãos em relação aos animais do grupo controle, cujo valor da DL50 foi superior a 2.000 mg/kg. Mm-MeOH (100 mg/kg) inibiu a resposta inflamatória, reduzindo amigração leucocitária no teste do bolsão de ar (70%), a formação do edema de pata na terceira hora de observação (40%), como também reduziu a produção da MPO. O Mm-MeOH também reduziu a permeabilidade vascular (56%) e o edema de orelha. Houve redução da migração leucocitária no teste da pleurisia, como também diminuição dos níveis de TNF e IL-1β no exudato pleural. A formulação a base de Mm-Meoh 10% (FSSMm) apresentou atividade cicatrizante significativa, principalmente no 14º dia após a incisão, com aumento do percentual de contração da ferida (90 ± 4 %) e progressos na remodelação do tecido danificado, incluindo a formação de anexos cutâneos, quando comparado ao grupo controle. Mm-MeOH apresentou atividade antinociceptiva com a redução do número de contorções abdominais (58,9%) e aumentou a limiar da dor no teste da formalina. Este extrato reverteu à ação antinociceptiva quando os animais foram pré-tratados com um antagonista α2-adrenérgicos, entretanto não reverteu a a ação antinociceptiva quando os animais foram pré-tratados com naloxona. Podemos concluir que Mm-MeOH possui ação anti-inflamatória, antinociceptiva, cicatrizantes e baixa toxicidade. A atividade anti-inflamatória está associada à inibição da migração leucocitária, da liberação de aminas vasoativas e citocinas pró-inflamatórias (TNF e IL-1β). Em relação à atividade antinociceptiva, o Mm-MeOH atua na dor inflamatória, pelo menos em parte, ativando os receptores α2-adrenérgicos. FACEPE The Brazilian ecosystems have a variety of native species with potential application in the pharmaceutical field and which are targets of research for the production of phytotherapycs/phytochemicals. The species of Melastomataceae family stand out for having antimicrobial, antitumor, analgesic and anti-malarial properties. Miconia is the largest family genre and comprises 1/4 of the known species. This study aimed to evaluate the phytochemical profile and antioxidant, cytotoxic, acute toxicididade, anti- inflammatory, healing and antinociceptive activities in organic extracts of Miconia minutiflora. Were prepared hexane, ethyl acetate and methanol extracts of M. minutiflora leaves. The phytochemical profile was analyzed by thin layer chromatography. It was determined the total phenolic content and antioxidant activity by DPPH method (2,2-diphenyl -1 - picryl hydrazyl). The methanol extract of M. minutiflora (Mm-MeOH) was subjected to high-performance liquid chromatography with detector diode array (HPLC-DAD) for the identification of the major bioactive polyphenols.To evaluate the safety of use of crude extracts, they were subjected to in vitro cytotoxicity against several cell lines and acute toxicity in vivo. For the realization of in vivo tests was used albino Swiss mice and Wistar rats, divided into groups of 6 animals. The anti- inflammatory potential of M. minutiflora extracts was assessed through the air pocket and paw edema induced by carrageenan, with determination of myeloperoxidase activity (MPO) in the plantar tissue, vascular permeability, ear edema induced by croton oil, and pleurisy induced by carrageenan with determination of cytokine levels ( TNF, IL-1β) and nitric oxide (NO) in inflammatory exudates. To evaluate the antinociceptive activity the writhing test induced by acetic acid and formalin test were used. The action of the extract front of the adrenergic receptors and opioid were also evaluated. The phytochemical screening indicated the presence of phenolic compounds, antracenics derivatives, triterpenes and steroids. The HPLC-DAD revealed the presence of gallic acid, ellagic acid and rutin. The methanol extract of M. minutiflora (Mm- MeOH) showed the highest concentration of total phenolics, as well as better antioxidant activity and low cytotoxicity against the J774.A1 cells (8.8%). In the acute toxicity test, we observed no significant change in weight, feed intake and water and the weight of bodies in relation to the control group animals, whose DL50 value was more than 2,000 mg/kg. Mm-MeOH (100 mg/kg) inhibited leukocyte migration by 70% in the air pocket test, inhibited the paw edema formation at the third hour of observation (40 %), but also reduced the production of MPO. The Mm-MeOH extract also reduced vascular permeability (56%) and the ear edema. A reduction of leukocyte migration in pleurisy test, as well as reduction of TNF and IL-1β. Mm- MeOH presented evidenced healing activity mainly from the 14th day after the incision, increasing the percentage of wound contraction (90 ± 4%) and progress in the damaged tissue remodeling, including the formation of skin appendages, when compared to the control group. Mm MeOH (100 m/kg) showed antinociceptive activity by reducing the number of writhes 58,9 %, action as an agonist of the α2-adrenergic receptors and increased the pain threshold in the formalin test. We suggest that the pharmacological potential of Mm-MeOH is associated with phenolic compounds synergism, the release inhibition amines, prostaglandins and inhibiting the release of pro-inflammatory cytokines. On antinociceptive activity, Mm-MeOH acts by peripheral mechanisms, in inflammatory pain and as an agonist of α2 -adrenergic. 2018-08-28T23:12:54Z 2018-08-28T23:12:54Z 2016-07-01 doctoralThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25963 por embargoedAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO |
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Fitoquímicos Melastomataceae Antioxidantes |
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As espécies da família Melastomataceae destacam-se por possuírem propriedades antimicrobiana, antitumoral, analgésica e antimalárica. Dentre os gêneros da família Melastomataceae, o gênero Miconia compreende 1/4 das espécies conhecidas. Tendo em vista poucos estudos relatados na literatura sobre espécies de Miconia, este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil fitoquímico, toxicidade a atividades farmacológicas dos extratos hexânico, acetato de etil e metanólico das folhas de M. minutiflora. O perfil fitoquímico foi analizado por cromatografia em camada delgada. O teor de fenóis totais e a atividade antioxidante foi determinada através do método do DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil). O extrato de metanólico de M. minutiflora (Mm-MeOH) foi submetido à cromatografia líquida de alta eficiência com matriz de detector de diodo (CLAE -DAD) para a identificação dos principais polifenóis bioativos. Para avaliar a segurança de utilização dos extratos, foram feitos testes de citotoxicidade frente a várias linhagens de células e a toxicidade aguda in vivo. Para a realização dos testes in vivo foram utilizados camundongos albinos Swiss e ratos Wistar (n = 06). O potencial anti-inflamatório foi avaliado através dos modelos de bolsão de ar e edema de pata induzidos por carragenina, permeabilidade vascular, edema de orelha induzido por óleo de cróton e pleurisia induzida por carragenina com determinação dos níveis de citocinas (TNF, IL-1β) e óxido nítrico (NO), dos exsudatos inflamatórios. Para a avaliação da atividade cicatrizante, foi utilizado o método de ferida excisional. Na avaliação da atividade antinociceptiva foram utilizados os testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético e o teste da formalina. A ação do extrato frente aos receptores adrenérgicos e opióide também foi avaliada. A triagem fitoquímica do Mm-MeOH indicou a presença de compostos fenólicos, derivados antracênicos, esteroides e triterpenos no Mm-MeOH. O CLAE-DAD revelou a presença de ácido gálico, ácido elágico e rutina no Mm-MeOH. Este extrato apresentou maior concentração de fenólicos totais, como também melhor atividade antioxidante e baixa citotoxicidade frente à linhagem J774.A1 (inibição de 8,8%). No teste de toxicidade aguda, não foi observada nenhuma variação significativa no peso, consumo de ração e água e no peso dos órgãos em relação aos animais do grupo controle, cujo valor da DL50 foi superior a 2.000 mg/kg. Mm-MeOH (100 mg/kg) inibiu a resposta inflamatória, reduzindo amigração leucocitária no teste do bolsão de ar (70%), a formação do edema de pata na terceira hora de observação (40%), como também reduziu a produção da MPO. O Mm-MeOH também reduziu a permeabilidade vascular (56%) e o edema de orelha. Houve redução da migração leucocitária no teste da pleurisia, como também diminuição dos níveis de TNF e IL-1β no exudato pleural. A formulação a base de Mm-Meoh 10% (FSSMm) apresentou atividade cicatrizante significativa, principalmente no 14º dia após a incisão, com aumento do percentual de contração da ferida (90 ± 4 %) e progressos na remodelação do tecido danificado, incluindo a formação de anexos cutâneos, quando comparado ao grupo controle. Mm-MeOH apresentou atividade antinociceptiva com a redução do número de contorções abdominais (58,9%) e aumentou a limiar da dor no teste da formalina. Este extrato reverteu à ação antinociceptiva quando os animais foram pré-tratados com um antagonista α2-adrenérgicos, entretanto não reverteu a a ação antinociceptiva quando os animais foram pré-tratados com naloxona. Podemos concluir que Mm-MeOH possui ação anti-inflamatória, antinociceptiva, cicatrizantes e baixa toxicidade. A atividade anti-inflamatória está associada à inibição da migração leucocitária, da liberação de aminas vasoativas e citocinas pró-inflamatórias (TNF e IL-1β). Em relação à atividade antinociceptiva, o Mm-MeOH atua na dor inflamatória, pelo menos em parte, ativando os receptores α2-adrenérgicos. |
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