Do "Fora Dilma" ao "Não vai ter golpe": análise da cobertura do Jornal do Commercio sobre as manifestações pró e contra o impeachment de Dilma Rousseff em 2016
A presente dissertação analisa a cobertura do Jornal do Commercio sobre as manifestações populares relacionadas o impeachment de Dilma Rousseff realizadas em 2016. Tais protestos levaram milhares de pessoas às ruas do país e foram pautas constantes na mídia nacional e internacional. Especificamente,...
Main Author: | CARDOSO, Laís Cristine Ferreira |
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Other Authors: | ROCHA, Heitor Costa Lima da |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2018
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27537 |
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Summary: |
A presente dissertação analisa a cobertura do Jornal do Commercio sobre as manifestações populares relacionadas o impeachment de Dilma Rousseff realizadas em 2016. Tais protestos levaram milhares de pessoas às ruas do país e foram pautas constantes na mídia nacional e internacional. Especificamente, verificou o posicionamento do jornal acerca das manifestações, avaliando como as disputas políticas foram enquadradas, conferindo a eventualidade da hipótese de criminalização dos protestos ou juízos de valor sobre os mesmos e, por fim, procurando constatar se a cobertura jornalística contribuiu para intensificar a divisão entre manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment. Para tal, foi desenvolvida uma perspectiva metodológica qualiquantitativa a partir da combinação dos métodos de Análise de Conteúdo e Análise do Discurso e levantamento bibliográfico sobre política e democracia, relação entre jornalismo e política, questões sobre discurso e poder, construção social da realidade, mídia e movimentos sociais, entre outros. Foram utilizados diversos autores como Habermas (1983; 1984; 1997; 2002), Hannan Arendt (2004), Norberto Bobbio (1997; 1998; 2000), Noam Chomsky (2013), Beger & Luckmann (1974; 2010), Van Dijk (1992; 2008), Michel Foucault (2014), Pierre Bourdieu (1989. 1990), Antônio Rubim (2016), John B. Thompson (2002), Venício Lima (2003; 2006; 2010; 2013; 2014), entre outros. Percebeu-se que a cobertura do jornal enquadrou os protestos pró impeachment como expressões legítimas do desejo da sociedade, enquanto que as manifestações contra a saída da presidente foram apresentadas como protestos de uma parcela da população movida por interesses político-partidário por estar vinculada ao PT. Assim, ficou evidente a seguinte classificação dos manifestantes: os favoráveis ao impeachment foram apresentados como cidadãos brasileiros imbuídos da missão de representação de toda a população; e os contrários foram caracterizados como militantes do PT. Tais mecanismos denotam juízo de valor por parte do periódico no que concerne às manifestações contrárias ao impeachment de Dilma, que foram dissimulados para aparentar isenção na representação noticiosa. |
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