Variação espacial e sazonal na fauna de morcegos entre uma plantação de eucaliptos e uma área de floresta nativa no norte da Floresta Atlântica
O crescimento demográfico, a industrialização e as diversas atividades socioeconômicas, têm provocado profundas alterações nos ecossistemas naturais, interferindo na composição biótica destes territórios. As florestas tropicais úmidas e, de modo especial a Floresta Atlântica, são um dos ambientes ma...
Main Author: | FERREIRA, Anna Claudia Aca |
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Other Authors: | GARCIA, Ana Cristina Lauer |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2018
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27598 |
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Summary: |
O crescimento demográfico, a industrialização e as diversas atividades socioeconômicas, têm provocado profundas alterações nos ecossistemas naturais, interferindo na composição biótica destes territórios. As florestas tropicais úmidas e, de modo especial a Floresta Atlântica, são um dos ambientes mais afetados por estas ações. Palco de elevada riqueza da fauna e da flora, com diversos representantes endêmicos e muitas espécies ameaçadas de extinção, a Floresta Atlântica é um dos hotspots mundiais para a conservação da biodiversidade. No Brasil, grande parte da Floresta Atlântica se encontra desmatada, sendo essa devastação ainda mais intensa em sua porção costeira ao norte do Rio São Francisco, na sub-região de Pernambuco. Os poucos remanescentes de Floresta Atlântica que ali se encontram estão altamente fragmentados e isolados por paisagens antropizadas, nas quais se incluem as florestas plantadas de eucaliptos com fins de extração madeireira. Alguns estudiosos consideram que as florestas plantadas são territórios complementares para retenção da biodiversidade das florestas nativas, enquanto outros discordam desta função. Aqui avaliamos o papel das florestas plantadas como mantenedoras da biodiversidade de morcegos na porção norte da Floresta Atlântica, estudando uma área de floresta nativa e uma plantação de eucaliptos. Também avaliamos os efeitos da sazonalidade em cada ambiente. Foram coletados 434 indivíduos de 18 espécies de morcegos. Houve maior abundância de morcegos na estação seca nos dois ambientes, de modo que as florestas plantadas parecem não afetar o padrão de sazonalidade característico do ambiente natural. Foram observadas diferenças espaciais na riqueza, com apenas 1/3 das espécies sendo compartilhada entre os hábitats. A abundância de morcegos foi significativamente menor na plantação de eucaliptos, o que indica a maior probabilidade de extinção local das populações que ali se encontram. As análises de NMDS, ANOSIM e SIMPER reforçaram a heterogeneidade entre os ambientes. Nossos resultados revelam que as plantações de eucaliptos são pouco eficientes para a preservação da biodiversidade de morcegos e que as florestas nativas são insubstituíveis nesta função. |
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