Avaliação dos níveis séricos de 25-oh vitamina d em pacientes com doença renal crônica e suas associações com alterações ecodopplercardiográficas
A doença renal crônica (DRC) é um grave problema de saúde no Brasil, com prevalência crescente. Caracteriza-se por perda progressiva e irreversível da função renal, tendo como principais etiologias a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus (DM). A principal causa de morte nos paci...
Main Author: | NEVES, Maria Carolina Nóbrega Rebello |
---|---|
Other Authors: | MARKMAN FILHO, Brivaldo |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2018
|
Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28177 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: |
A doença renal crônica (DRC) é um grave problema de saúde no Brasil, com prevalência crescente. Caracteriza-se por perda progressiva e irreversível da função renal, tendo como principais etiologias a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus (DM). A principal causa de morte nos pacientes renais crônicos é a doença cardiovascular (DCV), que está associada a diversos fatores de risco tradicionais, tais como, HAS, hipertrofia de ventrículo esquerdo, DM, aterosclerose, tabagismo, dislipidemia e idade avançada. Porém, apenas os fatores de risco tradicionais não explicam a excessiva mortalidade encontrada nestes pacientes. Desta forma, outros fatores de risco, chamados de não tradicionais, têm recebido maior atenção como: inflamação, hiperfosfatemia, hiperparatireoidismo, anemia, microalbuminúria e hipovitaminose D. Os níveis séricos baixos de 25-OH vitamina D (vit D) estão associados à alteração de função miocárdica e geometria ventricular nos pacientes com DRC. A partir disso, objetivou-se realizar um estudo de corte transversal em pacientes com DRC para avaliar a associação entre os níveis séricos baixos de vit D e alterações cardíacas obseravadas ao ecodopplercardiograma (ECO) em pacientes com DRC em tratamento conservador. Os pacientes foram classificados em estágios, de acordo com as diretrizes do KDIGO e com a taxa de filtração glomerular estimada, utilizando a equação CKD-EPI (Chronic Kidney Disease - Epidemiology Collaboration), através das medidas séricas da creatinina. Os níveis séricos de vit D foram dosados e classificados em deficiente/insuficiente quando níveis séricos menores do que 30ng/mL e normais, quando iguais ou maiores que 30ng/ml. Todos os pacientes foram submetidos ao ECO e as alterações foram classificadas segundo os critérios da American Society of Echocardiography. As medidas ecodopplercardiográficas incluíam: fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), massa do VE e índice de massa do VE. Para o cálculo da FEVE, foram utilizados os métodos de Teicholtz ou o de Simpson, quando presente déficit segmentar. Foram avaliados 141 pacientes com DRC (estágios 3, 4 e 5), em um único centro de referência de nefrologia, por um período de seis meses. Destes, 137 dosaram os níveis séricos de vit D e 112 realizaram o ECO. A média de idade dos pacientes foi de 58,8 ± 16,0 anos. A maioria dos pacientes era do sexo feminino e 80% se declararam não negros. Na análise multivariada, ajustada pelas possíveis variáveis de confusão, os níveis séricos de vit D deficientes/insuficientes foram fatores de risco independentes para a ocorrência de geometria ventricular alterada (OR: 3,85; p=0,041) e FEVE reduzida (OR: 1,06; p=0,044), quando comparados aos pacientes com níveis séricos normais. Os resultados sugerem que a hipovitaminose D tem relação com alterações cardíacas estruturais e funcionais em renais crônicos em tratamento conservador. |
---|