Efeitos da nifedipina tópica na cicatrização de feridas cutâneas
Os ferimentos na pele têm alta prevalência em todas as faixas etárias, representando, em algumas situações, um desafio para os profissionais de saúde, com elevado custo social, econômico e emocional. A nifedipina (NFD) inibe os canais de cálcio ao nível endotelial, promovendo uma vasodilatação que p...
Main Author: | BRASILEIRO, Augusto Cézar Lacerda |
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Other Authors: | OLIVEIRA, Dinaldo Cavalcanti de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28396 |
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Summary: |
Os ferimentos na pele têm alta prevalência em todas as faixas etárias, representando, em algumas situações, um desafio para os profissionais de saúde, com elevado custo social, econômico e emocional. A nifedipina (NFD) inibe os canais de cálcio ao nível endotelial, promovendo uma vasodilatação que pode beneficiar a cicatrização de feridas cutâneas. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da NFD tópica na cicatrização de feridas, observando as respostas histológica e macroscópica. Utilizamos quatro porcos, sendo realizados oito ferimentos na região dorsal de cada animal. Para os três primeiros animais, aplicamos as concentrações do creme a 1%, 10% e 20% para os animais 1, 2 e 3 respectivamente, sendo que, em quatro ferimentos, aplicamos a NFD e, nos outros quatro ferimentos, apenas soro fisiológico. No porco 4, foi utilizado apenas soro fisiológico. Analisamos a presença de polimorfonucleares (PMNs), macrófagos, linfócitos, proliferação vascular, fibroblastos, colágeno e queratinócitos em seis momentos diferentes (dias 1, 3, 7, 14, 21 e 28), além do registro fotográfico para acompanhamento macroscópico. Os ferimentos tratados com NFD em comparação com os controles de cada animal individualmente nos porcos 1, 2 e 3, mostraram que há uma resposta acentuada progressiva e estatisticamente significativa em relação aos PMNs, de acordo com a concentração [1% (OR 3,5/p=0,044), 10% (OR 11,8/p<0,001) e 20% (OR 22,1/p<0,001)]. Essa resposta progressiva não foi percebida em relação aos outros parâmetros, entretanto, no animal 3, houve resposta estatisticamente significativa também em relação aos linfócitos (OR 11,1/p = 0,049), proliferação vascular (OR 4,84/p=0,019), formação do colágeno (OR 0,02/p=0,005) e queratinócitos (OR 0,05/p=0,023). Na comparação dos doze ferimentos tratados com NFD (independentemente da concentração) em relação aos doze ferimentos tratados com placebo nos três primeiros animais, houve resultado estatisticamente significativo a favor dos ferimentos tratados com medicamento no aumento dos PMNs (OR 8,48/p < 0,001), no aumento da proliferação vascular (OR 2,24/p = 0,019) e na diminuição nos níveis de colágeno (OR 0,06/p = 0,006). Para avaliar se havia absorção sistêmica do medicamento, comparamos os controles dos porcos 1, 2 e 3 com os controles do porco 4. Encontramos que, nos ferimentos controles dos três primeiros animais, mesmo sem exposição direta à NFD, houve aumento estatisticamente significativo de PMNs em todas as concentrações, além de maior resposta com relação aos linfócitos no porco 1 (p = 0,029) e mais proliferação vascular no porco 2 (p = 0,016). Não houve diferença entre os ferimentos tratados com os controles, em relação ao tempo final de cicatrização. A NFD tópica apresenta aumento da resposta em relação aos PMNs em todas as concentrações, sendo observado ainda, na concentração de 20%, aumento dos linfócitos e da proliferação vascular, e diminuição da síntese de colágeno e dos queratinócitos. A NFD tópica, quando avaliada independente da concentração, teve efeito nas três fases do processo de cicatrização, com aumento dos PMNs, proliferação vascular e diminuição do colágeno. Há absorção da nifedipina tópica pelos ferimentos tratados, provocando aumento principalmente de PMNs em locais não tratados diretamente com o medicamento. |
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