Obesidade e status inflamatório em pacientes com câncer de mama

O câncer de mama, excetuando-se câncer de pele não melanoma, é a neoplasia mais comum em mulheres e apresenta elevada mortalidade em regiões menos desenvolvidas. Vários estudos associaram a obesidade a um aumento no risco de câncer de mama. A obesidade está relacionada a alterações metabólicas, horm...

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Main Author: TAGUCHI, Leila Coutinho
Other Authors: ARAÚJO, Paulo Sérgio Ramos de
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29118
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Summary: O câncer de mama, excetuando-se câncer de pele não melanoma, é a neoplasia mais comum em mulheres e apresenta elevada mortalidade em regiões menos desenvolvidas. Vários estudos associaram a obesidade a um aumento no risco de câncer de mama. A obesidade está relacionada a alterações metabólicas, hormonais e inflamatórias, que podem explicar essa associação com o câncer. O objetivo deste estudo foi comparar o status inflamatório de mulheres obesas e não obesas com câncer de mama a fim de esclarecer aspectos da associação entre inflamação, obesidade e câncer de mama. O estudo foi do tipo transversal, com comparação entre grupos. Foram avaliadas 151 pacientes do sexo feminino com diagnóstico anatomopatológico de câncer de mama que compareceram ao Ambulatório de Oncologia Clínica do Hospital de Câncer de Pernambuco entre maio a outubro de 2015. A amostra foi obtida por conveniência. Foram comparados perfis sociodemográficos, características da neoplasia e dosagens de Interleucina (IL)-1β e Fator de Necrose Tumoral (TNF)-α, com o IMC (Índice de Massa Corporal). Também foram mensurados exames laboratoriais a fim de se avaliar marcadores de resistência insulínica e o status menopausal. Os níveis de citocinas dos sobrenadantes de cultura foram quantificados através do sistema Cytometric Bead Array (CBA). As análises foram realizadas no Núcleo de Plataformas Tecnológicas do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM) / Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O IMC médio foi de 28,4 kg/m2, onde 31,1% apresentava-se dentro da faixa da normalidade, 31,1% com sobrepeso e 37,8% com obesidade. A maioria (75%) apresentava circunferência abdominal aumentada. A evidência de metástase foi constatada em 12,7%, sendo a metástase óssea a mais frequente (78,9%). Não houve significância estatística, após o ajuste das variáveis de confusão, entre IMC e níveis de IL-1β ou TNF-α, porém observou-se que, na comparação entre obesas e não obesas, houve associação abaixo de 20%, sugerindo que o aumento do tamanho da amostra entre as pacientes com IL-1β acima do valor mínimo poderia mostrar uma possível associação com obesidade, OR (95% CI): 2,11 (0,73–6,13), p=0,16. Mulheres obesas tiveram 2 vezes mais chance de terem valores de IL-1β acima do valor mínimo quando comparadas a mulheres não obesas, porém essa estatística não foi significativa. Não houve associação entre o IMC e o TNF-α em nenhuma das diferentes classificações do IMC. Em conclusão, este estudo demonstrou não haver associação entre IMC e duas proteínas da resposta inflamatória estudadas, a IL-1β e o TNF, em pacientes com câncer de mama. Futuros estudos deverão ser realizados com maior amostra a fim de se esclarecer o papel dos mediadores inflamatórios relacionados à obesidade no câncer de mama.