Estudos de integração morfológica e modularidade em marsupiais neotropicais: uma comparação de abordagens das morfometrias linear e geométrica
O estudo da integração morfológica, isto é, do relacionamento entre caracteres morfológicos, é relativamente recente. Desde a década de 50, estudos neste campo floresceram, envolvendo os campo da morfometria tradicional e, mais recentemente, a morfometria geométrica. Muitos dos trabalhos realizados...
Main Author: | CARVALHO, Rafael de Albuquerque |
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Other Authors: | MORAES, Diego Astúa de |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29239 |
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Summary: |
O estudo da integração morfológica, isto é, do relacionamento entre caracteres morfológicos, é relativamente recente. Desde a década de 50, estudos neste campo floresceram, envolvendo os campo da morfometria tradicional e, mais recentemente, a morfometria geométrica. Muitos dos trabalhos realizados com ferramentas da morfometria geométricas são heurísticos, visando o desenvolvimento de métodos analíticos, utilizando quase sempre asas de insetos ou mandíbula de roedores. Os estudos com morfometria linear têm se tornado mais exploratórios, se preocupado em comparar padrões de integração entre grupos taxonômicos, bem como verificar a existência de módulos (grupo de caracteres fortemente relacionados) hipotéticos. O resultado de cerca de 60 anos de estudos nesta área é uma gama de ferramentas e conceitos distintos, desenvolvidos por diversos autores, que não têm sido utilizados em conjunto em um mesmo estudo. No presente estudo, padrões de integração morfológica e modularidade em marsupiais didelfídeos foram investigados por meio de ferramentas da morfometria linear e geométrica, ao passo que as diferentes metodologias utilizadas foram comparadas. Para tanto, foram analisados 937 espécimes de crânio e 1040 de mandíbula de 13 espécies do grupo através de fotos. Os dados consistiram de medidas lineares com e sem efeito da variação de tamanho e coordenadas geométricas, sendo analisados separadamente. A partir destes dados, matrizes de correlação e matrizes de covariância foram extraídas, para cada espécie, e foram submetidas às análises de comparação de padrões (correlação de matrizes e correlação de vetores), magnitude geral de integração (coeficiente de correlação quadrado médio) e testes confirmatórios de modularidade. Testes confirmatórios de modularidade com base nas matrizes empíricas foram efetuados através da comparação com matrizes teóricas e cálculo do coeficiente RV. Todos os métodos concordaram que os padrões de integração são altamente similares entre os didelfídeos, mas os resultados da morfometria linear sem efeito do tamanho e geométrica foram mais similares, tanto para crânio quanto para mandíbula. Nas análises confirmatórias de modularidade, resultados semelhantes foram novamente obtidos entre as morfometrias geométrica e linear sem efeito do tamanho, principalmente para o crânio. A evidência de modularidade é maior quando se retira o efeito do tamanho e componente alométrico, principalmente para o crânio. No entanto, mais uma vez, morfometria linear e morfometria geométrica produziram resultados mais similares Estes resultados sugerem que padrões de integração e modularidade podem ser analisados por qualquer uma das ferramentas morfométricas (linear ou geométrica), porém é necessário levar em consideração o efeito alométrico e o fato de que os valores obtidos podem ser arbitrários dentro de certos limites, apesar de, no geral, apresentarem evidências de modularidade. Além disso, conclui-se que a evolução dos padrões de integração e modularidade na mandíbula e principalmente do crânio dos didelfídeos é fortemente dirigida pela mudança na magnitude geral de integração e efeito alométrico. |
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