Estudo das diferenças de gênero sobre a função vascular de ratos expostos à hiperglicemia materna durante a vida intrauterina: papel do estrogênio
Durante a vida intrauterina, o feto é suscetível a mudanças do ambiente uterino que podem acarretar alterações fenotípicas na vida adulta. Se essas alterações advirem durante o período crítico de desenvolvimento fetal podem alterar a estrutura e função de órgãos e tecidos com consequências precoces...
Main Author: | SÁ, Francine Iane Gomes de |
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Other Authors: | XAVIER, Fabiano Elias |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29355 |
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ir-123456789-293552019-10-26T02:59:37Z Estudo das diferenças de gênero sobre a função vascular de ratos expostos à hiperglicemia materna durante a vida intrauterina: papel do estrogênio SÁ, Francine Iane Gomes de XAVIER, Fabiano Elias http://lattes.cnpq.br/6538225066104886 http://lattes.cnpq.br/4166941401353957 Diabetes na gravidez Metabolismo Hipertensão Feto Durante a vida intrauterina, o feto é suscetível a mudanças do ambiente uterino que podem acarretar alterações fenotípicas na vida adulta. Se essas alterações advirem durante o período crítico de desenvolvimento fetal podem alterar a estrutura e função de órgãos e tecidos com consequências precoces e tardias. Sabe-se que o diabetes materno produz importantes alterações metabólicas na prole, tornando-os propensos ao surgimento de doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta. Entretanto, quando se trata de indivíduos do sexo feminino, os efeitos da programação fetal sobre o sistema cardiovascular não são uniformes e tal fato pode ser atribuído a interferências hormonais. No presente estudo foram avaliadas possíveis diferenças relacionadas ao sexo sobre a função vascular de ratos submetidos ao diabetes materno e o efeito do estrogênio nestas possíveis diferenças. O diabetes materno foi induzido por estreptozotocina no 7° dia de gestação. Os animais foram divididos em prole controle (O-CR) e prole de ratas diabéticas (O-DR). Um grupo de animais do sexo feminino foi submetido à ovariectomia (OVX) e subdividido em tratado e não tratado com 17β-estradiol (OVX-E2). Ratos O-DR machos com 6 e 12 meses de idade apresentaram hipertensão em comparação ao grupo O-CR. Nenhum dos grupos O-DR fêmeas (3, 6 e 12 meses de idade) apresentaram mudanças da pressão arterial comparada ao grupo O-CR. Nem ovariectomia, nem o tratamento com 17β-estradiol induziram modificações na pressão arterial de ratas O-DR ou O-CR. Apenas a aorta de ratos machos O-DR com 12 meses de idade apresentou redução do relaxamento à acetilcolina e aumento da contração à fenilefrina comparados ao O-CR de mesma idade. Em nenhuma das idades estudadas foram observadas mudanças da resposta vasodilatadora ou contrátil em aorta e artérias mesentéricas de resistência (AMR) de fêmeas O-DR comparadas ao grupo O-CR. As alterações observadas nas aortas do grupo O-DR machos foram revertidas na presença da superóxido dismutase (SOD) ou tempol. Efeito semelhante foi observado na presença de indometacina, NS-398, furegrelato ou SQ29548. A liberação de tromboxano A2 e a geração de anions superóxido estavam aumentadas na aorta do grupo ODR machos com 12 meses de idade. Diante da ausência de disfunção endotelial no grupo O-DR fêmea, este foi submetido à ovariectomia. Ratas ODR-OVX apresentam redução no relaxamento à acetilcolina e hiper-reatividade à noradrenalina/ fenilefrina na aorta e em AMR comparadas ao grupo O-CROVX. Estas modificações foram revertidas na presença de tempol ou apocinina. O tratamento com estrogênio nesses animais corrigiu o aumento da contração à noradrenalina (AMR) e fenilefrina (aorta), além da diminuição no vasorelaxamento à acetilcolina no grupo O-DR-OVX. No grupo O-DR-OVX-E2, nem o tempol, nem a apocinina induziram modificações no relaxamento à acetilcolina ou na contração à fenilefrina. Em conjunto, esses resultados demonstram que a exposição à hiperglicemia materna in utero afeta machos e fêmeas através de mecanismos distintos. Os animais do sexo feminino parecem ser protegidos dos efeitos vasculares da programação fetal induzida pela hiperglicemia materna. Esse efeito protetor parece ser devido à ação dos hormônios femininos, em especial o estrogênio, atuando como redutor do estresse oxidativo e melhorando a biodisponibilidade do óxido nítrico. FACEPE Exposure to maternal hyperglycemia induces hypertension and vascular dysfunction in adult male offspring. Because female offspring from several fetal programming are protected from the effects of fetal insult, in this study we analyzed possible differences relative to sex in blood pressure and vascular function in hyperglycemia-programmed offspring and the role of estrogen. Diabetes was induced on gestation day 7 (streptozotocin, 50mg.kg-1). Rats were divided into control offspring (O-CR) and offspring of diabetic rats (O-DR). A female group was subjected to ovariectomy (OVX) and divided into 17β- estradiol-treated (OVX-E2) and untreated group. Blood pressure, acetylcholine and phenylephrine/noradrenaline responses were analyzed in aorta and mesenteric resistance arteries (MRA) from 3-, 6- and 12-month-old male and female offspring. TxA2 release was analyzed by commercial kits and superoxide anion (O -) production by dihydroethidium-emitted fluorescence. Male but not female offspring of diabetic dams (O-DR) had increased blood pressure than controls (O-CR). Contraction to phenylephrine increased and relaxation to acetylcholine was decreased only in aorta from 12-month-old male O-DR than age-matched O-CR. Contractile and vasodilator responses were preserved in both aorta and MRA from female O-DR in all ages. Preincubation with tempol, superoxide dismutase, indomethacin, NS-398, furegrelate or SQ29548 decreased contraction to phenylephrine and potentiated relaxation to acetylcholine in 12-month-old male O-DR aorta. In this artery, TxA2 release and O - generation were greater in O-DR than O-CR. Neither ovariectomy nor 17β-estradiol produced changes on blood pressure in female O-CR or O-DR. However, the ovariectomy reduced the relaxation to acetylcholine and increased phenylephrine/ noradrenaline vasoconstriction in aorta and MRA, respectively, from O-DR. These changes were reversed by pretreatment of arteries with tempol or apocynin. Estrogen replacement in O-DR group reversed the hyperrreactivity to norepinephrine (MRA) or phenylephrine (aorta) and the impaired relaxation to acetylcholine. In 17β-estradiol-treated ovariectomized ODR nor tempol neither apocynin induced changes on acetylcholine, norepinephrine (MRA) and phenylephrine (aorta) responses. Taken together, these results demonstrate that exposure to maternal hyperglycemia in útero affects males and females differently. Female offspring seem to be protected from the programmed hypertension and the vascular dysfunction. This protective effect appears to be due to the action of the female hormones, especially estrogen, acting as an stress oxidative inhibitor and by enhancing the nitric oxide bioavailability. 2019-02-21T15:56:22Z 2019-02-21T15:56:22Z 2015-07-30 doctoralThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29355 por openAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia |
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Diabetes na gravidez Metabolismo Hipertensão Feto |
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Diabetes na gravidez Metabolismo Hipertensão Feto SÁ, Francine Iane Gomes de Estudo das diferenças de gênero sobre a função vascular de ratos expostos à hiperglicemia materna durante a vida intrauterina: papel do estrogênio |
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Durante a vida intrauterina, o feto é suscetível a mudanças do ambiente uterino que podem acarretar alterações fenotípicas na vida adulta. Se essas alterações advirem durante o período crítico de desenvolvimento fetal podem alterar a estrutura e função de órgãos e tecidos com consequências precoces e tardias. Sabe-se que o diabetes materno produz importantes alterações metabólicas na prole, tornando-os propensos ao surgimento de doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta. Entretanto, quando se trata de indivíduos do sexo feminino, os efeitos da programação fetal sobre o sistema cardiovascular não são uniformes e tal fato pode ser atribuído a interferências hormonais. No presente estudo foram avaliadas possíveis diferenças relacionadas ao sexo sobre a função vascular de ratos submetidos ao diabetes materno e o efeito do estrogênio nestas possíveis diferenças. O diabetes materno foi induzido por estreptozotocina no 7° dia de gestação. Os animais foram divididos em prole controle (O-CR) e prole de ratas diabéticas (O-DR). Um grupo de animais do sexo feminino foi submetido à ovariectomia (OVX) e subdividido em tratado e não tratado com 17β-estradiol (OVX-E2). Ratos O-DR machos com 6 e 12 meses de idade apresentaram hipertensão em comparação ao grupo O-CR. Nenhum dos grupos O-DR fêmeas (3, 6 e 12 meses de idade) apresentaram mudanças da pressão arterial comparada ao grupo O-CR. Nem ovariectomia, nem o tratamento com 17β-estradiol induziram modificações na pressão arterial de ratas O-DR ou O-CR. Apenas a aorta de ratos machos O-DR com 12 meses de idade apresentou redução do relaxamento à acetilcolina e aumento da contração à fenilefrina comparados ao O-CR de mesma idade. Em nenhuma das idades estudadas foram observadas mudanças da resposta vasodilatadora ou contrátil em aorta e artérias mesentéricas de resistência (AMR) de fêmeas O-DR comparadas ao grupo O-CR. As alterações observadas nas aortas do grupo O-DR machos foram revertidas na presença da superóxido dismutase (SOD) ou tempol. Efeito semelhante foi observado na presença de indometacina, NS-398, furegrelato ou SQ29548. A liberação de tromboxano A2 e a geração de anions superóxido estavam aumentadas na aorta do grupo ODR machos com 12 meses de idade. Diante da ausência de disfunção endotelial no grupo O-DR fêmea, este foi submetido à ovariectomia. Ratas ODR-OVX apresentam redução no relaxamento à acetilcolina e hiper-reatividade à noradrenalina/ fenilefrina na aorta e em AMR comparadas ao grupo O-CROVX. Estas modificações foram revertidas na presença de tempol ou apocinina. O tratamento com estrogênio nesses animais corrigiu o aumento da contração à noradrenalina (AMR) e fenilefrina (aorta), além da diminuição no vasorelaxamento à acetilcolina no grupo O-DR-OVX. No grupo O-DR-OVX-E2, nem o tempol, nem a apocinina induziram modificações no relaxamento à acetilcolina ou na contração à fenilefrina. Em conjunto, esses resultados demonstram que a exposição à hiperglicemia materna in utero afeta machos e fêmeas através de mecanismos distintos. Os animais do sexo feminino parecem ser protegidos dos efeitos vasculares da programação fetal induzida pela hiperglicemia materna. Esse efeito protetor parece ser devido à ação dos hormônios femininos, em especial o estrogênio, atuando como redutor do estresse oxidativo e melhorando a biodisponibilidade do óxido nítrico. |
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