A rede de imunoglobulina E na nefrite lúpica

INTRODUÇÃO: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma afecção autoimune complexa do ponto de vista fisiopatológico, com ampla gama de manifestações clínicas e de respostas ao tratamento. Há um número razoável de pacientes que experimentam graves efeitos colaterais do tratamento imunossupressor indisti...

Full description

Main Author: SARINHO, Filipe Wanick
Other Authors: SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29412
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Summary: INTRODUÇÃO: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma afecção autoimune complexa do ponto de vista fisiopatológico, com ampla gama de manifestações clínicas e de respostas ao tratamento. Há um número razoável de pacientes que experimentam graves efeitos colaterais do tratamento imunossupressor indistinto e - por isso - é intensa a busca por biomarcadores e tratamentos mais específicos. O sistema de imunoglobulina E (IgE) é bastante conhecido pelo papel nas doenças alérgicas. A presença de anticorpos IgE autorreativos em pacientes com LES indica uma ação potencial dessa isotipo em doenças autoimunes. No entanto, a utilidade clínica de mensurar esses autoanticorpos ainda necessita maiores esclarecimentos. OBJETIVOS: Verificar a utilidade clínica de se avaliar alguns componentes do sistema de IgE em pacientes com nefrite lúpica, a partir de objetivos específicos: verificar se há diferença entre IgE total, sensibilização para aeroalérgenos e doenças atópicas em pacientes com nefrite lúpica e controles; verificar a frequência de positividade de FAN IgE e anti-DNA IgE em pacientes com nefrite lúpica e controles; verificar se há associação entre atividade do LES e IgE total, FAN IgE e anti-DNA IgE, em pacientes atópicos e não-atópicos; comparar o perfil clínico e laboratorial de acordo com a positividade ou negatividade do FAN IgG e FAN IgE; comparar o perfil clínico e laboratorial de acordo com a positividade ou negatividade do anti-DNA IgG e anti-DNA IgE. MÉTODOS: Estudo observacional, analítico, transversal, com grupo controle comparativo, composto por 78 pacientes com nefrite lúpica coletados por amostra de conveniência e 40 adultos saudáveis pareados para idade, sexo, etnia e escolaridade, em um hospital universitário de Recife-PE, de Junho de 2016 a Abril de 2017. RESULTADOS: Não houve aumento da sensibilização ou de prevalência de doenças atópicas em pacientes com nefrite lúpica, quando comparados com o grupo controle. A presença de FAN IgE (47,9%; p=0,006) e anti-DNA IgE (10,3%; p=0,08) parece ser maior em pacientes com nefrite lúpica. Apenas o anti-DNA IgE se relacionou com atividade de doença de forma independente de alergias e sensibilização (p=0,012). Identificamos um subgrupo de pacientes em que a IgE autorreativa pode causar maior atividade de doença e doença renal ativa, de maneira independente de autoanticorpos IgG. CONCLUSÃO: Em pacientes com nefrite lúpica, a participação de parte do sistema de IgE pode ser demonstrada pela presença de IgE autorreativa. No entanto, essa ativação pode ser incompleta ou desviada, uma vez que não parece haver aumento de IgE total, sensibilização ou doenças atópicas nesses pacientes. O anti-DNA IgE se associou com atividade de doença aferida pelo SLEDAI 2K. A presença isolada de IgE autorreativa pode sugerir a presença de nefrite lúpica mais grave.