Construção de significados na trajetória de vida de empreendedores sob a perspectiva da Psicologia Cultural Semiótica
Nossa pesquisa buscou identificar e analisar a construção de significados durante a trajetória de vida de empreendedores, ao longo de suas rupturas e transições, através da investigação da mediação semiótica na regulação da atividade empreendedora, mantendo-a ou transformando-a. Dois aspectos podem...
Main Author: | PINHO, Marco Aurélio Benevides de |
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Other Authors: | LYRA, Maria da Conceição Diniz Pereira de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29502 |
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Summary: |
Nossa pesquisa buscou identificar e analisar a construção de significados durante a trajetória de vida de empreendedores, ao longo de suas rupturas e transições, através da investigação da mediação semiótica na regulação da atividade empreendedora, mantendo-a ou transformando-a. Dois aspectos podem ser ressaltados nesse estudo. Um primeiro, trata da aplicação de uma forma de compreensão do funcionamento do sujeito empreendedor, inserido no seu meio sociocultural, buscando entende-lo como elemento primordial na compreensão da atividade empreendedora. Esta perspectiva é inovadora em se tratando dos estudos na área de ciência da administração que abordam o empreendedorismo. Na sua maioria as correntes teóricas tradicionais que buscam descrever o processo empreendedor estão, especialmente, fundamentadas em uma visão gerencial e/ou positivista nas ciências administrativas. Ademais, abordar o empreendedorismo a partir dos fundamentos de uma Psicologia Cultural Semiótica (VALSINER, 2000, 2012a, 2014) também representa uma tarefa inovadora por abordar um tema ainda não investigado. Considerando a abordagem metodológica proposta, escolhemos o estudo de caso de dois empreendedores, uma do gênero feminino – Lúcia (nome fictício) e outro do gênero masculino – Cláudio (nome fictício) que nos permitiu explorar em profundidade o que buscamos para nossa pesquisa. Lúcia é a proprietária de um restaurante macrobiótico que tem dificuldades em se identificar como empreendedora. Já Cláudio é o empreendedor músico, proprietário de três empresas nas áreas de educação musical, sonorização e produção musical e que ainda atua como diretor musical de um projeto de musicalização para jovens e adolescentes. Utilizamos como instrumentos para construção de dados: ficha de dados sócio demográficos, três entrevistas narrativas individuais, sendo a primeira uma entrevista aberta e não-estruturada e duas outras semiestruturadas e diário de campo. Para analisar a trajetória de vida de Lúcia e Cláudio, utilizamos como ferramenta o Trajectory Equifinality Model – TEM (SATO et al., 2006; SATO E VALSINER, 2010; VALSINER, 2014) por ser um instrumento que nos dá a possibilidade de identificar tanto os eventos reais vividos como aqueles imaginados num mesmo esquema funcional. Nossa análise buscou entender como os participantes de nossa pesquisa constroem seus significados ao longo do processo dinâmico de desenvolvimento dos reguladores semióticos, a partir do levantamento dos processos de ambivalência, de internalização e externalização, construção de campos afetivos, ruptura e transição, signos promotores e hipergeneralizado e o funcionamento do sistema de controle redundante, que constroem as suas culturas pessoais e orientam suas trajetórias. Como conclusão, consideramos que as visões positivistas acerca do “Eu” empreendedor, tradicionalmente apenas entendido como um “fator”, não permitem entender tanto que este “Eu” empreendedor é guiado por significados construídos pela pessoa na sua relação como o meio sociocultural na qual está inserida. Na visão da Psicologia Cultural Semiótica, a pessoa do empreendedor nunca pode ser tomada como algo separado, como um “fator” ou “categoria”, mas como uma totalidade em constantes trocas com o referido meio. Nesse sentido trata-se de um processo em perene desenvolvimento o que resulta na necessidade da compreensão, justamente, dos mecanismos que regulam a atividade semiótica do sujeito construindo e/ou destruindo significados. |
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