Ecologia alimentar de Dasyatis guttata (Myliobaitoidei: Dasyatidae) capturada pela pesca artesanal no litoral de Pernambuco, Brasil

Dasyatis guttata (Bloch & Schneider, 1801) é uma raia da ordem Myliobatiformes que ocorre na região costeira e estuarina, capaz de tolerar alta amplitude de salinidade, com jovens ocupando ambientes mais salinos e adultos ambientes menos salinos. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a...

Full description

Main Author: QUEIROZ, Aristóteles Philippe Nunes
Other Authors: LESSA, Rosângela Paula Teixeira
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29917
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Summary: Dasyatis guttata (Bloch & Schneider, 1801) é uma raia da ordem Myliobatiformes que ocorre na região costeira e estuarina, capaz de tolerar alta amplitude de salinidade, com jovens ocupando ambientes mais salinos e adultos ambientes menos salinos. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a dieta e estimar o nível trófico de D. guttata em Pernambuco, Brasil. Dos 140 indivíduos amostrados, 94 possuíam conteúdo estomacal 54,24% eram fêmeas e 45,76% eram machos, a largura de disco variou de 15,10 cm a 75,00 cm com média de 44,71±12,28cm. D. guttata apresenta comportamento alimentar generalista (BA = 0,99) com um total de 31 itens alimentares identificados no conteúdo estomacal. O principal item da dieta foram os moluscos da classe Bivalvia (34,37% do IRI) seguido pelos camarões Alpheus sp. (19,05% de IIR), peixes da infraclasse Teleostei (12,96% de IIR), caranguejos não identificados da subordem Brachyura (7,59% do IRI) e Callinectes sp. (7,32% de IRI). Não existe diferença significativa entre a dieta de indivíduos neonatos, maduros ou imaturos (R mundial = -0,01; p = 0,7), nem entre machos e fêmeas (R mundial = 0,02; p = 0,06), entretanto indivíduos marinhos e estuarinos apresentam diferenças significativas (R mundial = 0,21; p = 0,007) sendo no mar crustáceos decápodes e peixes mais importantes para a dieta e no estuário são os decápodes e moluscos bivalves. Por apresentar vida marinha e estuarina, D. guttata mostrou alta variação tanto para o δN¹⁵ quanto para o δC¹³, reflexos dos múltiplos ambientes que D. guttata utiliza, estando inserida em múltiplas cadeias tróficas. Dasyatis americana e Dasyatis marianae têm assinaturas isotópicas de C¹³ e do N¹⁵ mais próximas entre si do que comparadas com D. guttata, pois sua assinatura isotópica é influenciada pelo ambiente de mangue. O nível trófico médio obtido para D. guttata através da análise de isótopos estáveis foi 3.67, valor estatisticamente igual ao obtido através na análise de conteúdo estomacal (3,55) caracterizando a espécie como mesopredador marinho e estuarino, e como tal D. guttata promove um importante papel ecológico ligando os predadores topo a níveis tróficos inferiores, auxilia o fluxo de energia nos ecossistemas que habita.