Verde que te quero confortável: a contribuição da arborização urbana para o conforto termoambiental, ao nível do usuário pedestre

A vegetação urbana aporta benefícios que ultrapassam os ambientais-ecológicos, sendo eles físicos, psicológicos, sociais e econômicos. A sua distribuição deve ocorrer de forma equitativa, em tamanhos, formas e agrupamentos diversos. Em clima tropical litorâneo quente e úmido, um dos requisitos para...

Full description

Main Author: AZERÊDO, Jaucele de Fátima Ferreira Alves de
Other Authors: FREITAS, Ruskin Marinho de
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30475
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Summary: A vegetação urbana aporta benefícios que ultrapassam os ambientais-ecológicos, sendo eles físicos, psicológicos, sociais e econômicos. A sua distribuição deve ocorrer de forma equitativa, em tamanhos, formas e agrupamentos diversos. Em clima tropical litorâneo quente e úmido, um dos requisitos para o conforto térmico é a sombra; em ambiente urbano, pode ser conseguida pela arborização. Apresenta-se a tese de que existe um desconforto termoambiental em Recife, ao nível do usuário pedestre, causado pela ausência de um sistema de vegetação arbórea. Como hipótese geral: a ausência de um sistema de vegetação arbórea contribui com a vulnerabilidade ambiental, consequentemente, com a promoção do desconforto térmico, em recintos urbanos. O objetivo geral visou caracterizar o desconforto termoambiental em recortes da cidade de Recife, ao nível do usuário pedestre, comprovando a necessidade da inserção de arborização urbana. Utilizou-se o método hipotético-dedutivo, com abordagem quali-quantitativa, através de: visitas técnicas, observações, tomadas de fotografias, medições microclimáticas, aplicação de questionários e de formulários. As pesquisas em quatro cidades, com diferentes climas, comprovaram que a vegetação é imprescindível para o conforto termoambiental, independentemente do clima. Aplicaram-se 1.000 formulários, traçando-se um perfil sobre a sensação de conforto e sua relação com a vegetação, em Recife, junto a usuários pedestres. Obteve-se que a maioria sente-se confortável em diferentes temperaturas, considerando-se diversos condicionantes, sobretudo a aclimatação. Os resultados das medições microclimáticas (temperatura do ar, umidade do ar e direção e velocidade dos ventos), realizadas em março, setembro/outubro e dezembro de 2015, no Espinheiro, próximas a agrupamentos lineares e a indivíduos isolados, dispostos envias, registraram que em cerca de 70% das medições, os maiores valores médios de temperatura estiveram próximos a árvores isoladas – sibipiruna e oiti. Comparando-se os valores das médias de temperatura do ar, entre os 27 pontos (março/2015), obteve-se um acúmulo de calor de 3,87ºC, entre os pontos extremos. O maior acúmulo de calor registrado em relação às Estações Meteorológicas de Referência – Inmet ocorreu em setembro/outubro de 2015, igual a 3,45°C, em relação à Estação Convencional. Em meio próximo ao natural, a 10m do centro da copa da acácia-mimosa, em 06-10-15, registrou-se o maior valor da temperatura, igual a 34,70°C, com acúmulo de calor, em relação à Estação Convencional, de 5,40°C. As isotermas indicaram que as maiores influências relativas à zona de conforto térmico ocorreram próximas aos indivíduos arbóreos sete-copas e sombreiro, com coa uniforme – a 35m. Quanto à acácia-rosada, com volume de copa irregular, a isoterma indicou a distância de 90m. Tais valores se relacionam à densidade foliar, ao volume da copa e à velocidade e direção dos ventos. Confirmou-se o papel da vegetação na diminuição da temperatura. A elaboração de mapas de vegetação, em quatro bairros de Recife, confirmou aausência de um sistema arbóreo capaz de suprir as necessidades de conforto térmico. Ressalta-se a importância em se introduzir árvores, distribuídas equitativamente, visando ao conforto térmico, em pelo menos 2/3 de vias, constituindo um sistema de arborização. Nesse contexto, a gestão pública deve assumir papel de destaque, criando e cumprindo legislações urbanísticas que valorizem o ambiente urbano.