Regeneração natural de uma área de caatinga após o uso para a agricultura ao longo de uma cronossequência

A regeneração natural decorre da interação de processos naturais de restabelecimento do ecossistema florestal após ele ser perturbado. Em florestas tropicais úmidas, a regeneração já foi relativamente bem estudada, porém em florestas secas pouco se sabe sobre os mecanismos que a controlam. O objetiv...

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Main Author: PAULA, Alexandre Souza de
Other Authors: TABARELLI, Marcelo
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30487
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Summary: A regeneração natural decorre da interação de processos naturais de restabelecimento do ecossistema florestal após ele ser perturbado. Em florestas tropicais úmidas, a regeneração já foi relativamente bem estudada, porém em florestas secas pouco se sabe sobre os mecanismos que a controlam. O objetivo desse trabalho foi analisar se há mudanças na abundância, estrutura, diversidade e composição funcional de assembleias de plantas bem com na rebrota e no banco e chuva de sementes de espécies arbustivo-arbóreas ao longo de uma cronossequência de regeneração natural na Caatinga e como outros fatores ambientais (perturbação crônica, porcentagem de cobertura vegetal e precipitação média anual) controlam essas mudanças. Esse estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau/PE, onde foram selecionadas 15 áreas em cronosequência de regeneração (4 a 70 anos) e 5 áreas controle (sem histórico de corte raso) (20x50 m. cada). Nas assembleias de plantas foram encontrados 4.969 indivíduos pertencentes a 117 espécies. Houve relação positiva entre a densidade de plantas, a idade em regeneração, a precipitação média anual e o índice de perturbação crônica e uma relação negativa com a porcentagem de cobertura vegetal. A idade de regeneração também teve relação positiva com a área basal. Uma relação negativa foi observada entre o tamanho das sementes e a precipitação média anual. Foram identificadas 397 plantas com rebrotas de 33 espécies, no banco de sementes foram encontradas 5.660 sementes pertencentes a 63 espécies e na chuva de sementes 5.081 sementes de 62 espécies. Houve uma relação positiva entre a densidade do banco de sementes a idade de regeneração, a perturbação crônica e a cobertura vegetal e uma relação negativa com a precipitação. A densidade da chuva de sementes mostrou uma relação positiva com a idade de regeneração e a precipitação e uma relação negativa com a cobertura vegetal e a perturbação crônica. Não houve relação entre as plantas com rebrota e as variáveis explanatórias. Esses resultados sugerem que a recomposição florística dessas áreas deve seguir o modelo de “composição florística inicial” com espécies colonizadoras se mantendo até os estágios mais avançados da regeneração. Também sugere que as espécies possuem a mesma capacidade de dispersão em todas as áreas, independente da idade de abandono. Provavelmente a ausência de novas espécies no decorrer da regeneração, se deva pela limitação de dispersão ou a forte pressão antrópica.