Asset and liability management: modelo de otimização estocástica aplicável às entidades fechadas de previdência complementar brasileiras

Asset and Liability Manangement (ALM) é definido como uma prática de gestão de negócios para que as decisões e ações tomadas com relação aos ativos e passivos sejam coordenadas. Desta forma, o ALM se configura como um processo contínuo de formular, programar, monitorar e revisar estratégias relacion...

Full description

Main Author: CORREIA, José Jonas Alves
Other Authors: SILVA, Wilton Bernardino da
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30661
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Summary: Asset and Liability Manangement (ALM) é definido como uma prática de gestão de negócios para que as decisões e ações tomadas com relação aos ativos e passivos sejam coordenadas. Desta forma, o ALM se configura como um processo contínuo de formular, programar, monitorar e revisar estratégias relacionadas aos ativos e passivos para atingir os propósitos financeiros de uma organização. Esta pesquisa tem o objetivo de desenvolver e aplicar por meio da técnica de programação linear estocástica, um modelo ALM para otimizar carteiras de investimentos, preconizando empiricamente uma estratégia de gestão para os planos previdenciários dos fundos de pensão privados brasileiros, em um horizonte de cinco anos. O estudo é justificado pelo impacto que os fundos de pensão exercem sobre a economia brasileira e pelas mudanças trazidas nas reformas trabalhistas e previdenciárias em implantação no Brasil, que diretamente afetam os regimes de pensão. Para tanto, realizou-se uma pesquisa essencialmente quantitativa, empregando a técnica de programação linear estocástica, em um problema multiestágio com uso do equivalente determinístico, o qual foi solucionado com o uso do software General Algebraic Modeling System (GAMS). O modelo ALM desenvolvido e aplicado nesta investigação foi criado com adaptações da modelagem de Kouwenberg (2001), que aplicou tal técnica nos fundos de pensão holandeses. Para direcionar a aplicabilidade às Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) brasileiras adotaram-se premissas e restrições que retratam o contexto do mercado de capitais brasileiro. Os segmentos de ativos empregados para alocar os investimentos dos fundos de pensão foram renda fixa e ações, na qual tiveram suas incertezas modeladas por um conjunto de probabilidades de 25%, 50% e 25% para representar cenários de baixa, médio e de alta, respectivamente. Para traçar os cenários iniciais desses ativos, foram utilizadas séries temporais de 1999 a 2017, cuja calibragem para a renda fixa adotou os retornos dos Certificados de Depósito Interbancário (CDI), título que mensura as negociações entre bancos e serve para designar os níveis das taxas de juros. Já as ações foram calibradas pelos retornos históricos do Índice Bovespa (Ibovespa), que mede o resultado de uma carteira teórica de ativos, indicando o desempenho médio das cotações dos ativos com maior volume de negócios. Os passivos foram modelados por meio de uma tábua de mortalidade IBGE 2015 extrapolada para as idades acima de 80 anos, ambos os sexos e também apresentam probabilidades de 25%, 50% e 25% para os cenários de baixa, média e alta, respectivamente. Dada às premissas, variáveis de decisão e os parâmetros determinados no modelo, os principais achados apontaram que a alocação ótima dos ativos nos fundos de pensão deu-se em ativos de renda fixa, que é um ativo menos arriscado; assim, na alocação inicial o fundo optaria por investir aproximadamente 70% neste segmento. Quando analisado os cenários determinísticos de baixa, de média e de alta no horizonte planejado, pôde-se identificar prováveis cenários em que o fundo teria insuficiência de caixa, isto é, desequilíbrio financeiro e ainda apresentar déficits, especificamente no quinto ano de operação do fundo e que ocorreriam em menos de 1% dos casos.