Avaliação da importância da infecção natural pelo Papilomavírus bovino tipo 2 no desenvolvimento da hematúria enzoótica do gado

A hematúria enzoótica bovina (HEB) é uma doença crônica inflamatória e neoplásica da bexiga urinária de bovinos. A doença evolui durante um longo período de tempo, sendo caracterizada pelo desenvolvimento da hematúria intermitente e está associada ao consumo prolongado de Pteridium aquilinum, planta...

Full description

Main Author: TIBÚRCIO JÚNIOR, Elias
Other Authors: FREITAS, Antonio Carlos de
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30725
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Summary: A hematúria enzoótica bovina (HEB) é uma doença crônica inflamatória e neoplásica da bexiga urinária de bovinos. A doença evolui durante um longo período de tempo, sendo caracterizada pelo desenvolvimento da hematúria intermitente e está associada ao consumo prolongado de Pteridium aquilinum, planta conhecida popularmente como samambaia. A infecção pelo Papilomavírus bovino tipo 2 (BPV-2) e o consumo de samambaia têm sido relacionadas ao desenvolvimento da HEB e lesões neoplásicas da bexiga de bovinos. Ainda não se sabe o real papel da infecção pelo BPV-2 no desenvolvimento da HEB. Desta forma, o presente trabalho, consiste na avaliação da infecção pelo BPV-2 no desenvolvimento da HEB. Para isto, foi investigada a presença do BPV-2 no sangue, urina e lesões, seguido de avaliações clínicas e laboratoriais e a relação destes, com o desenvolvimento ou não de HEB. Foram selecionados 16 animais da raça Girolando 5/8, fêmeas, com idades entre 2-5 anos, com ou sem lesões. As amostras sanguíneas foram coletadas através de punção venosa da jugular, para a extração de DNA e análises bioquímicas. As amostras de sangue para a extração de DNA foram armazenadas em tubos com anticoagulante (EDTA), e as amostras para análise bioquímica foram armazenadas em tubo sem anticoagulante. As amostras de urina foram coletadas através de micção espontânea, para a realização da urinálise. Para extração de DNA do sangue, urina e lesão, foi utilizado o kit Blood and Tissue (Qiagen, Alemanha). Em seguida foi feita a detecção e tipificação, por PCR, das sequências de DNA. Para detecção foram utilizados os primers consenso MY11/09 e primers específicos de BPV-2 para a tipificação. Todas as análises foram realizadas a cada 4 meses, durante o período de um ano. Os resultados obtidos demonstraram a detecção do BPV-2 em 100% (16/16) das amostras de sangue, 87,5% (14/16) na urina e 100% (13/13) nas lesões. Os resultados das análises bioquímicas e de urinálise se mostraram dentro da normalidade em todos os animais. Nenhum animal apresentou qualquer característica clínica de HEB. Conclui- se que, o vírus não é per si, capaz de desenvolver a HEB.