Potencial evocado auditivo de estado estável simultâneo por via aérea e óssea
As respostas evocadas auditivas de estado estável são técnicas em rápido desenvolvimento que podem melhorar a eficácia dos programas de triagem auditiva e diagnóstico audiológico. Elas podem ser obtidas a partir de estimulação por condução aérea ou óssea, possibilitando o diagnóstico diferencial ent...
Main Author: | CAMBOIM, Elizângela Dias |
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Other Authors: | LINS, Otávio Gomes |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30942 |
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Summary: |
As respostas evocadas auditivas de estado estável são técnicas em rápido desenvolvimento que podem melhorar a eficácia dos programas de triagem auditiva e diagnóstico audiológico. Elas podem ser obtidas a partir de estimulação por condução aérea ou óssea, possibilitando o diagnóstico diferencial entre perdas auditivas sensorioneural ou condutiva. O diagnóstico precoce de perda auditiva por triagem auditiva neonatal e o tratamento adequado é essencial para o desenvolvimento da linguagem. Os protocolos usuais não diferenciam perdas neurossensoriais e condutivas, implicando falsos-positivos, necessidade de exames extras, aumento do estresse familiar e atrasos no diagnóstico e na intervenção. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de registrar e analisar de forma independente as respostas evocadas auditivas de estado estável a estímulos de ruído modulado em amplitude, rapidamente detectáveis, apresentados simultaneamente por via aérea e óssea. Participaram do estudo sessenta e nove voluntários de 18 a 55 anos de idade, com limiares auditivos normais e com perda auditiva sensorioneural, condutiva e mista. Dois estímulos constituídos por ruído de banda larga modulados em duas frequências diferentes, foram simultaneamente apresentados pela condução aérea e óssea. As respostas foram registradas e analisadas pelo sistema MultiMASTER. Observou-se que as amplitudes das respostas aos estímulos por condução aérea foram ligeiramente maiores do que as amplitudes das respostas aos estímulos por condução óssea, quando apresentados isolados na mesma intensidade, A diferença foi estatisticamente significativa somente em 50 dB. Quando apresentados simultaneamente, as amplitudes das respostas aos estímulos por condução aérea não se alteraram significativamente, enquanto as amplitudes das respostas aos estímulos por condução óssea foram significativamente menores nas intensidades de 40 e 50 dB. Na apresentação simultânea, 100% das respostas ao estímulo por condução aérea e 92% das respostas aos estímulos por condução óssea foram detectados na intensidade de 50 dB. Todas as respostas ao estímulo por condução aérea e 90% das respostas ao estímulo por condução óssea foram detectadas em até três minutos e meio em indivíduos com audição normal. Nós simulamos “gaps” ar-osso apresentando o estímulo por condução óssea a 50 dB e o estímulo por condução aérea em 50 (gap 0), 40 (gap 10) e 30 dB (gap 20). No gap 10 a amplitude da resposta ao estímulo por condução aérea caiu cerca de 50% enquanto que a amplitude da resposta ao estímulo por condução óssea não mudou. No gap 20 a amplitude da resposta ao estímulo por condução aérea caiu para os níveis de ruído enquanto a amplitude da resposta ao estímulo por condução óssea aumentou cerca de 20%. Todas as respostas aos estímulos por condução óssea foram detectadas dentro de três minutos e meio nos gaps 10 e 20. O experimento final foi a apresentação de estímulos conduzidos via aérea e via óssea simultaneamente a 50 dB em indivíduos com audição normal e com perdas auditivas sensório-neurais, condutivas e mistas. Nós conseguimos separar bem as orelhas com audição normal das orelhas com perdas auditivas sensorial-neurais, condutivas e mistas. Em alguns indivíduos com perdas condutivas leves a moderadas tanto as respostas por via aérea como por via óssea foram significativas, porém as amplitudes da resposta aos estímulos por via óssea foram sempre pelo menos o dobro das amplitudes das respostas ao estímulo por via aérea. A maioria das perdas mistas comportou-se como perdas sensorioneurais, porém com a razão das amplitudes por via óssea e via aérea maior do que dois. Foi possível identificar e classificar os vários tipos de perdas auditivas analisando respostas auditivas de estado estável a estímulos constituídos por ruído branco modulados em duas frequências diferentes apresentadas simultaneamente por via aérea e óssea. |
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