Resistência de vias aéreas e inflamação em obesos asmáticos: estudo em crianças e adolescentes
A obesidade infantil é motivo de preocupação na esfera mundial, assim como a asma associada a essa condição e suas principais características são os efeitos mecânicos e inflamatórios que possam causar na função pulmonar. É possível que o fenótipo obeso-asmático seja caracterizado por possuir efeitos...
Main Author: | VIEIRA, Fabiana Cavalcanti |
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Other Authors: | SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31002 |
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ir-123456789-310022019-06-12T05:04:31Z Resistência de vias aéreas e inflamação em obesos asmáticos: estudo em crianças e adolescentes VIEIRA, Fabiana Cavalcanti SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti PEIXOTO, Décio Medeiros http://lattes.cnpq.br/7118484268242650 http://lattes.cnpq.br/0557373983746122 Obesidade Asma Mecânica respiratória Oscilometria Inflamação A obesidade infantil é motivo de preocupação na esfera mundial, assim como a asma associada a essa condição e suas principais características são os efeitos mecânicos e inflamatórios que possam causar na função pulmonar. É possível que o fenótipo obeso-asmático seja caracterizado por possuir efeitos mecânicos e inflamatórios da obesidade e da asma. Desta forma, parece que esse fenótipo apresenta função pulmonar mais comprometida e mecanismo inflamatório mais exacerbado que os indivíduos obesos e asmáticos. Considerando que as pesquisas neste tema são contraditórias e escassas, torna-se relevante investigar a mecânica pulmonar de crianças e adolescentes obesos-asmáticos e correlacionar com desfechos funcionais pulmonares e inflamatórios. Crianças e adolescentes obesos-asmáticos, obesos sem asma, asmáticos peso normal e eutróficos, de ambos os sexos, faixa etária de 12 a 24 anos, acompanhadas em ambulatório especializado, recrutadas por conveniência, foram submetidas à entrevista para coleta de dados: sócio-demográficos (sexo, idade, peso ao nascimento, co-morbidades, medicamentos, nível de atividade física) e antropométricos(peso, altura, IMC, circunferência abdominal, percentual de gordura, índice cintura quadril, massa magra e gorda). Além de dados da função pulmonar (sistema de oscilometria de impulso (IOS) e espirometria), força muscular respiratória (manovacuometria), Imunoglobulinas E (IgE) total e específica, citocinas inflamatórias (interleucina (IL) 2, IL4, IL6, IL10, TNF-α, INF-γ) e leptina através de coleta de sangue. Foram avaliados 76 crianças e adolescentes, 19 eram obesos-asmáticos. A antropometria diferiu entre os grupos, exceto a altura. O grupo obeso-asmático e obeso apresentou maiores medidas antropométricas, porém, sem diferença estatística entre eles. As medidas espirométricas (CVF, VEF1 e PEF, % predito) e de força muscular respiratória não mostraram diferença estatística entre os grupos (p>0,05). A variável ventilação voluntária máxima (VVM) %pred apresentou valores menores nos grupos obeso com asmático (p<0,0001). Ao realizar subanálise entre os grupos obesos e não-obesos, asmáticos e não-asmático VVM%pred mostrou-se reduzida em ambos os grupos e o PEF%pred no grupo asmático As variáveis oscilométricas (Resistência (R) 5, R20, R5-R20, frequência de ressonância (Fres) e área de reatâcnia (AX) estavam aumentadas e a elastância (Xrs5) reduzida quando comparadas nos grupos obesos com asma, obeso e asmáticos (p:0,007). Ao realizar subanálise R5, R20, R5-R20, Ax e Fres (p<0,001) foram maiores e Xrs5 (p<0,001) menor nos grupos obesos e asmáticos. Os níveis de citocinas não diferiu estatisticamente entre os grupos. Porém houve uma tendência a níveis elevados de IL-4 no grupo asma. Na subanálise IL-4 mostrou-se aumentada (p:0,017) e TNF-α DPT diminuída (p:0,029) no subgrupo asma e TNF-α (p:0,013) e IFN-γ DPT (p:0,047) reduzidas no subgrupo obeso. A leptina mostrou-se elevada nos grupos obeso-asmático e obeso (p<0,0001). Resistência de via aérea (VA) periférica estava relacionado com o aumento da cirfunferênica abdominal no grupo obeso-asmático. Não houve associação entre parâmetros de IOS e citocinas e leptina. Crianças a adolescentes obesas-asmáticas atópicas apresentam função pulmonar semelhante a indivíduos obesos e asmáticos. A resistência de VA não é a condição predominante desta população, visto que X5Hz, estimada pela reatância do sistema respiratório, foi o único parâmetro com valores acima da normalidade no grupo obeso com asma em relação aos obesos e asmáticos. Fatores inflamatórios não parecem estar envolvidos no mecanismo de obstrução de VA e a leptina está relacionada exclusivamente no mecanismo da obesidade e não na asma. Childhood obesity is a cause of concern worldwide, as well as the asthma associated with this condition and its main characteristics are the mechanical and inflammatory effects that may cause lung function. It is possible that the obese-asthmatic phenotype is characterized by the mechanical and inflammatory effects of obesity and asthma. In this way, it seems that this phenotype presents more compromised pulmonary function and more exacerbated inflammatory mechanism than obese and asthmatic individuals. Considering that the researches on this subject are contradictory and scarce, it is pertinent to investigate the pulmonary mechanics of obese-asthmatic children and adolescents and to correlate with functional pulmonary and inflammatory outcomes. Obese-asthmatic children, obese children without asthma, normal weight asthmatics and eutrofics, of both sexes, aged between 12 and 24 years, accompanied in a specialized clinic, recruited for convenience, were submitted to the interview for data collection: (weight, height, BMI, waist circumference, percentage of fat, hip waist index, lean and fat mass), and socio-demographic variables (sex, age, birth weight, comorbidities, medications, level of physical activity). In addition to pulmonary function data (IOS and spirometry), respiratory muscle strength (manovacuometry), total and specific immunoglobulins E (IgE), inflammatory cytokines (interleukin (IL) 2, IL4, IL6, IL10, TNF-α, INF-γ) and leptin through blood collection. Seventy-six children and adolescents were evaluated, 19 were obese-asthmatics. Anthropometry differed between groups except height. The obese-asthmatic and obese group presented greater anthropometric measurements, however, without statistical difference between them. Spirometric measurements (FVC, FEV1 and PEF,% predicted) and respiratory muscle strength didn´t show statistical difference between the groups (p> 0.05). The variable maximum voluntary ventilation (MVV)% pred presented lower values in the obese and asthmatic groups (p <0.0001). When performing subanalysis between the obese and non-obese groups, asthmatics and non-asthmatic MVV% pred was reduced in both groups and the PFD% pred in the asthmatic group. The oscillometric variables (Resistance (R) 5, R20, R5- R 20, R 5, R 5, ressonance frequency (Fres), and reatance area (AX) were increased and the elastance (Xrs5) reduced when compared in the obese-asthmatic, obese and asthmatic groups (p: 0.007) R20, Ax and Fres (p <0.001) were higher and Xrs5 (p <0.001) were lower in the obese and asthmatic groups. (p: 0.017) and reduced TNF-α DPT (p: 0.029) in the asthmatic subgroup and reduced TNF-α (p: 0.013) and IFN-γ DPT (p: 0.047) in the obese subgroup, and leptin was elevated in the obese-asthmatic and obese groups (p <0.0001). with an increase in abdominal circunference in the obese-asthmatic group. There was no association between IOS parameters and cytokines and leptin. Children with obese-asthmatic atopic adolescents present pulmonary function similar to obese and asthmatic individuals. Airway resistance (AR) is not the predominant condition of this population, since X5Hz, estimated by the reactance of the respiratory system, was the only parameter with values above normal in the obese group with asthma in relation to the obese and asthmatics. Inflammatory factors do not appear to be involved in the mechanism of AR obstruction and leptin is exclusively related to the mechanism of obesity and not asthma. 2019-06-10T22:45:46Z 2019-06-10T22:45:46Z 2018-02-21 doctoralThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31002 por openAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente |
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A obesidade infantil é motivo de preocupação na esfera mundial, assim como a asma associada a essa condição e suas principais características são os efeitos mecânicos e inflamatórios que possam causar na função pulmonar. É possível que o fenótipo obeso-asmático seja caracterizado por possuir efeitos mecânicos e inflamatórios da obesidade e da asma. Desta forma, parece que esse fenótipo apresenta função pulmonar mais comprometida e mecanismo inflamatório mais exacerbado que os indivíduos obesos e asmáticos. Considerando que as pesquisas neste tema são contraditórias e escassas, torna-se relevante investigar a mecânica pulmonar de crianças e adolescentes obesos-asmáticos e correlacionar com desfechos funcionais pulmonares e inflamatórios. Crianças e adolescentes obesos-asmáticos, obesos sem asma, asmáticos peso normal e eutróficos, de ambos os sexos, faixa etária de 12 a 24 anos, acompanhadas em ambulatório especializado, recrutadas por conveniência, foram submetidas à entrevista para coleta de dados: sócio-demográficos (sexo, idade, peso ao nascimento, co-morbidades, medicamentos, nível de atividade física) e antropométricos(peso, altura, IMC, circunferência abdominal, percentual de gordura, índice cintura quadril, massa magra e gorda). Além de dados da função pulmonar (sistema de oscilometria de impulso (IOS) e espirometria), força muscular respiratória (manovacuometria), Imunoglobulinas E (IgE) total e específica, citocinas inflamatórias (interleucina (IL) 2, IL4, IL6, IL10, TNF-α, INF-γ) e leptina através de coleta de sangue. Foram avaliados 76 crianças e adolescentes, 19 eram obesos-asmáticos. A antropometria diferiu entre os grupos, exceto a altura. O grupo obeso-asmático e obeso apresentou maiores medidas antropométricas, porém, sem diferença estatística entre eles. As medidas espirométricas (CVF, VEF1 e PEF, % predito) e de força muscular respiratória não mostraram diferença estatística entre os grupos (p>0,05). A variável ventilação voluntária máxima (VVM) %pred apresentou valores menores nos grupos obeso com asmático (p<0,0001). Ao realizar subanálise entre os grupos obesos e não-obesos, asmáticos e não-asmático VVM%pred mostrou-se reduzida em ambos os grupos e o PEF%pred no grupo asmático As variáveis oscilométricas (Resistência (R) 5, R20, R5-R20, frequência de ressonância (Fres) e área de reatâcnia (AX) estavam aumentadas e a elastância (Xrs5) reduzida quando comparadas nos grupos obesos com asma, obeso e asmáticos (p:0,007). Ao realizar subanálise R5, R20, R5-R20, Ax e Fres (p<0,001) foram maiores e Xrs5 (p<0,001) menor nos grupos obesos e asmáticos. Os níveis de citocinas não diferiu estatisticamente entre os grupos. Porém houve uma tendência a níveis elevados de IL-4 no grupo asma. Na subanálise IL-4 mostrou-se aumentada (p:0,017) e TNF-α DPT diminuída (p:0,029) no subgrupo asma e TNF-α (p:0,013) e IFN-γ DPT (p:0,047) reduzidas no subgrupo obeso. A leptina mostrou-se elevada nos grupos obeso-asmático e obeso (p<0,0001). Resistência de via aérea (VA) periférica estava relacionado com o aumento da cirfunferênica abdominal no grupo obeso-asmático. Não houve associação entre parâmetros de IOS e citocinas e leptina. Crianças a adolescentes obesas-asmáticas atópicas apresentam função pulmonar semelhante a indivíduos obesos e asmáticos. A resistência de VA não é a condição predominante desta população, visto que X5Hz, estimada pela reatância do sistema respiratório, foi o único parâmetro com valores acima da normalidade no grupo obeso com asma em relação aos obesos e asmáticos. Fatores inflamatórios não parecem estar envolvidos no mecanismo de obstrução de VA e a leptina está relacionada exclusivamente no mecanismo da obesidade e não na asma. |
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