Atividade sedentária, atividade física e estado nutricional de crianças com paralisia cerebral
Crianças com Paralisia Cerebral (PC) têm comprometimentos motores e funcionais, que se apresentam de forma heterogênea, a depender do local da lesão. Por apresentarem dificuldades de movimento, se fixam em posturas com menor gasto energético do sistema musculoesquelético e tendem a gastar mais tempo...
Main Author: | FIRMINO, Raíne Costa Borba |
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Other Authors: | ANTUNES, Margarida Maria de Castro |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31005 |
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Summary: |
Crianças com Paralisia Cerebral (PC) têm comprometimentos motores e funcionais, que se apresentam de forma heterogênea, a depender do local da lesão. Por apresentarem dificuldades de movimento, se fixam em posturas com menor gasto energético do sistema musculoesquelético e tendem a gastar mais tempo com atividades sedentárias que em atividades físicas. Este fato está relacionado aos desfechos negativos em saúde tanto físicos quanto nutricionais que a atividade sedentária traz a essa população. O objetivo deste estudo foi investigar as diferenças entre os perfis de atividade física, sedentária e o estado nutricional de crianças com PC dos tipos espástico, discinético e atáxico e gravidade motora leve, moderada e grave, de acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), com idade de dois a 10 anos. Tratou-se de um estudo realizado no período de maio a agosto de 2017, nos setores de Fisioterapia e Gastropediatria do Hospital das Clínicas/UFPE e nos setores de Fisioterapia da Fundação Perrone e na Pepita Duran Clínica Multiserviço e Home Care. Participaram do estudo 59 crianças com diagnóstico de PC, sendo 06 atáxicas, 17 discinéticas e 36 espásticas. Inicialmente, foi realizada a classificação da gravidade das crianças através do GMFCS e foi aplicado um formulário estruturado contendo informações sociodemográficas e clínicas. Em seguida, foi realizada a mensuração das atividades sedentária e física através do acelerômetro GTX3 e a avaliação do estado nutricional (antropometria), consumo alimentar (recordatório 24h) e composição corporal (bioimpedância elétrica). A mediana para a idade das crianças foi de 6,2 anos e a maioria (73,9%) era do sexo masculino. As mães representaram 84,9% dos cuidadores principais das crianças com PC. Em relação às características clínicas, 67,9% eram do tipo espástica e 66% foram classificadas com comprometimento motor grave, segundo o GMFCS. Estas, apresentaram maior frequência de deficit estatural (p=0,001) e baixo peso (p= 0,025). Porém, 17,6% das crianças leves apresentavam excesso de peso. Na avaliação da composição corporal, observou-se que as crianças graves apresentavam maior valor de gordura corporal (p=0,05) e tendência a menor massa magra (p=0,06). Em relação às atividades, observou-se que as crianças discinéticas gastavam mais tempo em atividades sedentárias (927,6 minutos diários), mas também em atividades físicas leves e moderadas, quando comparadas às espásticas. Observou-se que independente do grau de comprometimento motor, as crianças gastavam a mesma quantidade de tempo em atividades sedentárias (762 minutos diários). Porém, as graves gastavam menos tempo em atividades físicas de todas as intensidades quando comparadas às crianças com comprometimento motor leve/moderado. Além disso, observou-se que há uma relação inversa entre o tempo despendido em atividade física moderada a vigorosa (AFMV) e a porcentagem de massa gorda (para cada minuto de AFMV houve uma redução de 0,17% da massa gorda). Concluiu-se que a atividade física é variável de acordo com o grau de comprometimento motor e o tipo de PC e, quando moderada a grave, está relacionada a menor adiposidade e estatura. A atividade sedentária é mais frequente nas crianças discinéticas, embora isso não se reflita em um menor tempo de atividade física. |
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