Estudo de linfócitos T reguladores de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é o protótipo das doenças autoimunes sistêmicas. Desregulações na homeostase das células T reguladoras (Tregs) tem sido descritas no desenvolvimento do LES, contudo grande parte dos estudos que investigam estas células no contexto da doença apresentam dados contra...

Full description

Main Author: SILVA NETA, Helena Lima da
Other Authors: PITTA, Maíra Galdino da Rocha
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31402
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Summary: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é o protótipo das doenças autoimunes sistêmicas. Desregulações na homeostase das células T reguladoras (Tregs) tem sido descritas no desenvolvimento do LES, contudo grande parte dos estudos que investigam estas células no contexto da doença apresentam dados contraditórios. Portanto, o presente estudo visa investigar as células Tregs de pacientes com LES frente as manifestações clínicas da doença. Foram incluídos neste estudo 115 pacientes (112 mulheres e 3 homens, com idade média de 36 + 5.65 anos), sendo 86 com a doença em atividade (SLEDAI > 6) e 29 em remissão (SLEDAI < 6). Todos os pacientes foram recrutados do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da UFPE, Recife – PE, Brasil e preencheram os critérios de classificação do American College of Rheumatology para o LES. O grupo controle foi constituído por 32 mulheres e 1 homem, saudáveis, com idade média de 44 + 1.41 anos. As concentrações séricas de citocinas relacionadas a via Treg (TGF-β, IL-10 e IL-35) foram determinadas através de kits específicos de ELISA e a imunofenotipagem foi realizada através da marcação específica com anticorpos fluorescentes para CD4, CD25, FOXP3, CD127. O estado de ativação das células Treg foi investigado através da expressão de CD45RA, FOXP3, CCR7 e CCR4. Dados não paramétricos foram analisados através do teste de Mann-Whitney e dados paramétricos através do T test ou one-way ANOVA. A regressão linear múltipla foi utilizada para análises adicionais, sendo considerado P < 0,05 significativo para todos os testes. Nossos resultados indicam uma liberação defeituosa de citocinas da via Treg no LES. Os níveis séricos de TGF-β foram significativamente menores em pacientes com LES (31,25; 31,25 - 1000 pg / mL) do que em voluntários saudáveis (60; 31,25 - 966 pg / mL) (p = 0,001). Por outro lado, os níveis de IL- 35 foram maiores em pacientes (0,78; 0,78 a 185,6 pg / mL) do que em voluntários sadios (0,78; 0,78-2,94 pg / mL) (p = 0,03), e IL-10 não divergiu entre os grupos (p> 0,05). Foi observada uma significativa elevação na frequência das células Treg CD4⁺FOXP3⁺ (p=0,003) de pacientes com LES. Entretanto, diferente de todos os fenótipos ou citocinas relacionados a via Treg estudados, apenas as células eTreg (CD4⁺FOXP3ʰˡᵍʰCD45RA⁻) (p=0,01) foram inversamente correlacionadas a atividade da doença, enquanto que as células nonTreg (CD4⁺FOXP3ˡᵒʷCD45RA⁻) (p=0,003) exerceram uma influência direta. Importantemente o fenótipo nonTreg foi o indicador mais consistente de atividade do LES, confirmado pelo modelo de análise baseado na regressão linear multivariada. Em resumo nós sugerimos a padronização da amostra baseada no SLEDAI para aumentar a acurácia das futuras investigações conduzidas no LES e destacamos as células non Treg como um potencial biomarcador de atividade da doença.