Angústia e colonialidade do ser: percepção sobre LGBTfobia em estudantes de Licenciatura em Pedagogia e em Física do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco
Este estudo é resultado de pesquisa realizada com estudantes dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia e Licenciatura em Física do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. O principal objetivo foi o de compreender de que maneira a angústia decorrente da LGBTfobia se configur...
Main Author: | OLIVEIRA, Márcio Rubens de |
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Other Authors: | LAGE, Allene Carvalho |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31968 |
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Summary: |
Este estudo é resultado de pesquisa realizada com estudantes dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia e Licenciatura em Física do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. O principal objetivo foi o de compreender de que maneira a angústia decorrente da LGBTfobia se configura em colonialidade do ser nestes estudantes. O preconceito LGBTfóbico, como diversas outras manifestações de violência, opressão e discriminação contra pessoas que não se enquadram às exigências sociais são resultado de histórica herança de poder e subalternização de pessoas consideradas inferiores, um ranço colonial que instituiu modelos e regulação de padrões sociais para a civilidade e instaurou uma cultura de exclusão que se reverberou ao longo do tempo e ainda hoje se revela através da colonialidade. Colonialidade que se fundamenta a partir de quatro pilares: poder, conhecimento, ser e gênero. As contribuições dos estudos de caráter decolononial, da Sociologia Crítica, da Psicologia, da Psicanálise e da Filosofia foram importantes neste estudo, pois ofereceram subsídios teóricos essenciais para as reflexões e análises desenvolvidas. Esta pesquisa teve sua origem, a partir de uma experiência do pesquisador com a docência universitária, o que ofereceu condições necessárias para a problematização do tema. De abordagem qualitativa a pesquisa buscou explorar conhecimentos sobre experiências vivenciadas pelas/os estudantes participantes e explicar os principais elementos envolvidos nas questões em torno da LGBTfobia na universidade e suas relações com a perspectiva da colonialidade do ser. A pesquisa foi realizada no Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco, com discentes dos 2º, 3º, 8º e 9º períodos dos Cursos de Licenciatura em Física e de Licenciatura em Pedagogia. Na coleta de dados os instrumentos que subsidiaram a obtenção de informações foram: questionário eletrônico, que recebeu 56 respostas; entrevistas semiestruturadas, num quantitativo de 18 estudantes entrevistadas/os e o conhecimento dos Planos Políticos Pedagógicos – PPP’s dos respectivos cursos. As análises foram realizadas através das técnicas de Análise de Conteúdo e o método utilizado foi o Método de Caso Alargado. Após realizadas as análises os resultados demonstraram que há LGBTfobia na universidade e que a sua manifestação é mais acentuada em relação aos discentes do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Os resultados, também apontaram que estudantes LGBTs e mulheres do Curso de Licenciatura em Física, sofrem preconceitos resultantes da heteronormatividade. As principais manifestações de angústia e colonalidade do ser decorrentes da LGBTfobia se apresentaram através de várias faces, como tristeza, medo, sufocamento, etc. Revelou-se uma espécie de separação territorial entre os cursos estudados e que alunos, professores, o Restaurante Universitário e profissionais terceirizados representam fontes de LGBTfobia. A formação docente mostrou-se ferramenta importante para o enfrentamento à LGBTfobia e pesquisas que envolvem esta temática foram consideradas necessárias para a formação de professoras/es. A pesquisa possibilitou amadurecimento e ampliação de conhecimentos para o pesquisador. Dos seus resultados esperam-se que outros estudos sejam desenvolvidos e que estratégias de enfrentamento à LGBTfobia na universidade sejam pensadas de forma a dar visibilidade e voz a estudantes LGBTs. |
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