Plantas medicinais utilizadas para problemas bucais em diferentes biomas brasileiros: estudo etnobotânico
Os biomas mais relevantes do nordeste brasileiro são a mata atlântica e as planícies semiáridas (floresta sazonal seca), conhecidas como caatinga. O uso de plantas medicinais vem sendo investigado nessas regiões, entretanto ainda existem lacunas relacionadas a sua utilização para fins odontológicos....
Main Author: | CASTRO, Kaline Silva |
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Other Authors: | CARVALHO, Alessandra de Albuquerque Tavares |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
|
Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32316 |
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ir-123456789-323162019-09-06T05:06:05Z Plantas medicinais utilizadas para problemas bucais em diferentes biomas brasileiros: estudo etnobotânico CASTRO, Kaline Silva CARVALHO, Alessandra de Albuquerque Tavares SAMPAIO, Fábio Correia http://lattes.cnpq.br/8726375114805634 http://lattes.cnpq.br/6182433161973022 Etnobotânica Medicina tradicional Plantas medicinais Saúde bucal Sistema Único de Saúde Os biomas mais relevantes do nordeste brasileiro são a mata atlântica e as planícies semiáridas (floresta sazonal seca), conhecidas como caatinga. O uso de plantas medicinais vem sendo investigado nessas regiões, entretanto ainda existem lacunas relacionadas a sua utilização para fins odontológicos. Somado a isso, ao entender que o processo contínuo de urbanização pode comprometer o atual conhecimento sobre o tema, torna-se importante o registro das espécies vegetais utilizadas pela população. Nesse sentido, o presente trabalho teve o objetivo de investigar e comparar os tipos de plantas medicinais utilizadas para problemas bucais em dois diferentes biomas no nordeste brasileiro, caatinga (menos urbanizado) e mata atlântica (mais urbanizado). Participaram do estudo quatro cidades do estado da Paraíba: João Pessoa e Guarabira, que representaram a mata atlântica; Monteiro e Sousa, representando a caatinga. A pesquisa foi conduzida com representantes de três grupos: usuários do Sistema Único de Saúde, cirurgiões-dentistas e raizeiros. Os locais de coleta de dados dos usuários e cirurgiões-dentistas foram escolhidos aleatoriamente de uma lista dos centros de saúde mais relevantes em ambos os biomas. Unidades de saúde das quatro áreas urbanas foram incluídas (n=73). Os dados dos raizeiros foram coletados nas feiras livres e mercados públicos dos municípios. O método de amostragem aleatória simples foi aplicado para selecionar os indivíduos que procuravam atendimento nas unidades de saúde. Os profissionais presentes nas unidades visitadas e os raizeiros encontrados nas cidades foram convidados a participar do estudo. A pesquisa foi conduzida nos anos de 2016 e 2017. Os participantes responderam formulários semiestruturados sobre plantas medicinais utilizadas para problemas bucais. Para a tese, foi elaborado um artigo com os dados de 514 usuários das unidades de saúde. Como resultado do manuscrito, verificou-se que o uso de plantas na recuperação da saúde bucal foi significativamente mais comum no bioma caatinga (p<0,001) e entre as pessoas acima de 40 anos (p=0,002). Em meio aos participantes do estudo, 163 indivíduos (31,7%) afirmaram utilizar plantas medicinais para recuperar a saúde bucal, sendo possível registrar 38 diferentes espécies. Os indivíduos utilizavam as plantas no tratamento de processos inflamatórios, dor de dente, ulcerações aftosas, cicatrização tecidual, infecções e limpeza dentária. Conclui-se que: a Punica granatum Linn. (romã), o Ziziphus joazeiro Mart. (juá), a Anacardium occidentale Linn. (cajueiro roxo) e a Myracrodruon urudeuva Allem. (aroeira) foram as plantas mais citadas no bioma mata atlântica; e a Punica granatum Linn. (romã), o Ziziphus joazeiro Mart. (juá), a Mentha piperita Linn. (hortelã da folha miúda) e a Mimosa hostilis Benth. (jurema preta) foram as mais citadas no bioma caatinga. The most relevant biomes of the northeast of brazil are the atlantic forest and the semiarid plains (seasonal dry forest), known as caatinga. Ethnomedicinal uses of plants have been investigated, but there is still a gap related to the use of plants for oral health. Moreover, the ongoing urbanization process towards coastal areas may jeopardize the current knowledge on this topic. Thus, it becomes important to record the plant species used by the population. In this sense, the objective of the study was to investigate and compare the pattern of use of plants for oral health problems by inhabitants of two brazilian biomes, caatinga (less urbanized) and atlantic forest (more urbanized). Four different cities from Paraíba state participated in the study: João Pessoa and Guarabira, representing the atlantic forest; Monteiro and Sousa, representing the caatinga. The research was conducted with representatives of three groups: users of the Unified Health System, dentists and traditional healers (“raizeiros”). The data collection sites of users and dentists were randomly chosen from a list of most relevant health centers in both biomes. Health units in four urban areas were included (n=73). The healers data were collected in the fairs and public markets of the four cities. Simple random sampling method was applied to select a sample of individuals who were seeking assistance at the health units. The professionals in the units visited and healers present in cities were invited to participate in the study. The research was conducted in 2016 and 2017. The participants responded semi-structured forms about plants used for oral health problems. For thesis, an article was elaborated with the data of 514 users of the health units. As manuscript's results, it was verified that the use of plants in the recovery of oral health was significantly more common in caatinga biome (p <0.001) and among people over 40 years (p = 0.002). Among the study participants, 163 individuals (31.7%) reported to use medicinal plants to recover the oral health and it was possible to register 38 different species. The participants used the species for the treatment of inflammatory processes, toothache, aphthous ulcerations, tissue healing, infections and dental hygiene. It was concluded that: Punica granatum Linn. (“romã”), Ziziphus joazeiro Mart. (“juá”), Anacardium occidentale Linn. (“cajueiro roxo”) and Myracrodruon urged Allem. (“aroeira”) were the most cited plants in the atlantic forest biome; Punica granatum Linn. (“romã”), Ziziphus joazeiro Mart. (“juá”), Mentha piperita Linn. (“hortelã da folha miúda”) and Mimosa hostilis Benth. (“jurema preta”) were the most cited plants in the caatinga biome. 2019-09-05T22:43:51Z 2019-09-05T22:43:51Z 2018-08-22 doctoralThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32316 por embargoedAccess http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Odontologia |
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Os biomas mais relevantes do nordeste brasileiro são a mata atlântica e as planícies semiáridas (floresta sazonal seca), conhecidas como caatinga. O uso de plantas medicinais vem sendo investigado nessas regiões, entretanto ainda existem lacunas relacionadas a sua utilização para fins odontológicos. Somado a isso, ao entender que o processo contínuo de urbanização pode comprometer o atual conhecimento sobre o tema, torna-se importante o registro das espécies vegetais utilizadas pela população. Nesse sentido, o presente trabalho teve o objetivo de investigar e comparar os tipos de plantas medicinais utilizadas para problemas bucais em dois diferentes biomas no nordeste brasileiro, caatinga (menos urbanizado) e mata atlântica (mais urbanizado). Participaram do estudo quatro cidades do estado da Paraíba: João Pessoa e Guarabira, que representaram a mata atlântica; Monteiro e Sousa, representando a caatinga. A pesquisa foi conduzida com representantes de três grupos: usuários do Sistema Único de Saúde, cirurgiões-dentistas e raizeiros. Os locais de coleta de dados dos usuários e cirurgiões-dentistas foram escolhidos aleatoriamente de uma lista dos centros de saúde mais relevantes em ambos os biomas. Unidades de saúde das quatro áreas urbanas foram incluídas (n=73). Os dados dos raizeiros foram coletados nas feiras livres e mercados públicos dos municípios. O método de amostragem aleatória simples foi aplicado para selecionar os indivíduos que procuravam atendimento nas unidades de saúde. Os profissionais presentes nas unidades visitadas e os raizeiros encontrados nas cidades foram convidados a participar do estudo. A pesquisa foi conduzida nos anos de 2016 e 2017. Os participantes responderam formulários semiestruturados sobre plantas medicinais utilizadas para problemas bucais. Para a tese, foi elaborado um artigo com os dados de 514 usuários das unidades de saúde. Como resultado do manuscrito, verificou-se que o uso de plantas na recuperação da saúde bucal foi significativamente mais comum no bioma caatinga (p<0,001) e entre as pessoas acima de 40 anos (p=0,002). Em meio aos participantes do estudo, 163 indivíduos (31,7%) afirmaram utilizar plantas medicinais para recuperar a saúde bucal, sendo possível registrar 38 diferentes espécies. Os indivíduos utilizavam as plantas no tratamento de processos inflamatórios, dor de dente, ulcerações aftosas, cicatrização tecidual, infecções e limpeza dentária. Conclui-se que: a Punica granatum Linn. (romã), o Ziziphus joazeiro Mart. (juá), a Anacardium occidentale Linn. (cajueiro roxo) e a Myracrodruon urudeuva Allem. (aroeira) foram as plantas mais citadas no bioma mata atlântica; e a Punica granatum Linn. (romã), o Ziziphus joazeiro Mart. (juá), a Mentha piperita Linn. (hortelã da folha miúda) e a Mimosa hostilis Benth. (jurema preta) foram as mais citadas no bioma caatinga. |
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