Máquina de perfusão pulsátil comparada à preservação estática: impacto na função retardada e sobrevida do enxerto renal

Introdução: O transplante renal é considerado o tratamento de escolha para pacientes com doença renal crônica em estágio terminal. Após o transplante, o enxerto pode não funcionar de imediato e o paciente precisar dialisar, caracterizando a função retardada do enxerto (FRE). A FRE aumenta tempo de i...

Full description

Main Author: ANDRADE, Larissa Guedes da Fonte
Other Authors: VALENTE, Lucila Maria
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32369
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Summary: Introdução: O transplante renal é considerado o tratamento de escolha para pacientes com doença renal crônica em estágio terminal. Após o transplante, o enxerto pode não funcionar de imediato e o paciente precisar dialisar, caracterizando a função retardada do enxerto (FRE). A FRE aumenta tempo de internamento, custos hospitalares e reduz sobrevida renal. A incidência de FRE é maior em rins de doador critério expandido (DCE), com disfunção renal e tempo de isquemia fria (TIF) prolongado. DCE é definido como doador acima de 60 anos ou entre 50 e 60 anos com duas das três características: hipertensão, creatinina final maior que 1,5 mg/dL ou causa do óbito por doença cerebrovascular. Existem dois métodos de preservação renal: a tradicional, estática (PE) ou com a máquina de perfusão pulsátil (MP). A MP reduz incidência de FRE, porém é uma tecnologia de alto custo e restrita a poucos centros. Objetivos: Avaliar incidência de FRE, TIF e tempo de permanência hospitalar dos pacientes transplantados com rins em PE comparado aos rins em MP após período de isquemia fria estática. Além disso, analisar sobrevida do enxerto e do paciente e função renal estimada pela fórmula do Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) com 1, 3, 6, 9 e 12 meses. Metodologia: Estudo de coorte retrospectiva em centro único na cidade de Recife. Foram incluídos transplantes de doadores falecidos expandidos e padrão com TIF maior que 24 horas ou parada cardiorrespiratória prévia a doação ou creatinina final maior que 1,8mg/dL nos anos de 2015 a 2016. Resultados: Amostra foi de 92 pacientes, 52 transplantados com rins em MP. A incidência de FRE foi 86,5% no grupo MP e 95% no grupo PE, p=0,29. Não houve diferença significante quanto à duração em FRE entre os grupos. Os pacientes de MP permaneceram em média sete dias a menos internados que os pacientes em PE, p=0,15. O TIF no grupo MP foi 8,19 horas maior comparado a PE, p<0,01. O tempo médio em MP foi de 13,63horas. A sobrevida renal foi 90,4% no grupo MP e 87,5% nos pacientes PE, p=0,69. A sobrevida do paciente foi 94,2% no grupo MP e 95% no grupo PE, p=0,86. Não houve diferença nos clearances de creatinina com 1, 3, 6, 9 e 12 meses. Ao final do primeiro ano 89,6% dos pacientes de MP tinham clearance de creatinina maior que 30mL/min/ 1,73 m² e no grupo PE 66,7%, p=0,01. Conclusões: A incidência de FRE foi alta e sem diferenças estatísticas entre os grupos. Apesar de a MP aumentar o TIF não alterou a incidência de FRE. Os pacientes do grupo em MP ficaram internados sete dias a menos que o grupo PE, apesar de diferença não significativa. A sobrevida do paciente e do enxerto foi alta ao final do primeiro ano, sem diferenças entre os grupos. O grupo da MP mostrou melhor função renal ao final do primeiro ano.