Expressão tecidual de galectina3 como fator de risco para recorrência do carcinoma hepatocelular secundário à hepatite C após transplante hepático
A infecção crônica pelo vírus da hepatite C provoca fibrose hepática progressiva, o que propicia o desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). O transplante hepático é considerado a melhor opção terapêutica para pacientes com cirrose e CHC irressecável, o que torna esta neoplasia uma...
Main Author: | FILGUEIRA, Norma Arteiro |
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Other Authors: | MELO, Heloísa Ramos Lacerda de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32451 |
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Summary: |
A infecção crônica pelo vírus da hepatite C provoca fibrose hepática progressiva, o que propicia o desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). O transplante hepático é considerado a melhor opção terapêutica para pacientes com cirrose e CHC irressecável, o que torna esta neoplasia uma das indicações mais frequentes de transplante no mundo. A despeito do uso dos Critérios de Milão na seleção de pacientes com CHC para transplante hepático, a recorrência tumoral (RT) ainda se desenvolve em 15 a 20% dos casos e determina péssimo prognóstico. Alguns autores avaliaram a influência da galectina 3 (Gal3) sobre o CHC, demonstrando in vitro que a inibição da expressão de Gal3 reduziu as capacidades de proliferação, migração e invasão das células tumorais. Em pacientes submetidos a ressecção de CHC, a expressão de Gal3 se associou a redução da sobrevida. Este estudo se propôs a investigar a expressão tecidual da Gal3 nos CHC explantados e a analisar sua associação com características clínico-histológicas e com o prognóstico após transplante. Trata-se de um estudo de coorte que acompanhou 148 pacientes com CHC submetidos a transplante hepático entre 1999 e 2016 em um centro de referência do Nordeste brasileiro, para monitorização de RT. Em uma segunda etapa, os 36 pacientes que desenvolveram RT foram acompanhados até o óbito. A expressão de Gal3 foi analisada por imunohistoquímica do fígado explantado. A incidência de RT na amostra foi 7,92/100 pessoas-ano. A expressão de Gal3 foi identificada em 36 (24,3%) dos 148 casos analisados e apresentou associação independente com presença de invasão vascular (OR 3,49; IC95% 1,24-9,79; p=0,018) e hepatite B (OR 3,42; IC95% 1,06 – 11,02; p=0,039). A combinação de expressão de Gal3 e invasão vascular foi associada a aumento do risco de RT após transplante (HR 5,88; IC95% 1,81-19,12; p=0,003). Entre os 36 pacientes que desenvolveram RT, foi observada associação entre expressão de Gal3 e ocorrência de RT precoce (OR 24,4; IC95% 2,1-278,2; p<0,001), desenvolvimento de metástases pulmonares (OR 7,62; IC95% 1,15 – 50,5; p=0,03) e mortalidade pós-transplante (HR 3,53; IC95% 1,24 – 10,0; p = 0,018). Em conclusão, a expressão de Gal3 pelo CHC, quando associada à presença de invasão vascular, aumenta o risco de RT após transplante hepático. Entre os pacientes que desenvolvem RT após transplante, a Gal3 parece estar associada a desenvolvimento de RT precoce, metástase pulmonar e maior mortalidade. |
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