Análise da interação paciente-ventilador na distribuição regional da ventilação pulmonar em modos ventilatórios convencionais no pós-operatório cardíaco adulto
O manejo de ventilação mecânica no intra e pós-operatório cardíaco visa estratégias para reduzir desfechos negativos ao paciente, como as assincronias paciente-ventilador. Estudos sobre assincronias nesta população são escassos. O presente estudo visou avaliar a incidência de assincronias, e a assoc...
Main Author: | LEITE, Wagner Souza |
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Other Authors: | CAMPOS, Shirley Lima |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32507 |
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Summary: |
O manejo de ventilação mecânica no intra e pós-operatório cardíaco visa estratégias para reduzir desfechos negativos ao paciente, como as assincronias paciente-ventilador. Estudos sobre assincronias nesta população são escassos. O presente estudo visou avaliar a incidência de assincronias, e a associação do índice de assincronia (AI) ≥ 10%, reconhecida como nível crítico, com: modo controlado a volume (VCV, volume-controlled ventilation) e modo controlado à pressão (PCV, pressure-controlled ventilation) e nas fases: assisto-controlada (A/C) e pressão de suporte inicial e final (PSV, pressure support ventilation); e comparar variáveis ventilatórias, gasométricas e de distribuição regional da ventilação entre ciclos sincrônicos e ciclos com assincronias de duplo disparo e de ciclagem precoce nos modos ventilatórios convencionais em pacientes adultos no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Trata-se de um ensaio clínico paralelo com 17 adultos intubados, randomizados em VCV (n=9) e PCV (n=8). A avaliação de parâmetros clínicos e a monitorização pulmonar pela tomografia de impedância elétrica ocorreram em três fases ventilatórias: A/C, PSV inicial (PSV1) na fase de transição do modo A/C para PSV e PSV final (PSV2), equivalente ao período de teste de autonomia ventilatória. Foram analisados para o primeiro objetivo: a incidência de assincronia estimada em percentual da presença de assincronia, o AI calculado pela razão do número de ciclos com assincronia pelo número total de ciclos e o odds ratio da associação de AI ≥ 10% com os modos e fases ventilatórias. Para o segundo objetivo foram analisados: desfechos clínicos expressos por variáveis ventilatórias e gasométricas (volume corrente - Vte, frequência respiratória - FR, equilíbrio ácido-básico e índice de oxigenação PaO₂/FiO₂) e a variação de impedância elétrica pulmonar global (ΔZglobal) e regional (ΔZventral e ΔZdorsal) entre os ciclos sincrônicos e com assincronias de duplo disparo e ciclagem precoce entre as fases ventilatórias. Foram observados que 82% dos pacientes apresentaram assincronias em algum momento, com média de 7% de seus ciclos com assincronias. VCV foi modo de maior chance de AI ≥ 10% entre fases ventilatórias A/C e PSV1 (OR 2,79; 1,36-5,73; p= 0,005), entre A/C e PSV2 (OR 2,61; 1,27-5,37; p= 0,009) e entre PSV1 e PSV2 (4,99; 2,37-10,37; p< 0,001). Contudo, deve-se ter cautela, pois o tempo inspiratório não analisado neste estudo pode ter influenciado o resultado. Quantos aos desfechos clínicos, apenas PaCO₂ apresentou diferença estatística, sendo maior na ciclagem precoce em comparação a ciclos sincrônicos (p=0,027), contudo sem implicação clínica. A ΔZglobal durante ciclos com duplo disparo (58,70±15,56) apresentaram maior variação comparado a ciclos sem assincronias (25,88±6,72; p= 0,003) e com ciclagem precoce (33,83±12,18; p= 0,0025). Nenhuma diferença foi observada entre os modos por tipo de ciclos: sem assincronia (p= 0,95), ciclagem precoce (p= 0,57) e duplo disparo (p= 0,13). Concluimos que a incidência de assincronias em pacientes pós-operatório cardíaco com ventilação mecânica de curto prazo é alta, com provável associação do modo VCV às maiores chances de índice de assincronia igual ou maior que 10%. A assincronia de duplo disparo apresenta maior variação de impedância pulmonar global, porém parece não afetar os desfechos clínicos avaliados neste estudo. |
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