Ethos e negritude: cabelo e corpo como símbolos de identidade e autoestima de mulheres afrodescendentes
O presente trabalho busca investigar os movimentos de significação responsáveis por delinear o ethos da mulher negra no Brasil contemporâneo. Para tanto, partimos da hipótese de que para falarem de si como negras foi preciso, entre outras questões, que essas mulheres reassumissem seus cabelos natura...
Main Author: | SOUZA, Natália de Lima |
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Other Authors: | LEAL, Maria Virgínia |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32573 |
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Summary: |
O presente trabalho busca investigar os movimentos de significação responsáveis por delinear o ethos da mulher negra no Brasil contemporâneo. Para tanto, partimos da hipótese de que para falarem de si como negras foi preciso, entre outras questões, que essas mulheres reassumissem seus cabelos naturais, sejam eles crespos ou cacheados. Dentro desse contexto, é possível perceber que, ao falarem dos processos vividos nesse trajeto de retomada, essas mulheres constroem certas imagens que, além de serem compatíveis com o universo no qual pretendem se legitimar, funcionam como pistas para a constituição dessa imagem de si. Esse cabelo que, antes as destituía do lugar da beleza, ao ser por elas ressignificado, é o elemento que as liga à sua ancestralidade, restituindo-lhes a autoestima. Para dar conta dessa dinâmica, lançamos mão da noção de ethos discursivo proveniente da Análise do Discurso Francesa, à qual está filiado Dominique Maingueneau (2013, 2008, 2005, 2000), já que para esta linha teórica o ethos é parte constitutiva do ato de enunciação. Para dar conta das condições de produção relativas a esse fenômeno, utilizamos como aporte Guimarães (2009) e Fernandes (2007) a fim de situar as relações raciais no Brasil. Para pensar a estética negra utilizamos Gomes (2008) e para compreender a categoria mulher negra, nos respaldamos no feminismo negro, entre as autoras estão: Ribeiro (2017), Davis (2016), Carneiro (2006, 1995), Gozales (1984), entre outras. Para pensar todo esse processo, o trabalho analisa entrevistas publicadas em um blog voltado para mulheres negras. |
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