Liderança regional em perspectiva comparada: Brasil e Turquia
Esta tese analisa o fenômeno da liderança regional em perspectiva comparada. Ela é motivada pela constatação de que não se cumpriram plenamente as expectativas iniciais da literatura, de que as potências regionais desempenhariam naturalmente um papel de líderes e estabilizadoras de suas regiões. Des...
Main Author: | LIMA, Rafael Mesquita de Souza |
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Other Authors: | MEDEIROS, Marcelo de Almeida |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32942 |
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Summary: |
Esta tese analisa o fenômeno da liderança regional em perspectiva comparada. Ela é motivada pela constatação de que não se cumpriram plenamente as expectativas iniciais da literatura, de que as potências regionais desempenhariam naturalmente um papel de líderes e estabilizadoras de suas regiões. Desse modo, o trabalho investiga a liderança regional, comparando dois casos de potências regionais e suas áreas de influência: o Brasil e a América do Sul, de 1995 a 2015, e a Turquia e o Oriente Médio/Norte da África, de 2000 a 2015. A principal pergunta da tese é se Brasil e Turquia exerceram liderança em suas regiões durante o período considerado. A questão é tratada através de duas perguntas auxiliares: se a região foi ou não o principal foco de atenção na política externa desses países; e se suas reivindicações de liderança foram aceitas ou não pelos demais Estados da região e quais fatores explicam suas reações. Para averiguar a importância da região, oferece-se uma base de dados inédita, que mapeia a política externa brasileira e turca em suas dimensões diplomáticas e econômicas nas últimas duas décadas, permitindo comparar a centralidade do regionalismo na política exterior de cada potência. A reação regional, por sua vez, é mensurada por meio do grau de afinidade entre o país e seus vizinhos nas votações da Assembleia Geral das Nações Unidas. Essa variável dependente é tomada como proxy para a aceitação ou rejeição da liderança. Para investigar quais as causas do followership, a tese sintetiza em um modelo analítico unificado as contribuições da literatura sobre potências regionais. A liderança regional é definida como a confluência de quatro determinantes: Exclusividade, Hierarquia/Influência, Consenso e Provisão. O impacto de cada elemento na produção do followership é testado por meio de regressão multivariada em dados Time-Series Cross-Sectional. Trata-se, portanto, de um estudo pioneiro por utilizar, em uma área onde abundam os estudos qualitativos small n, métodos quantitativos em uma base large n. Esta tese contribui com a disciplina sintetizando e testando, de forma original, diversas hipóteses que haviam sido propostas na literatura. Os achados mostram que o caso brasileiro se adequou melhor às expectativas da literatura sobre os determinantes do followership que o turco. Verificou-se que Brasília logrou mais liderança junto aos países e nos instantes em que houve mais Exclusividade e Consenso, e menos Hierarquia e Provisão. Em média, essas condições estiveram mais presentes na América do Sul na década de 1990, o que tornou esse momento mais receptivo à liderança brasileira – ainda que tenha sido nos anos 2000 que Brasília reivindicou mais explicitamente a primazia. Ancara teve mais seguidores quando havia menos Exclusividade, de modo que o final dos anos 2000 lhe foi mais propício, embora de modo geral o país tenha tido pouco sucesso. Analisando os dois casos conjuntamente, verifica-se que a variável determinante em ambos os contextos é o Consenso, de modo que a solidariedade ideológica regional desponta como elemento-chave para uma teoria generalista da liderança regional. |
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