Caracterização polifásica de fungos isolados de substratos relacionados à Melipona scutellaris (Apidae: Meliponini) no ambiente de colmeias racionais
As abelhas sem ferrão pertencem ao grupo mais abundante, importante e diverso de abelhas tropicais eussociais. Dentre essas, a espécie Melipona scutellaris conhecida popularmente como uruçu-do-nordeste, é uma das espécies mais criadas no nordeste brasileiro. Grande variedade de organismos pode estar...
Main Author: | BARBOSA, Renan dos Nascimento |
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Other Authors: | OLIVEIRA, Neiva Tinti de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33118 |
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Summary: |
As abelhas sem ferrão pertencem ao grupo mais abundante, importante e diverso de abelhas tropicais eussociais. Dentre essas, a espécie Melipona scutellaris conhecida popularmente como uruçu-do-nordeste, é uma das espécies mais criadas no nordeste brasileiro. Grande variedade de organismos pode estar associada a abelhas, entre eles os micro-organismos com os quais possuem uma estreita relação ecológica. Como ocorre com muitos insetos, os fungos parecem desempenhar um importante papel para a nutrição da abelha e proteção contra organismos prejudiciais. O conhecimento sobre fungos associados a substratos relacionados à abelhas, ainda é incipiente e poucos isolados foram identificados utilizando técnicas de taxonomia polifásica. O presente estudo teve por objetivo identificar por meio de taxonomia polifásica isolados de fungos obtidos a partir do mel, pólen e da superfície da colmeia da abelha M. scutellaris. Os isolados foram obtidos por meio da diluição/ suspensão dos susbtratos coletados em água peptonada e plaqueamento em meios de cultura DG18 e ágar extrato de malte com cloranfenicol. No total foram obtidos 1.623 isolados, sendo 1.375 leveduras e 248 fungos filamentosos. Dentre os fungos filamentosos, as amostras purificadas foram identificadas como pertencente aos gêneros Aspergillus, Cladosporium, Curvularia, Fusarium, Phyllosticta, Lichtheimia, Monascus, Paecilomyces, Penicillium, Pestalotiopsis, Pithomyces, Talaromyces e Xylaria. Dentre as leveduras foram reportados isolados pertencentes aos gêneros Aureobasidium, Blastobotrys, Candida, Debaryomyces, Kodamaea, Metschnikowia, Starmerella, Priceomyces, Meyerozyma, Torulaspora, Wickerhamomyces, Pseudozyma e Cutaneotrichosporon. Um total de 12 novas espécies são propostas em diferentes gêneros. A comunidade dos fungos mostrou-se mais similar entre o pólen e a superficie da colméia. O perfil de extrólitos relevou que muitos isolados produziram compostos desconhecidos e/ou nunca detectados entre os gêneros analisados. A família biossintética do composto geodina produzido por novas espécies de Penicillium e Monascus, sugerem que este grupo de metabólitos tem uma função particular no habitat da abelha. A diversidade de fungos observada provavelmente deve estar associada aos hábitos de forrageamento desses insetos. Desta forma, este estudo reforça que os dados obtidos em prospecções micológicas de substratos relacionados às abelhas sem ferrão podem trazer melhor compreensão sobre a riqueza dos fungos em diferentes nichos pouco explorados. |
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