Granitos da porção sudeste do batólito Águas Belas–Canindé, domínio Pernambuco–Alagoas: geoquímica, petrologia, geocronologia e caracterização geotectônica

O Domínio Pernambuco–Alagoas representa um dos domínios crustais da Província Borborema e constituísse uma área chave para o entendimento da evolução tectônica da Província durante a orogênese Brasiliana. Este domínio é composto por diversos batólitos graníticos, entre eles o batólito Águas Belas–Ca...

Full description

Main Author: SILVA, Thyego Roberto da
Other Authors: FERREIRA, Valderez Pinto
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33182
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Summary: O Domínio Pernambuco–Alagoas representa um dos domínios crustais da Província Borborema e constituísse uma área chave para o entendimento da evolução tectônica da Província durante a orogênese Brasiliana. Este domínio é composto por diversos batólitos graníticos, entre eles o batólito Águas Belas–Canindé, que intrudiram rochas gnáissico-migmatiticas do embasamento. Este batólito foi pouco estudado; tendo sido selecionado por estar localizado no limite com o Domínio Sergipano e por ter um grande potencial para fornecer importantes pistas a fim de revelar a evolução tectônica do domínio Pernambuco–Alagoas durante a orogênese Brasiliana. Esta tese combina novos dados de química de elementos maiores e traços, química mineral, isótopos de Sr–Nd–O e idades U–Pb em zircão de alguns plutons a sudeste do batólito composto Águas Belas–Canindé, Domínio Pernambuco–Alagoas, NE do Brasil. Os resultados obtidos foram reunidos em quatro artigos. O artigo I concentra-se no aspecto geotectônico e trata do pluton Major Isidoro (627 Ma) derivado de uma crosta continental retrabalhada (⁸⁷Sr/⁸⁶Sr(i) = 0,7069 a 0,7086 ; εNd = ˗2,12 a ˗1,09 e tᴅᴍ=1,1 a 1,4; e δ¹⁸O(magma) = 8,74 a 8,76‰), e provavelmente associado à construção de um arco continental durante a orogênese Brasiliana. O artigo II trata do pluton Monteirópolis (626 Ma) com idade tDM 1,0 Ga, dados isotópicos deste sugerem que material do manto foi adicionado à crosta (⁸⁷Sr/⁸⁶Sr(i) = 0,7050 a 0,7052; εNd = = ˗0,78 a +1,06; e δ¹⁸O(zircão) = 5,0 a 5,94‰) provavelmente durante o evento de rifteamento Cariris Velhos. Rochas Tonianas derivadas do manto possivelmente fundiram parcialmente devido a underplating de magma máfico derivado do manto no início da orogênese Brasiliana. O artigo III investiga os plutons Santo Antonio (636 Ma; ⁸⁷Sr/⁸⁶Sr(i) 0,7050 a 0,7052; εNd = ˗0,67 a +1,17; e δ¹⁸O(zircão) médio de 5,45‰) e Jacaré dos Homens (642 Ma; εNd = −1,58; (⁸⁷Sr/⁸⁶Sr(i) de 0,7068; e δ¹⁸O(zircão) = 7‰) alojados ao longo da Zona de cisalhamento Jacaré dos Homens que foram formados por hibridização de rochas basálticas de médio-alto potássio derivados do manto (Tonian mantle-derived basalts) com rochas félsicas crustais. O artigo IV discute detalhadamente a assembleia mineral dos plutons Major Isidoro e Monteirópolis e investiga através de química mineral e de rocha total as condições de cristalização destes. Os dados de todos os plutons estudados evidenciaram que material do manto foi adicionado a crosta continental no Toniano provavelmente durante o evento Cariris Velhos. Estes plutons foram derivados por refusão parcial, de rochas basálticas de médio a alto-K adicionadas à crosta no Toniano, durante o inicio da orogênese Brasiliana entre 642 e 626 Ma possivelmente devido à underplating de magma máfico. As fases minerais presentes nestes granitos sugerem cristalização a pressões típicas da crosta continental média-inferior (5,3 a 7,7 kbar) sob alta fO₂,e que o transporte deve ter sido rápido (taxas de ascensão maiores que 700 m.ano⁻¹) através de uma crosta continental quente durante a orogênese Brasiliana que permitiu preservação de epidoto magmático.