Avaliação da resposta inflamatória aguda e eficácia farmacológica da nimesulida na prole de ratas alimentadas com dieta ocidentalizada

Uma inadequação alimentar e nutricional materna desde o período pré-gestacional e perpetuada durante a gestação e lactação, exerce importante influência sobre o estado de saúde do concepto, levando a uma predisposição a ocorrência de processos inflamatórios. Com intuito de amenizar o desequilíbrio e...

Full description

Main Author: MELO, Nathalia Caroline de Oliveira
Other Authors: NASCIMENTO, Elizabeth do
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33246
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Summary: Uma inadequação alimentar e nutricional materna desde o período pré-gestacional e perpetuada durante a gestação e lactação, exerce importante influência sobre o estado de saúde do concepto, levando a uma predisposição a ocorrência de processos inflamatórios. Com intuito de amenizar o desequilíbrio entre mediadores anti e pró-inflamatórios, na prática clínica, é comumente prescrito o uso de antiinflamatórios não esteroides, dos quais se destaca a Nimesulida. Dessa forma, o estudo tem por objetivo avaliar o impacto da dieta ocidentalizada ingerida por ratas sobre a intensidade da resposta inflamatória aguda e eficácia farmacológica da Nimesulida em seus filhos. 18 ratas da linhagem Wistar foram aleatoriamente divididas em 3 grupos conforme tratamento dietético (grupo controle, com ração comercial por todo período; grupo ocidental gestação, com ração experimental do pré-gestacional ao nascimento; grupo ocidental gestação/lactação, com ração experimental do pré-gestacional ao desmame) e destas, 36 filhotes (n=12/grupo) foram avaliados. Foram analisados: evolução ponderal, consumo alimentar, glicemia de jejum, severidade da resposta inflamatória aguda, percentual de inibição da Nimesulida, parâmetros bioquímicos, histologia hepática, níveis de interleucina – 6, fator de necrose tumoral alfa e atividade da mieloperoxidase. Para análise estatística foram utilizados os testes de variância (Anova one-way e two-way), seguidos do pós-teste de Tukey e Bonferroni, respectivamente, e considerado o p<0,05. Matrizes do grupo ocidentalizado apresentaram peso e glicemia de jejum mais elevados (p<0,01). Contudo, ao avaliar o consumo alimentar, as mesmas apresentaram menor ingestão de ração/semana (p<0,01). As diferenças entre o tipo de ração consumida, a quantidade de ração ingerida e o peso corporal das ratas não refletiram nos filhotes ao nascimento e ao desmame. Entretanto, aos 60 dias de vida maior peso pôde ser observado nos descendentes dos grupos ocidentalizados (p<0,05) e, para os filhotes expostos à ração ocidental até o desmame, maior adiposidade corporal e consumo alimentar também foram encontrados (p<0,05). Quanto à severidade da resposta inflamatória aguda, para os grupos não tratados não houve diferença (p>0,05) e, para todos os grupos tratados com Nimesulida, menor volume do edema de pata foi verificado (p<0,05). Nos descendentes expostos a dieta ocidental, tanto na gestação como na gestação e lactação, foram observados maior percentual de inibição da Nimesulida, elevada contagem de leucócitos totais, interleucina 6, fator de necrose tumoral alfa e atividade da mieloperoxidase (p<0,05). Para os filhotes oriundos de mães alimentadas com dieta ocidental desde o pré-gestacional até o desmame também foi verificado maior infiltrado lipídico e leucocitário a nível hepático, sugerindo que o consumo materno de ração ocidentalizada desde o período pré-gestacional e continuada durante a gestação e lactação exerce importante influência na expressão do perfil metabólico da prole na vida mais tardia. A adoção de uma dieta ocidentalizada por ratas em idade reprodutiva e continuada durante os períodos de gestação e lactação leva a alterações antropométricas e metabólicas, com recrutamento adicional de citocinas inflamatórias e leucocitose em seus descendentes. Entretanto, não interfere na ação farmacológica da Nimesulida no tratamento de seus filhos aos 60 dias de vida.