Relações familiares e desenvolvimento socioemocional infantil em contextos de vulnerabilidade social

O desenvolvimento socioemocional infantil pode ser entendido como um processo de interdependência entre as competências sociais e competências emocionais. No âmbito emocional, a autorregulação é primordial nesse desenvolvimento, e é definida como a capacidade de modificação de conduta de acordo com...

Full description

Main Author: SILVA, Juliane Lima Pereira da
Other Authors: CORIOLANO-MARINUS, Maria Wanderleya de Lavor
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33787
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Summary: O desenvolvimento socioemocional infantil pode ser entendido como um processo de interdependência entre as competências sociais e competências emocionais. No âmbito emocional, a autorregulação é primordial nesse desenvolvimento, e é definida como a capacidade de modificação de conduta de acordo com a necessidade ou em situações particulares. A competência social é conceituada como a capacidade de articular sentimentos, ações e pensamentos na relação com adultos e com outras criancas. Este processo é mediado principalmente pelas relações que as crianças estabelecem com os seus cuidadores no sentido de satisfazer tanto necessidades biológicas como suas necessidades de bem-estar. Famílias que vivem em situação de vulnerabilidade podem ter maiores dificuldades para estabelecer estas relações positivas com as crianças na primeira infância e consequentemente prejudicarem o desenvolvimento pleno de seus filhos. O objetivo do estudo foi compreender as relações familiares e o desenvolvimento socioemocional de crianças que vivem em contexto de vulnerabilidade social. Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. Foi desenvolvidoem uma instituição de assistência social, localizada no bairro da Várzea, na cidade do Recife, Pernambuco. Foram estabelecidos como critérios de inclusão para participação na pesquisa: crianças na faixa etária de 6 a 60 meses que estivessem cadastradas na referida instituição e seus respectivos cuidadores. Participaram da pesquisa 30 pessoas, sendo 10 mães/responsáveis e 20 crianças. Com relação às crianças, 13 eram do sexo feminino e sete do sexo masculino. A coleta de dados aconteceu por meio de entrevista individual com as cuidadoras da criança, para formação do genograma familiar e avaliação do desenvolvimento socioemocional da criança se deu através do instrumento Ages and Stages Questionnaire Social emotional (ASQ- SE) na versão brasileira. Os genogramas foram desenhados a partir das simbologias conhecidas. Os dados das entrevistas foram codificados de forma descritiva e analítica, com auxílio do software Atlas.ti (versão 8.0). Nos resultados do desenvolvimento socioemocional, oito crianças apresentaram-se dentro da normalidade, oito comportamento preocupante e quatro necessitavam de avaliação adicional. A partir das análises, emergiram de forma indutiva, cinco categorias: rememorando a infância; desafios da conjugalidade; desafios da parentalidade; percepção sobre a criança e caminhos para o fortalecimento. Através da construção dos genogramas, pôde-se observar a transgeracionalidade, com repetição de comportamentos nas famílias através das três gerações estudadas. Os resultados desta dissertação reiteram a necessidade de estratégias de educação em saúde que possam promover o fortalecimento de habilidades dos cuidadores e das crianças, por meio de escuta qualificada e sensível a problemas que transcendem o setor saúde, mas fazem interface com questões sociais, relações familiares, educação e convivência comunitária.