Eficácia da suplementação de vitamina D associada a um programa de vibração de corpo inteiro na avaliação do equilíbrio, funcionalidade, qualidade de vida, IL-6, IL-8, TNF-α e BDNF em idosos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica : ensaio clínico controlado e randomizado
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução crônica ao fluxo aéreo, geralmente progressiva e decorrente de uma resposta inflamatória anormal, que cursa com aumento do stress oxidativo e das citocinas pró-inflamatórias. Sua incidência aumenta com o avançar da idade, tra...
Main Author: | PESSOA, Maíra Florentino Pessoa |
---|---|
Other Authors: | ANDRADE, Armèle Dornelas de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
|
Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34069 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: |
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução crônica ao fluxo aéreo, geralmente progressiva e decorrente de uma resposta inflamatória anormal, que cursa com aumento do stress oxidativo e das citocinas pró-inflamatórias. Sua incidência aumenta com o avançar da idade, trazendo prejuízos ao paciente, uma vez que as alterações da doença são somadas às alterações comuns à senescência. Assim, a doença que já é associada com efeitos extrapulmonares significantes, amplifica estes efeitos, promovendo dinapenia, redução da capacidade funcional, redução do equilíbrio e com frequência, redução nos níveis de vitamina D, cuja redução dos níveis tende a piorar os padrões inflamatórios da doença. Todavia, embora a condição basal da doença não possa ser alterada, suas repercussões sistêmicas podem ser reduzidas, de forma a melhorar a qualidade de vida deste paciente. Visando reduzir a ação da dinapenia e do descondicionamento físico no paciente idoso com DPOC, são preconizados exercícios resistidos e aeróbicos, embora pacientes menos aptos a realizar estes exercícios, podem utilizar modalidades de treinamento como a vibração de corpo inteiro (VCI). Dessa forma, os objetivos do projeto foram mensurar o efeito de uma única sessão da VCI sobre a função cardiopulmonar e as variáveis cardiometabólicas em indivíduos jovens e idosos, ambos saudáveis e sedentários, além de investigar a ação da suplementação com vitamina D associada a protocolos de VCI sobre a capacidade funcional, a dinapenia, a composição corporal, o equilíbrio, a qualidade de vida e as citocinas inflamatórias, compostas pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) em pacientes idosos com DPOC. Foram realizados dois ensaios clínicos controlados, randomizados e duplo-cegos, um para a fase aguda e um para a fase crônica. O ensaio clínico da fase aguda, foi composto por uma amostra de 30 idosos entre 60 e 75 anos e 30 jovens entre 18 e 30 anos, que participaram dos grupos VCI ou sham de vibração. Os valores dos gases inalados e exalados, O₂ e CO₂, assim como a razão de troca respiratória (RER) foram avaliados através da ergoespirometria e foi calculado a Oxygen Uptake Efficiency Slope - OUES, respiração-a-respiração durante os dez minutos de intervenção em VCI ou do sham. Foram coletados também ao início e final da intervenção ou sham o índice de percepção do esforço (IPE) respiratório e muscular, assim como os sinais vitais e o lactato capilar. O segundo ensaio clínico, referente à fase crônica, foi composto por uma amostra de 29 idosos entre 60 e 75 anos e 30 pacientes idosos com DPOC, realizaram VCI durante três meses, três vezes por semana, sendo suplementados com vitamina D ou fazendo uso de placebo uma vez na semana. Ao início e final do protocolo de treinamento foram avaliadas as citocinas IL-6, IL-8, TNF-α, e BDNF, o teste de Tinneti, o Timed Up and Go (TUG), a variabilidade da frequência cardíaca, a dinapenia, a capacidade funcional pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6), a composição corporal em termos de massa gorda e massa magra e a qualidade de vida. O protocolo de exercício em VCI foi progressiva durante os três meses em relação ao tempo e à amplitude de vibração e a suplementação vitamínica permaneceu no mesmo valor predeterminado de acordo com a idade do voluntário. Os resultados mostraram que as respostas cardiopulmonares de idosos e jovens submetidos ao protocolo agudo de VCI diferem entre as faixas etárias mas apenas quando os indivíduos são submetidos ao esforço do protocolo vibracional quando o OUES do indivíduo jovem aumenta de maneira significativa assim como o RER do idoso também aumenta, juntamente com sua sensação percebida de esforço. Em relação à cronicidade de um protocolo de VCI, quando aplicado a pacientes idosos com DPOC conjuntamente à suplementação de vitamina D, mostra resultados significativamente melhores em relação ao placebo quanto à funcionalidade, na distância percorrida durante o TC6. Os valores da escala de Tinetti e da velocidade de marcha mensurada através do TUG também aumentam no grupo DPOC suplementado em detrimento do DPOC placebo, mostrando que a vitamina pode interferir sobre a melhora da área somato sensorial do equilíbrio nesses pacientes, não interferindo sobre os mesmos desfechos quando é comparada a população idosa, possivelmente por não possuir déficits importantes. A composição corporal não foi alterada pela suplementação vitamínica somada à VCI, mesmo quando em uso de protocolos de exercícios em nenhuma das populações. A qualidade de vida apresenta melhora em todos os grupos, com maior aumento de valores nos domínios físicos do WHOQOL-old no grupo DPOC suplementado, que apresentou melhor variação no pós treino. A força muscular periférica apresentou melhora importante também no grupo DPOC em uso de vitamina, justificando os ganhos funcionais desse grupo, que também teve o melhor desfecho dos marcadores inflamatórios representados pelo BDNF, de forma que pode-se concluir que a suplementação de vitamina D aliada ao exercício em VCI pode trazer ganhos para a população de pacientes idosos com DPOC. |
---|